Fatores que podem influenciar no tempo de permanência hospitalar em pacientes com Acidente Vascular Isquêmico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i8.17107

Palavras-chave:

Neurologia; Hospitalização; Acidente Vascular Cerebral Isquêmico; Acidente Vascular Encefálico; Tempo de permanência hospitalar.

Resumo

Introdução: O Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCi) consiste em uma obstrução arterial cerebral, que acarreta em lesão neurológica aguda de importante morbimortalidade mundial. Representando uma das principais causas de internação, o AVCi gera internações prolongadas, de alto custo e inúmeras sequelas futuras para o paciente, com considerável gasto financeiro no sistema de saúde do país. Tais aspectos mencionados podem ser evitados quando atuamos em diversos fatores que influenciam no Tempo de Permanência Hospitalar (TPH) desses pacientes. Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo identificar quais são os elementos que influenciam no TPH nos pacientes que tiveram AVCi e que foram assistidos em uma Instituição de referência em neurologia e neurocirurgia. Metodologia: A pesquisa retroativa inclui todos os pacientes com infarto cerebral entre os anos de 2018 e 2019 e os critérios de exclusão foram os pacientes com outra patologia neurológica além do AVCi, menores de 18 anos ou com prontuários incompletos. Diversas variáveis foram analisadas estatisticamente, incluindo dados demográficos, fatores de risco, nível de consciência, vaso arterial acometido e necessidade de neurocirurgia. Resultados: Foram elegíveis para o estudo 101 pacientes. A idade média foi de 73 anos, com 88,1% acima de 60 anos. A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) esteve presente na maioria dos pacientes (77,23%). A maioria (85,15%) se apresentou com Escala de Coma de Glasgow (ECG) maior que 8 e apresentou significância estatística em menor mortalidade (p=0,015) e menor TPH (p=0,001). A Artéria Cerebral Média (ACM) foi o principal território arterial acometido (58,42%) e poucos casos necessitaram de neurocirurgia (4,95%). A taxa de óbito foi pequena (11,88%). A média do TPH foi de 11,31 dias e a maioria dos pacientes ficou por até 5 dias internados (51,48%). Conclusão: Apresentação inicial com escala ECG acima de 8 condiz com menor mortalidade e menor TPH. Compreender fatores que podem induzir maior TPH é de suma importância para o gerenciamento desse tempo, objetivando a redução das despesas que o tratamento demanda e otimizando competências.

Referências

Asgedom, S. W., Gidey, K., Gidey, K., Niriayo, Y. L., Desta, D. M., & Atey, T. M. (2020). Medical complications and mortality of hospitalized stroke patients. Journal of Stroke and Cerebrovascular Diseases, 29(8), 104990. https://doi.org/10.1016/j.jstrokecerebrovasdis.2020.104990

Dantas, L. F., Marchesi, J. F., Peres, I. T., Hamacher, S., Bozza, F. A., & Quintano Neira, R. A. (2019). Public hospitalizations for stroke in Brazil from 2009 to 2016. PLoS ONE, 14(3), 1–10. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0213837

Feigin, V. L., Nguyen, G., Cercy, K., Johnson, C. O., Alam, T., Priyakumari G Parmar, A. A. A., Abate, K. H., Abd-Allah, F., Abejie, A. N., Abyu, G. Y., Ademi, Z., Agarwal, G., Ahmed, M. B., Akinyemi, R. O., & Rajaa A, G. A. R. (2018). Global, Regional, and Country-Specific Lifetime Risks of Stroke, 1990 and 2016. New England Journal of Medicine, 379(25), 2429–2437. https://doi.org/10.1056/NEJMoa1804492

Fernandes, A. M. P. da S. F., Azevedo, A. F. R., Magalhães, C. P., Antão, C. da C. M., & Anes, E. M. G. J. (2005). Avaliação do conhecimento referente à detecção precoce e prevenção do Acidente Vascular Cerebral. I Congresso de Cuidados Continuados.

Gauberti, M., De Lizarrondo, S. M., & Vivien, D. (2016). The “inflammatory penumbra” in ischemic stroke: From clinical data to experimental evidence. European Stroke Journal, 1(1), 20–27. https://doi.org/10.1177/2396987316630249

Girijala, R. L., Sohrabji, F., & Bush, R. L. (2017). Sex differences in stroke: Review of current knowledge and evidence. Vascular Medicine (United Kingdom), 22(2), 135–145. https://doi.org/10.1177/1358863X16668263

Gofir, A., Mulyono, B., & Sutarni, S. (2017). Hyperglycemia as a prognosis predictor of length of stay and functional outcomes in patients with acute ischemic stroke. International Journal of Neuroscience, 127(10), 923–929. https://doi.org/10.1080/00207454.2017.1280793

Kasner, S. E. (2006). Clinical interpretation and use of stroke scales. Lancet Neurology, 5(7), 603–612. https://doi.org/10.1016/S1474-4422(06)70495-1

Kim, S. M., Hwang, S. W., Oh, E. H., & Kang, J. K. (2013). Determinants of the Length of Stay in Stroke Patients. Osong Public Health and Research Perspectives, 4(6), 329–341. https://doi.org/10.1016/j.phrp.2013.10.008

Komolafe, M. A., Olaogu, M. O. B., Adebiyi, A. M., Obembe, A. O., Fawale, M. B., & Adebowale, A. A. (2015). Stroke risk factors among participants of a world stroke day awareness program in South-Western Nigeria. Nigerian Journal of Clinical Practice, 18(6), 807–809. https://doi.org/10.4103/1119-3077.163277

Ministério da Saúde. Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa. 2. 187 p.

Mohamed, W., Bhattacharya, P., Shankar, L., Chaturvedi, S., & Madhavan, R. (2015). Which comorbidities and complications predict ischemic stroke recovery and length of stay? Neurologist, 20(2), 27–32. https://doi.org/10.1097/NRL.0000000000000040

Oliveira, J. G., Damasceno, K. G., Souza, L. P., & Lima, M. G. (2016). Perfil Clínico Epidemiológico e os Principais Rótulos Diagnósticos de Enfermagem aos Pacientes Internados com Acidente Vascular Cerebral em Um Hospital de Grande Porte na Região Sul da Amazônia Legal. Amazônia Science & Health, 4(3), 3–11. https://doi.org/10.18606/2318-1419/amazonia.sci.health.v4n3p3-11

Pereira A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. UFSM.

Rosa, T. S. M., de Moraes, A. B., & Trevisan, M. E. (2015). Características clínico-demográficas de pacientes hospitalizados por acidente vascular cerebral. Revista Neurociencias, 23(3), 405–412. https://doi.org/10.4181/RNC.2015.23.03.1086.08p

Sacco, R. L., Kasner, S. E., Broderick, J. P., Caplan, L. R., Connors, J. J., Culebras, A., Elkind, M. S. V., George, M. G., Hamdan, A. D., Higashida, R. T., Hoh, B. L., Janis, L. S., Kase, C. S., Kleindorfer, D. O., Lee, J. M., Moseley, M. E., Peterson, E. D., Turan, T. N., Valderrama, A. L., & Vinters, H. V. (2013). An updated definition of stroke for the 21st century: A statement for healthcare professionals from the American heart association/American stroke association. Stroke, 44(7), 2064–2089. https://doi.org/10.1161/STR.0b013e318296aeca

Somerford, P. J., Lee, A. H., & Yau, K. K. W. (2004). Ischemic stroke hospital stay and discharge destination. Annals of Epidemiology, 14(10), 773–777. https://doi.org/10.1016/j.annepidem.2004.02.003

Somotun, A. A. O., Osungbade, Omoniyi, K., Akinyemi, Oladapo, O., Obembe, Akinyode, T., Adeniji, & Ikenna, F. (2017). What factors influence the average length of stay among stroke patients in a Nigerian tertiary hospital? Pan African Medical Journal, 26, 1–7. https://doi.org/10.11604/pamj.2017.26.228.12249

Walcott, B. P., Miller, J. C., Kwon, C. S., Sheth, S. A., Hiller, M., Cronin, C. A., Schwamm, L. H., Simard, J. M., Kahle, K. T., Kimberly, W. T., & Sheth, K. N. (2014). Outcomes in severe middle cerebral artery ischemic stroke. Neurocritical Care, 21(1), 20–26. https://doi.org/10.1007/s12028-013-9838-x

Downloads

Publicado

10/07/2021

Como Citar

SEHN, M.; LEDUR , F. K. .; SEHN, I.; SEHN, B.; RAUBER, R.; ALMEIDA, L. P. de . Fatores que podem influenciar no tempo de permanência hospitalar em pacientes com Acidente Vascular Isquêmico. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 8, p. e20710817107, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i8.17107. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/17107. Acesso em: 2 out. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde