Divergências intrabases na era mHealth: investigação de interações medicamentosas em um hospital de doenças infecciosas
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i14.17156Palavras-chave:
Prescrições de medicamentos; Infectologia; Dispositivo móvel; Interação medicamentosa; Saúde móvel; Smartphone.Resumo
Introdução: Informações sobre interações medicamentosas potenciais (IMP) podem ser obtidas em bases de dados disponíveis na web ou por meio de aplicativos móveis em saúde (mHealth), e podem evitar desfechos clínicos desfavoráveis aos pacientes. Este estudo comparou as informações de IMP disponíveis no verificador de interações medicamentosas Micromedex®, em sua versão disponível na web e seu aplicativo mHealth. Métodos: Realizou-se estudo transversal com base em revisão retrospectiva de prescrições de medicamentos em hospital de referência em infectologia da Região Centro-Oeste do Brasil, 2018. Selecionamos todas as prescrições contendo dois ou mais medicamentos. Os medicamentos foram classificados de acordo com o primeiro nível da classificação Anatomical Therapeutic Chemical (ATC), de acordo com a via de administração e o número de medicamentos prescritos. As IMP foram classificados de acordo com o sistema de gravidade e sistema de classificação de evidências em quatro níveis. Resultados: Foram selecionados 72 pacientes, com predomínio do sexo masculino, mediana de idade de 38 anos, tempo médio de internação de 15,8 dias, e maioria com diagnóstico de HIV/Aids. Os grupos anatômicos mais frequentemente prescritos segundo ATC foram aparelho digestivo e metabolismo (22,1%) e anti-infecciosos gerais para uso sistémico (21,6%). O número médio de fármacos por prescrição foi de 10,8 (DP±6,7). Encontrou-se 381 IMP em Micromedex® mHealth enquanto sua versão web detectou 502 IMP, com média de 5,3 e 7,0 e frequência de 61,1% e 72,2%, respectivamente. Segundo a classificação de gravidade na versão mHealth e web, destacaram-se respectivamente: 221 e 321 graves; 139 e 149 moderadas. A maioria (>65%) das IMP identificadas tiveram a sua documentação classificada como razoável. Conclusão: As ferramentas digitais, embora auxiliem na tomada de decisão, não são unânimes e concordantes na detecção de IMP.
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