Resistência do couro da tilápia em função da classificação de peso de abate e sentido de retirada do corpo de prova quando curtidos com sais de cromo
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i8.17236Palavras-chave:
Fibras colágenas; Oreochromis niloticus; Testes físico-químicos; Tração; Alongamento e rasgamento progressivo do couro.Resumo
Este estudo teve como objetivo avaliar a resistência do couro da tilápia do Nilo em função de classes de peso corporal de abate e sentidos (longitudinal e transversal) do couro em relação ao comprimento do corpo do peixe. As peles foram classificadas em categorias de peso corporal diferentes (C1= 500 a 600 g; C2 = 601 a 700 g e C3 = 701 a 800 g) e congeladas para posterior curtimento. Após descongelamento, as peles foram curtidas com sais de cromo e submetidas ao recurtimento com tanino vegetal. Depois, obtiveram-se os corpos-de-prova, que foram analisados quanto a espessura para realização dos testes de resistência à tração e ao alongamento e rasgamento progressivo, utilizando-se o dinamômetro EMIC. Através da análise de regressão linear, constatou-se que existe uma correlação entre a área da pele (Y) e peso do peixe (X), que pode ser expressa pela equação linear Y=39,359 + 0,0269X (r=0,56**). Houve efeito da classe de peso do peixe sobre as cargas de força aplicadas nos testes de resistência e no sentido transversal do couro com maior resistência a tração e rasgamento progressivo comparada ao longitudinal. O conteúdo de óxido de cromo presente nos couros variou de 3,75 a 3,81%, enquanto o de substâncias extraíveis em diclorometano variou de 8,16% a 8,47%, e pH ficou entre 3,84 a 3,86 para as categorias de peso. As peles curtidas de tilápia pesando entre 500 a 800 g não diferiram na resistência, quanto a tração, alongamento e rasgamento progressivo. No entanto, quando avaliado o sentido de retirada dos corpos-de-prova, o sentido transversal (referente a largura do couro) apresentou maior resistência quanto à tração e rasgamento progressivo quando comparado ao longitudinal (comprimento do couro).
Referências
ABNT. (2014). NBR ISO 3376, Couro: Ensaios físicos e mecânicos – Determinação da resistência à tração e percentual de extensão. Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
ABNT. (1988). NBR 10455: climatização de materiais usados na fabricação de calçados e correlatos. Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
ABNT. (1997). NBR 11030: couro - determinação de substâncias extraíveis com diclorometano (CH2Cl2). Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
ABNT. (2015). NBR-ISSO 4044: Couro – Ensaios químicos – preparação de amostras de couro para análise química. Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
ABNT (2015). NBR 2418, Couro: Cortes de corpos-de-prova. Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
ABNT. (1999). NBR 11054: couros – determinação de óxido crômico (Cr2O3). Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
ABNT. (1999). NBR 11057: couro - determinação do pH e da cifra diferencial. Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
ABNT. (2001). NBR 13335: couro – determinação da retração. Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
ABNT. (2013). NBR 11032:Peles e couros - Tomada do pedaço de prova - Procedimento. Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Adeodato, S. (1995). Peles exóticas e ecológicas. Globo Ciência. 51, 56-60.
Almeida, R.R. (1988). A pele de peixe tem resistência e flexibilidade? Revista do Couro, 127, 49-53.
Assunção, G. V., Formaggio, A. R. & Alves, A. R. (1990). Mapa de aptidão agrícola das terras e uso adequado das terras: uma abordagem usando SGI e imagens de satélite. In: Simpósio Brasileiro De Sensoriamento Remoto, 6., 1990, Manaus. Anais... p.162 - 166.
BASF Vademécum. (2004). Para el técnico em curtición. (3a ed.), Ed. Basf. Ludwigshanfen.
Dourado, D. M., Souza, M. L. R. & Santos, H. S. L. (1996) Structure of cachara skin (Pseudoplatystoma fasciatus) cultivated in rio Miranda. Brazilian Journal of Morphological Science, 13, 148.
Flôres, A. (1997). Aspectos importantes na produção de couros wet-blue. Revista do couro, 119, 66-70.
Flôres, A. (1993). O pH e a cifra diferencial de um extrato aquoso de couro. Revista do Couro, 93, 32.
Franco, M. L. R. S., Viegas, E. M. M., Kronka, S. N., Gasparino, E., Pontara, L. P., & Del Vesco, A. P. (2015). Qualidade de resistência do couro de tilápia do Nilo em função da técnica de curtimento. Acta Tecnológica, 10, 24-31.
Fujikura, K., Kurabuchi, S., Tabuchi, M. & Inoue, S. (1988). Morphology and distribuition of the skin glands in Xenopus laevis and their response to experimental stimulation. Zoological. Science, 5, 415-430.
Greven, H., Zamger, K. & Schwinger, G. (1995). Mechanical proprieties of the Xenoplus laevis (Anura, Amphibia). Journal of Morphology, 224, 15-22.
Gutterres, M. (2001). Distribuição, deposição e interação química de substâncias de engraxe no couro. In: Congresso Da Federação Latino-Americana Das Associações Dos Químicos E Técnicos Da Indústria Do Couro, 15., 2001, Salvador. Anais... 1, 108-119.
Hoinacki, E. (1989). Peles e couros - origens, defeitos e industrialização. (2a ed.), Henrique d`Ávila Bertaso, 319 p.
INPE. (1999). Apostila de curso Spring 3.3: Spring básico. São José dos Campos: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
Jacinto, M. A. C. (1996). Características anátomo-estruturais da pele de ovinos (Ovis aries L.) lanados e deslanados, relacionados com o aspecto físico-mecânico do couro após o curtimento. 90f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia). Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal.
Jacinto, M. A. C. (2000). Influência da raça e idade nas características histológicas e físico-mecânicas de couros caprinos. 118f. Tese (Doutorado em Zootecnia). Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2000.
Junqueira, L. C. U., Joazeiro, P. P., Montes, G. S., Menezes, N. & Pereira Filho, M. (1983). É possível o aproveitamento industrial da pele dos peixes de couro? Tecnicouro, 5, 4-6.
Larezzi, A. D. (1988). Peles de peixes: matéria-prima para confecções, calçados e acessórios de moda. Setor Couro, 19, 8-9.
Larsen, R. (2000). Experiments and observations in the study of environmental impact on historical vegetable tanned leathers. Thermochimica Acta, 365: 85-99.
Machado, S. D., Dourado, M. D., Souza, M. L. R., Jardim, M. I. A., Matias, R., Ferreira, I. C. & Correia, C. (2002). Testes de resistência físico-mecânico do couro do piavuçu (Leporinus macrocephalus) e tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus). In: Aquicultura Brasil’2002, Goiânia. Anais... Simbraq.
Machado, S. D. (2001). Aproveitamento e tecnologia do curtimento de pele de peixe.50f. Monografia (Trabalho de graduação em Ciências Biológicas). Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal, Campo Grande.
Neu, D. H., Dallagnol, J. M., Klein, S., Maluf, M. L. F., Franco, M. L. R. S., & Boscolo, W. R. (2015). Resistência do couro de tilápia do Nilo submetido a diferentes processos de curtimento. Archivos de zootecnia, 64, 291-298.
Nussbaum, D. F. (2002). O efeito dos sais de cromo de basicidade diferente. Revista do couro, 154, 62-71.
Pederzolli, A. R., Scheibe, E., Streit, K. F., Moreira, M. V. & Corrêa, T. P. (1995). Study of the economical viability of processing of fish skins. In: Congress Of The Internacional Union Leather Tecnologists And Chemists Societies, 23, Friedrichshafen, Proceedings.
Pontara, L. P. M. (2001). Produção de própolis e seu efeito na longevidade das operárias e desenvolvimento de colméias de Apis mellifera africanas. 111f. Tese (Doutorado em Zootecnia). Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal.
Prado, M., Franco, M. L. R. S., Bielawski, K., Souza, E. D., Gasparino, E., Silva, S. C. C., & Del Vesco, A. P. (2014). Características de Resistência dos Couros de Pseudoplatystoma sp. Submetidos a Alterações nas Etapas do Processo de Curtimento. Revista Cient. Prod. Anim, 16, 46-59.
Sacco, D. (1988). Curtimento transforma pele de peixe em objetos da moda. Unesp Rural, 12, 24–26.
Souza, M. L. R. & Leme Dos Santos, H. S. (1995). Análise microscópica comparada da pele da tilápia (Oreochromis niloticus), da carpa espelho (Cyprinus carpio specularis) e carpa comum (Cyprinus carpio). In: Semana Sobre Histologia De Peixes, 2., Jaboticabal. Resumos e Palestras... Jaboticabal: FUNEP.
Souza, M. L. R., Dourado, D. M., Machado, S. D., Jardim, M. I. A., Matias, R., Silva, M. V. & Ferreira, I. C. (2002a). Avaliação histológica, morfométrica da pele de piraputanga e testes de resistência do couro. Revista do Couro, 154, 52-57.
Souza, M. L. R, Casaca, J. M., Ferreira, I. C., Ganeco, L. N., Nakagki, L. S., Faria, R. H. S, Macedo-Viegas, E. M. & Rielh, A. (2002b). Histologia da pele e determinação da resistência do couro da tilápia do Nilo e carpa espelho. Revista do Couro, 159, 32-40.
Souza, M. L. R, Casaca, J. M., Ferreira, I. C., Ganeco, L. N., Nakagki, L. S., Faria, R. H. S & Schidt, J. T. A. (2003). Comparação da resistência do couro de carpa espelho (Cyprinus carpio specularis) curtido ao cromo e bioleather. Tecnicouro, 187, 52-58.
Souza, M. L. R., Prado, M., Fernandes, V. R. T., Lara, J. A. F., Bielawski, K., Gasparino, E. & Del Vesco, A. P. (2014). Pele de Surubim: morfologia e resistência do couro com adição de óleo no engraxe. Acta Tecnológica, 9, 1-8.
Souza, M. L. R., Macedo Viegas, E M, Kronka, S. N., Gasparino, E., Pontara, Lucimar, M., & Del Vesco, A. P. (2015). Qualidade de resistência do couro de tilápia do Nilo em função da técnica de curtimento. Acta Tecnológica, 10, 24-31.
Souza, M. L. R., Gasparino, E., Penha, B. G., Coradini, M. F., Goes, E. S. R. & Goncalves, A. A. (2017). Physicochemical and mechanical characteristics of cobia (Rachycentron canadum, Linnaeus, 1766) leather submitted to different tanning agents in the retanning step. International Journal Of Latest Research In Science And Technology, 6, 8-13.
Uzeika, R. (1999). Estudo histoquímico, ultra-estrutural e morfométrico da pele de duas espécies de peixes siluriformes. 61f. Monografia (Bacharel em Ciências Biológicas) Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal, Campo Grande.
Yoshida, G. M., Kunita, N. M., Souza, M. L. R., & Gasparino, E. (2016). Análises mecânicas e físico-químicas de couros de tilápia, cachara e salmão. Archivos de zootecnia, 65, 349-355.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Maria Luiza Rodrigues de Souza; Elisabete Maria Macedo Viegas; Sérgio do Nascimento Kronka; Marcos Antonio Matiucci; Sabrina Campos Sbaraini; Marcio Douglas Goes; Gislaine Gonçalves Oliveira; Sabrina Martins dos Santos; Eliane Gasparino; Elenice Souza dos Reis Goes
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
