Perfil vocal dos professores de uma escola filantrópica da Cidade de Teresina
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i8.17581Palavras-chave:
Fonoaudiologia; Voz; Professor; Disfonia.Resumo
Os professores são exemplos de profissionais que utilizam a voz como ferramenta de trabalho e, por esse motivo, estão vulneráveis a uma elevada demanda vocal. Como profissionais da voz, os docentes fazem parte do grupo com maior predisposição para desenvolver disfonia, que podem se manifestar de diferentes formas, como rouquidão, dor na garganta, cansaço ao falar, falta de projeção vocal, falhas na voz, bem como dificuldade para falar de forma intensa. Neste contexto, este artigo tem como objetivo caracterizar o perfil vocal dos docentes da educação infantil e do ensino fundamental de uma escola filantrópica da cidade de Teresina. Trata-se de um estudo de caso, descritivo, de abordagem quantitativa. Analisou-se o perfil de 23 docentes, dos quais 80% relataram que têm uma carga horária semanal que varia de 31 a 40 horas; ministram aulas em turmas com 21 a 30 alunos (56,5%); com duração de cada aula em torno de 50 minutos (52,2%); e com tempo de intervalo médio de 15 a 20 minutos (56,5%). Em relação ao ambiente de trabalho, 74% dos participantes consideraram o local levemente ruidoso; e 48% classificam o ambiente como pouco tenso e estressante. O sintoma mais referido foi rouquidão (65%), com ocorrência do sintoma em episódios intermitentes, relatado por (81,8%). Conclui-se que os professores pesquisados possuem conhecimento das condições do ambiente de trabalho que podem contribuir para o abuso vocal e estão cientes sobre a conduta a ser adotada para minimizar problemas vocais.
Referências
Akinbode, R., Lam, K. B. H., Ayres, J. G., & Sadhra, S. (2014). Voice disorders in Nigerian primary school teachers. Occupational Medicine, 64(5), 382–386. https://doi.org/10.1093/occmed/kqu052
Bandeira, M. P. A. (2010). Análise acústica comparativa das vozes disfônicas e normais do professor. Dissertação de Mestrado. Universidade do Vale do Paraíba, Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, São Paulo, Brasil.
Capucho, M. C. P. (2017). Avaliação multidimensional na voz profissiona. Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, Portugal.
Dornelas, R., Santos, T. A. dos, Oliveira, D. S. de, Irineu, R. de A., Brito, A., & Silva, K. (2017). Situações de violência na escola e a voz do professor. CoDAS, 29(4), 1–4. https://doi.org/10.1590/2317-1782/20172017053
Gama, A. C. C. (2010). Sintomas relacionados à voz e sua produção e autopercepção vocal após alta do tratamento fonoaudiológico: estudo prospectivo. Distúrbios Da Comunicação, 22(3), 201–211.
Gimenez, S. R. M. L., Madazio, G., Zambon, F., & Behlau, M. (2019). Analysis of shyness on vocal handicap perceived in school teachers. CoDAS, 31(3). https://doi.org/10.1590/2317-1782/20182018149
Lima-Silva, M. F. B. de, Ferreira, L. P., Oliveira, I. B. de, Silva, M. A. de A. e, & Ghirardi, A. C. A. M. (2012). Distúrbio de voz em professores: autorreferência, avaliação perceptiva da voz e das pregas vocais. Revista Da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 17(4), 391–397. https://doi.org/10.1590/S1516-80342012000400005
Limoeiro, F. M. H., Ferreira, A. E. M., Zambon, F., & Behlau, M. (2019). Comparison of the occurrence of signs and symptoms of vocal and change discomfort in the vocal tract in teachers from different levels of education. CoDAS, 31(2), 1–8. https://doi.org/10.1590/2317-1782/20182018115
Masson, M. L. V., Ferrite, S., Pereira, L. M. de A., Ferreira, L. P., & de Araújo, T. M. (2019). Em busca do reconhecimento do distúrbio de voz como doença relacionada ao trabalho: movimento histórico-político. Ciencia e Saúde Coletiva, 24(3), 805–816. https://doi.org/10.1590/1413-81232018243.00502017
Masson, M. L. V., Ferreira, L. P., Giannini, S. P. P., Souza, M. T. D., Maeno, M., Gândara, M. E. R., & Sousa, F. N. (2020). Distúrbio de voz: reconhecimento revogado junto com a nova lista de doenças relacionadas ao trabalho. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, (45)32, 1-4. https://doi.org/10.1590/2317-6369ED0000320
Medeiros, A. M. de, & Vieira, M. de T. (2019). Distúrbio de voz como doença relacionada ao trabalho no Brasil: reconhecimento e desafios. Cadernos de Saúde Pública, 35(10). https://doi.org/10.1590/0102-311x00174219
Mendes, A. L. F., de Lucena, B. T. L., de Araújo, A. M. G. D., de Melo, L. P. F., Lopes, L. W., & Silva, M. F. B. D. L. (2016). Teacher’s voice: Vocal tract discomfort symptoms, vocal intensity and noise in the classroom. CoDAS, 28(2), 168–175. https://doi.org/10.1590/2317-1782/20162015027
Nogueira, B. de F. M., & Medeiros, A. M. de. (2018). Comportamento vocal e condições de trabalho de professores após fonoterapia para tratamento de disfonia comportamental. Audiology - Communication Research, 23, 1–6. https://doi.org/10.1590/2317-6431-2018-2061
Penteado, R. Z., & Ribas, T. M. (2011). Processos educativos em saúde vocal do professor: análise da literatura da Fonoaudiologia brasileira. Revista Da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. https://doi.org/10.1590/s1516-80342011000200020
Przysiezny, P. E., & Przysiezny, L. T. S. (2015). Work-related voice disorder. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, 81(2), 202–211. https://doi.org/10.1016/j.bjorl.2014.03.003
Putnoki, D. de S., Hara, F., Oliveira, G., & Behlau, M. (2010). Qualidade de vida em voz: o impacto de uma disfonia de acordo com gênero, idade e uso vocal profissional. Revista Da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 15(4), 485–490. https://doi.org/10.1590/s1516-80342010000400003
Rosa, F. C., Guimarães, I., Pereira, A. L., & Caçador, M. (2011). A Voz Humana – Comunicação, Arte e Ciência. Lumen Veritatis, 1(March).
Santos, S. M. de M., Medeiros, J. da S. A., Gama, A. C. C., Teixeira, L. C., & Medeiros, A. M. de. (2016). Impacto da voz na comunicação social e emoção de professoras antes e após fonoterapia. Revista CEFAC, 18(2), 470–480. https://doi.org/10.1590/1982-0216201618211015
Servilha, E. A. M., & Costa, A. T. F. da. (2015). Conhecimento vocal e a importância da voz como recurso pedagógico na perspectiva de professores universitários. Revista CEFAC, 17(1), 13–26. https://doi.org/10.1590/1982-0216201514813
Silva, B. G., Chammas, T. V., Zenari, M. S., Moreira, R. R., Samelli, A. G., & Nemr, K. (2017). Análise de possíveis fatores de interferência no uso da voz durante atividade docente. Revista de Saúde Pública, 51, 124. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2017051000092
Silva, G. J. da, Almeida, A. A., Lucena, B. T. L. de, & Silva, M. F. B. de L. (2016). Sintomas vocais e causas autorreferidas em professores. Revista CEFAC, 18(1), 158–166. https://doi.org/10.1590/1982-021620161817915
Silveira, K. A., Enumo, S. R. F., Paula, K. M. P. de, & Batista, E. P. (2014). Estresse e enfrentamento em professores: uma análise da literatura. Educação Em Revista, 30(4), 15–36. https://doi.org/10.1590/s0102-46982014000400002
Souza, R. C. de, Masson, M. L. V., & Araújo, T. M. de. (2017). Efeitos do exercício do trato vocal semiocluído em canudo comercial na voz do professor. Revista CEFAC, 19(3), 360–370. https://doi.org/10.1590/1982-0216201719315516
Xavier, I. A. de L. N., Santos, A. C. O. dos, & Silva, D. M. da. (2013). Saúde vocal do professor: intervenção fonoaudiológica na atenção primária à saúde. Revista CEFAC. https://doi.org/10.1590/s1516-18462013000400027
Zambon, F., & Behlau, M. (2010). A voz do professor: aspectos do sofrimento vocal profissional. Sinpro-Sp e Cev, 28.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Nayana Kelly de Sousa Silva; Méssia Pádua Almeida Bandeira; Kharen Yasminne Barros de Sousa
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.