Qualidade dos modelos de Atenção Primária à Saúde para crianças brasileiras
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i8.17584Palavras-chave:
Pré-Escolar; Atenção Primária à Saúde; Qualidade da Assistência à Saúde; Fatores socioeconômicos.Resumo
Objetivo. Avaliar a qualidade dos modelos de Atenção Primária à Saúde (APS) para crianças brasileiras. Metodologia. Um estudo transversal foi realizado com 516 pais ou responsáveis por crianças da creche pública de um município do interior do estado de São Paulo. Os participantes responderam aos questionários sobre a percepção da qualidade da APS (Primary Care Assessment Tool-PCATool) e sobre as condições socioeconômicas da família. Os dados foram analisados por meio de testes estatísticos (nível de confiança de 95%). Resultados. Os serviços privados, as Estratégias de Saúde da Família (ESF) e a Atenção Convencional à Saúde (ACS) foram as modalidades de APS utilizadas pelas crianças. Dentre as três modalidades, em todos os grupos foram observadas diferenças estatisticamente significativas (p <0,001), a melhor qualidade do atendimento foi prestada pela ESF (8,22 ± 1,69). A ACS (5,69 ± 1,34) e o serviço privado (6,65 ± 0,99) necessitam de melhorias na acessibilidade, continuidade do cuidado, integralidade, orientação familiar e comunitária. A classe socioeconômica das famílias teve associação com as modalidades de APS (p <0,001). Conclusão. A qualidade da atenção primária infantil da rede pública de saúde ainda requer muitas melhorias, principalmente no modelo convencional. Por outro lado, a atenção primária às crianças de melhor qualidade foi apresentada pelo modelo baseado na atenção à família.
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