Avaliação da microbiota presente nas escovas dentais de pacientes infantis durante a internação hospitalar: Estudo piloto
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i9.17615Palavras-chave:
Escovação dentária; Contaminação; Infecção hospitalar.Resumo
Este estudo teve como objetivo avaliar a possível contaminação bacteriana nosocomial de escovas dentais de pacientes pediátricos e correlacionar esses achados com as condições de armazenamento. O estudo foi desenvolvido com pacientes internados em um hospital público do Rio de Janeiro. Apenas pacientes internados por pelo menos três dias na enfermaria pediátrica foram incluídos. Pacientes oncológicos, imunossuprimidos e com infecções respiratórias graves foram excluídos. Dez escovas de dente pessoais foram coletadas e imediatamente transferidas para o Laboratório de Microbiologia. A identificação bacteriana foi realizada por meio de cultura seletiva, coloração de Gram e testes bioquímicos (hidrólise de uréia, indol, catalase e coagulase conjugada). Além disso, testes de sensibilidade antimicrobiana foram realizados para detectar Staphylococcus aureus resistente à meticilina e resistente à vancomicina. A idade do paciente e o tempo de internação foram de 10,5 anos e em média 8,8 dias. Trinta e três por cento das escovas dentais foram armazenadas expostas ao ambiente hospitalar, sem qualquer proteção. Acinetobacter spp. foram identificados em 33% e Pseudomonas aeruginosa em 22% das amostras. Além disso, um total de 11% das amostras estavam contaminadas por Staphylococcus aureus resistente à meticilina e resistente à vancomicina. A contaminação bacteriana hospitalar de escovas dentais, inclusive por Staphylococcus aureus resistente a antibióticos, foi frequente e fortemente associada à sua exposição direta ao ambiente hospitalar. Esses resultados enfatizam a importância da implementação de estratégias para prevenir a contaminação bacteriana das escovas de dente de pacientes hospitalizados.
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