Glifosato na disponibilidade do Manganês em solos
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i9.17749Palavras-chave:
Adsorção; Herbicida; Isoterma; Micronutriente.Resumo
O glifosato é utilizado em larga escala no mundo devido a sua ampla eficiência no controle de plantas daninhas. Por ter propriedade quelante, o herbicida pode formar complexos com cátions, interferindo na absorção de nutrientes pelas plantas. Assim, objetivou-se avaliar a disponibilidade de manganês (Mn) sob diferentes doses de glifosato em amostra sem solo, em um Neossolo Quartzarênico e em um Latossolo Vermelho Amarelo, coletados em Sinop (MT). Para isso, um ensaio de batelada foi realizado para avaliar a influência de diferentes doses de glifosato na sorção do Mn. As doses de glifosato avaliadas foram: 0; 2,5; 12,5; 50 e 125 L ha-1, e as de Mn foram: 0; 15,8; 27,8; 43,2 e 57,1 mg L-1; ambos preparados em CaCl2 à 0,01 mol L-1. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com três repetições. Os resultados foram submetidos à análise de variância, e quando significativos, analisados pelo teste Scott Knott a 5% de probabilidade. A isoterma de Freundlich foi a que melhor se adaptou aos dados. Os parâmetros Kf e n não diferiram entre os tratamentos. Foram observados maior sorção do Mn no Latossolo em relação ao Neossolo. Em 15,8 mg L-1 de Mn, maiores doses de glifosato resultaram em menos Mn disponível na solução dos dois solos analisados. Contudo, nas demais concentrações do micronutriente, as crescentes doses de glifosato resultaram em uma maior quantidade de Mn disponível na solução dos solos. O glifosato apresentou capacidade de complexar o Mn na dose recomendada do micronutriente para os dois solos.
Referências
Andrighetti, M. S., Nachtigall, G. R., Queiroz, S. C. N. de, Ferracini, V. L., & Ayub, M. A. Z. (2014). Biodegradação de glifosato pela microbiota de solos cultivados com macieira. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 21 (5), 1643-1653.
Basso, C. J., Santini, A. L., Lamego, F. P., & Girotto, E. (2011). Aplicação foliar de manganês em soja transgênica tolerante ao glifosato. Ciência Rural, 41 (10), 1726- 1731.
Barrett, K. A. & Mcbride, M. B. (2006). Trace element mobilization in soils by glyphosate. Soil Science Society of America Journal, 70, 1882–1888.
Beltrão, D. S., De-Campos, A. B., Moura, D. B., & Sousa, R. F. (2013). Changes in soluble manganese and iron concentrations of tropical wetland soils as influenced by glyphosate dosage. Communications in Soil Science and Plant Analysis, 44 (6), 1092–1096.
Caetano, M. S., Ramalho, T. C., Botrel, D. F., Cunha, E. F. F. da & Mello, W. C. de. (2012). Understanding the inactivation process of organophosphorus herbicides: A DFT study of glyphosate metallic complexes with Zn2+, Ca2+, Mg2+, Cu2+, Co3+, Fe3+, Cr3+, and Al3+. International Journal of Quantum Chemistry, 112 (15), 2752–2762.
Cakmak, I., Yazici, A., Tutus, Y., & Ozturk, L. (2009). Glyphosate reduced seed and leaf concentrations of calcium, manganese, magnesium, and iron in non-glyphosate resistant soybean. European Journal of Agronomy, 31.(3), 114–119.
Deka, J. & Sarma, H. P. (2012). Heavy metal contamination in soil in an industrial zone and its relation with some soil properties. Archives of Applied Science Research, 4 (2), 831-836.
EMBRAPA (1998). Centro Nacional de Pesquisa de Soja. Recomendações técnicas para a cultura da soja na região Central do Brasil. (Embrapa-Soja. Documento 107).
EMBRAPA (2018). Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Embrapa Solos.
Ferreira, D., F. (2011). Sisvar: a computer statistical analysis system. Ciência e agrotecnologia, 35 (6), 1039-1042.
Gros, P., Ahmed, A. A., Kühn, O. & Leinweber, P. (2019). Influence of metal ions on glyphosate detection by FMOC-Cl. Environmental Monitoring and Assessment, 191 (4).
Hippler, F. W. R., Reis, I. M. S., Boaretto, R. M., Quaggio, J. A. & Mattos Junior, D. (2014). Características adsortivas de solos e o suprimento de zinco e manganês para os citros. Citrus Research & Technology, 35(2), 73-83.
IBAMA (2020). Relatórios de comercialização de agrotóxicos. https://www.ibama.gov.br/agrotoxicos/relatorios-de-comercializacao-de-agrotoxicos.
Inglezakis, V. J. & Poulopoulos, S. G. (2006) Adsorption, ion exchange, and catalysis: Design of operations and environmental applications. 1.ed. Amsterdam: Elsevier, 2006. 595p.
ISAAA (2018). Global Status of Commercialized Biotech/GM Crops. https://www.isaaa.org/resources/publications/briefs/default.asp.
Lane, M., Lorenz, N., Saxena, J., Ramsier, C., Dick, R. P. (2012). The effect of glyphosate on soil microbial activity, microbial community structure, and soil potassium. Pedobiologia, 55, 335-342.
Mehrabi, N. & Soleimani, M. & Yeganeh, M. & Sharififard, H. (2015). Parameter optimization for nitrate removal from water using activated carbon and composite of activated carbon and Fe2O3 nanoparticles. Royal Society of Chemistry Advances, 5.
Mertens, M., Höss, S., Neumann, G., Afzal, J., & Reichenbecher, W. (2018). Glyphosate, a chelating agent-relevant for ecological risk assessment? Environmental Science and Pollution Research, 25 (6), 5298–5317.
Merotto Junior, A., Wagner, J., & Meneguzzi, C. (2015) Efeitos do herbicida glifosato e da aplicação foliar de micronutrientes em soja transgênica. Bioscience Journal, 31 (2), 499-508.
Miguel, P. S. B., Gomes, F. T., Rocha, W. S. D. da, Carvalho, C. A. de, & Oliveira, A. V. de. (2016) Efeitos tóxicos do alumínio no crescimento das plantas: mecanismos de tolerância, sintomas, efeitos fisiológicos, bioquímicos e controles genéticos. Centro de Ensino Superior Revista, 24 (1), 13-29.
Moreira, S. G., Prochnow, L. I., Kiehl, J. de C., Pauletti, V., & Martin-Neto, L. (2016). Chemical forms in soil and availability of manganese and zinc to soybean in soil under different tillage systems. Soil and Tillage Research, 163, 41-53.
Motta, A. C., Reeves, D. W., & Touchton, J. T. (2002). Tillage intensity effects on chemical indicators of soil quality in two coastal plain soils. Comm. Soil Sci. Plant Anal., 3, 913- 932.
Munira, S., Farenhorst, A., & Akinremi, W. (2018). Phosphate and glyphosate sorption in soils following long-term phosphate applications. Geoderma. 313, 146-153.
Oliveira, M. W. de, Silva, V. S. G. da, Oliveira, D. C. de, Silva, J. C. T. da, & Reis, R. M. dos S. (2014). Produção e qualidade da forragem de duas variedades de cana-de-açúcar influenciadas pela adubação com cobre e manganês. Revista Científica de Produção Animal, 14 (2), 165-168.
Rampazzo, N., Todorovic, G. R., & Mentler, A. (2013) Adsorption of glyphosate and AMPA in agricultural soils. Environmental Quality, 10, 1-10.
Reis, I. M. S., Melo, W. J. de, Marques Júnior, J., Ferraudo, A. S. & Melo, G. M. P. de. (2014). Adsorção de cádmio em Latossolos sob vegetação de mata nativa e cultivados. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 38, 1960-1969.
Shuman, L. M. (1977). Effect of soil properties on manganese interaction isotherms for four soils. Soil Science, Baltimore, 124, 77-81.
Sposito, G. (2008). The chemistry of soils. Oxford University Press.
Toni, L. R. M., Santana, H. de & Zaia, D. A. M. (2006). Adsorção de glifosato sobre solos e minerais. Química Nova, 29 (4), 829-833.
Vieira, M. G. A., Almeida Neto, A. F., Gimenes, M. L., & Silva, M. G. da. (2010). Sorption kinetics and equilibrium for the removal of nickel ions from aqueous phase on calcined Bofe bentonite clay, Journal of Hazardous Materials, 177, 362-371.
Zhou, D., Wang, Y., Cang, L., Hao, X., & Luo, X. (2004). Adsorption and cosorption of cadmium and glyphosate on two soils with different characteristics. Chemosphere, 57 (10), 1237-1244.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Teane Taffarel; Sayonara Andrade do Couto Moreno Arantes; Milene Carvalho Bongiovani; Pedro Alexandre Schopf; Kelte Resende Arantes; Cassiano Spaziani Pereira
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.