A linguagem como operadora do déficit na cultura: O viés capacitista na saúde e educação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i9.17889

Palavras-chave:

Epistemologia “crip”; Linguagem do déficit; Capacitismo; Hierarquização.

Resumo

O artigo, partindo de bases da sociologia do conhecimento e do movimento construcionista da psicologia social contemporânea, examina os mecanismos de “fabricação da realidade” que operam na cultura, criando e disseminando categorias eivadas de valores do déficit, aqui caracterizados como vieses que retroalimentam redes de significados capacitistas na sociedade. A epistemologia “crip”, também conhecida como teoria “crip”, serve de base para uma compreensão descolonizadora dos efeitos colaterais da linguagem do déficit, que imiscuindo-se em campos do conhecimento alargam as fronteiras do progressivo adoecimento da cultura. A análise de documentos da saúde e da educação entremeados com categorias do déficit reiteram mecanismos semióticos e político-ideológicos que demarcam valores hierarquizadores ainda presentes no terceiro milênio. Interroga-se, em que medida, movimentos anti-capacitistas podem se insurgir culturalmente contra o complexo-médico-acadêmico-industrial e conclui-se que a linguagem do déficit segue dominante, presente mesmo nos documentos mais progressistas das duas áreas estudadas, atuando como um instrumento de opressão contra as pessoas com deficiência e contribuindo para afastá-las de seus direitos humanos garantidos na Carta Magna.

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Publicado

24/07/2021

Como Citar

AMORIM, A. C. de; COSTA, L. S.; GERTNER, S. R. da C. B. .; FEMINELLA, A. P.; BERNARDES, V. A linguagem como operadora do déficit na cultura: O viés capacitista na saúde e educação. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 9, p. e21210917889, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i9.17889. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/17889. Acesso em: 23 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde