Políticas organizacionais de inclusão: práticas de respeito às minorias sexuais e de gênero

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i1.1894

Palavras-chave:

Minorias sexuais e de gênero; Empregabilidade; Gestão da diversidade; Políticas organizacionais; Diversidade e inclusão.

Resumo

O presente artigo apresenta e analisa modelos de gestão de políticas organizacionais de inclusão das minorias sexuais e de gênero (MSG) no trabalho. Para tanto, desenvolveu estudo bibliográfico sobre invisibilidade, marginalização e violência nas relações de trabalho que envolvem MSG, bem como pesquisa quantitativa, por meio da aplicação de questionário por disponibilidade e conveniência, sobre o conhecimento prévio das próprias MSG sobre políticas organizacionais a favor deste grupo. Das respostas, 194 atendiam ao critério de se considerar uma minoria sexual e/ou de gênero. Os dados foram tratados por meio de análise estatística e parte considerável dos respondentes declarou desconhecer uma empresa pró-MSG (0,62). Identificou-se, ainda, três modelos de inclusão na literatura, sendo eles: (i) dissolução das diferenças, que se caracteriza pela indiferença com a diversidade, buscando a homogeneização; (ii) celebração das diferenças, que demonstra respeito e cumprimento de diretrizes inclusivas e específicas às MSG; (iii) e aprendizagem e afetividade, modelo ideal no qual se valoriza a individualidade do empregado. Diante do estudo desenvolvido, percebeu-se que existem meios de concretizar a inclusão das MSG nas relações de trabalho, cabendo às empresas implementar políticas que devem ir além do discurso pela diversidade, tornando o ambiente de trabalho seguro e saudável.

Biografia do Autor

Luiz Paulo Ribeiro, Universidade Federal de Minas Gerais

Psicólogo, Metre em Promoção de saúde e prevenção da Violência, Doutor em Educação. Professor de Psicologia Social da Educação na Faculdade de Educação da UFMG.

Henrique da Silveira Zanin, Universidade de São Paulo

Advogado, mestrando em Direitos Humanos pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, Especialista em Direito do Trabalho pela Escola Brasileira de Direito.

Ivan Paulo da Silva, Centro Universitário de Belo Horizonte

Graduando em Psicologia pelo Centro Universitário de Belo Horizonte.

Ana Flávia Maciel Dias, Centro Universitário de Belo Horizonte

Graduanda em Psicologia pelo Centro Universitário de Belo Horizonte.

Referências

Antunes, R. (1999). Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Boitempo Editorial.

Biscalchim, S. M. & Araujo, R. K. (2016). Políticas públicas para ingresso da(o) jovem LGBT no mercado. Curitiba: UFPR.

Carrieri, A. P, Souza, E. M & Aguiar, A. R. C. (2014). Trabalho, violência e sexualidade: estudo de lésbicas, travestis e transexuais. Revista de Administração Contemporânea, 18(1):78-95.

Cunha, L. & Rios, V. (2006). Mercado transgênero e a dignidade da pessoa humana sob perspectiva do capitalismo humanista. Revista dos tribunais. Disponível em: http://www.mpsp.mp.br/portal/documentacao_e_ divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/RTrib_n.972.09.pdf. Acesso em 24 de outubro 2019.

Dejours, C. (1988). A loucura do trabalho: estudo de psicopatologia do trabalho. São Paulo: Cortez-Oboré.

Debeluck, B. & Timm, N. (2015). Lançamento de estudo sobre os conceitos de família pela Famecos. Disponível em: http://portal.eusoufamecos.net/famecos-lanca-estudo-sobre-conceitos-de-familia-2/. Acesso em 25 de outubro de 2019.

Geoffroy, M. & Chamberland, L. (2015). Discrimination des minorités sexueles et de genre au travail: quelles implications pour la santé mentale? Santé mentale au Québec, 40(3):145-172.

Heloani, J. R. & Capitão, C. G. (2012). Sexualidade e trabalho na visão da psicanálise. In: Freitas, M.E. & Dantas, M. (Orgs.). Diversidade Sexual e trabalho (p. 23-49). São Paulo: Cengage Learning.

Hirigoyen, M. (2012). Abus de faiblesse et autres manipulations. Montréal: Éditions Jean Claude Lattès.

Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social. (2013). O compromisso das empresas com os direitos humanos LGBT. São Paulo: Instituto Ethos.

Irigaray, H. A. R. (2011). Orientação sexual e trabalho. FGV-EBAPE, 10.

Kaffer, K. (2016). A transexualidade e o mercado formal de trabalho: principais dificuldades para a inserção profissional. In: Anais do Congresso Brasileiro de Estudos Organizacionais. Curitiba, PR.

Menegon, L. F & Casado, T. (2015). Amor à primeira vista: o desafio da licença maternidade dupla. Revista Brasileira de Casos de Ensino em Administração, 5(2):1-13.

Pereira, A. S., Shitsuka, D. M., Parreira, F. J. & Shitsuka, R. (2018). Metodologia da pesquisa científica. Santa Maria: NTE/UFSM. Disponível em: https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/15824/Lic_Computacao_Metodologia-Pesquisa-Cientifica.pdf?sequence=1. Acesso em: 25 de outubro de 2019.

Riley, D. M. (2008). LGBT-Friendly Workplaces in Engenineering. Leadership and Management in Engineering, 8(1) :19-23. Disponível em: https://ascelibrary.org/doi/abs/10.1061/%28ASCE%291532-6748%282008%298% 3A1%2819%29. Acesso em: 20 de outubro de 2019.

Sales, R. G. (2017). Políticas de respeito à diversidade sexual no ambiente de trabalho. (Dissertação de Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo.

Souza, E. M. & Pereira, S. J. N. (2013). (Re)produção do heterossexismo e da heteronormatividade nas relações de trabalho: a discriminação de homossexuais por homossexuais. Revista de Administração Mackenzie, 14(4):76-105.

Siqueira, M. V. S. (2009). Homofobia e violência moral no trabalho no Distrito Federal. Organ. Soc., 16(50):447-461.

Trades Union Congress (2017). The Cost of Being Out at Work LGBT+ : workers' experiences of harassment and discrimination. Londres. Disponível em: https://www.tuc.org.uk/sites/default/files/LGBTreport17.pdf. Acesso em: 25 de outubro de 2019.

Villani, F. B. (2018). A população “T” e o mercado de trabalho em Belo Horizonte/MG: uma análise das consequências da exclusão (Monografia de graduação). Centro Universitário de Belo Horizonte, Belo Horizonte.

Zanin, H. S., Ferreira, L. S. & Ribeiro, L. P. (2019). Ingresso e Permanência no Trabalho e Emprego por Sujeitos LGBT+ em Belo Horizonte, Brasil. Id on Line. Rev. Mult. Psic., 13(44):443-457.

Downloads

Publicado

01/01/2020

Como Citar

RIBEIRO, L. P.; ZANIN, H. da S.; SILVA, I. P. da; DIAS, A. F. M. Políticas organizacionais de inclusão: práticas de respeito às minorias sexuais e de gênero. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 1, p. e176911894, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i1.1894. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/1894. Acesso em: 1 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências Humanas e Sociais