Articaína: aspectos moleculares e aplicabilidade na clínica odontológica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i10.18954

Palavras-chave:

Anestesia local; Articaína; Epinefrina; Toxicidade.

Resumo

A anestesia local é comumente utilizada na odontologia para realização de procedimentos que envolvem dor. Os anestésicos locais atualmente disponíveis são pertencentes ao grupo amida e atuam bloqueando, temporariamente, a passagem de impulso nervoso. A articaína, apesar de ser um anestésico relativamente novo em relação aos demais, vem sendo amplamente utilizada, mostrando diversos benefícios clínicos; contudo, é um fármaco comumente associado a episódios de parestesia não cirúrgica. O objetivo deste trabalho foi revisar a literatura acerca da utilização da articaína na odontologia, destacando suas características clínicas e moleculares e as possíveis complicações decorrentes do seu uso. O presente trabalho foi realizado por meio de uma pesquisa bibliográfica de artigos científicos e livros sobre o tema, buscando conhecer as supostas vantagens e desvantagens do uso da articaína nos procedimentos odontológicos. Em relação às vantagens, apresenta alta capacidade de difusão para o interior da célula nervosa, o que possibilita altas taxas de sucesso e curto tempo de latência, além de curto tempo de meia-vida e duração de ação mais prolongada, em comparação com os demais anestésicos locais. No que se refere às supostas desvantagens, a articaína tem sido comumente associada a um risco aumentado de parestesia não cirúrgica, provavelmente por conta da maior concentração em que é comercializada, a 4%. Entretanto, não existem evidências suficientes para confirmar esta relação e nem para refutar. Foi possível concluir que a articaína é um anestésico local efetivo e seguro para uso na clínica odontológica, apresentando algumas vantagens sobre outros anestésicos locais comumente utilizados.

Referências

Abu-Mostafa, N., Al-Showaikhat, F., Al-Shubbar, F., Al-Zawad, K., & Al-Banawi, F. (2015). Hemodynamic changes following injection of local anesthetics with different concentrations of epinephrine during simple tooth extraction: A prospective randomized clinical trial. Journal of Clinical and Experimental Dentistry, 7(4), e471–e476. https://doi.org/10.4317/jced.52321

Bartlett, G., & Mansoor, J. (2016). Articaine buccal infiltration vs lidocaine inferior dental block - A review of the literature. British Dental Journal, 220(3), 117–120. https://doi.org/10.1038/sj.bdj.2016.93

Becker, D. E., & Reed, K. L. (2012). Local Anesthetics: Review of Pharmacological Considerations. Anesthesia Progress, 59(2), 90–102. https://doi.org/10.2344/0003-3006-59.2.90

Britto, A. C. S., Oliveira, A. C. A. DE, Lima, C. A. A., Souza, L. M. de A., Paixão, M. S., & Groppo, F. C. (2014). Comparação da latência anestésica de Articaína, Lidocaína, Levobupivacaína e Ropivacaína através de “Pulp Tester.” Revista de Odontologia Da UNESP, 43(1), 8–14. https://doi.org/10.1590/s1807-25772014000100002

De Morais, H. H. A., Holanda Vasconcellos, R. J., De Santana Santos, T., Rocha, N. S., Da Costa Araújo, F. A., & De Carvalho, R. W. F. (2013). Clinical study of hemodynamic changes comparing 4% articaine hydrochloride with 1:100,000 and 1:200,000 epinephrine. Oral Surgery, Oral Medicine, Oral Pathology and Oral Radiology, 116(1), e14–e22. https://doi.org/10.1016/j.oooo.2011.10.043

Dhimar, A. A., Sangada, B. R., Upadhyay, M. R., & Patel, S. H. (2018). I-Gel versus laryngeal mask airway ( LMA ) classic as a conduit for tracheal intubation using ventilating bougie. 34(1), 467–472. https://doi.org/10.4103/joacp.JOACP

Gaffen, A. S., & Haas, D. A. (2009). Retrospective Review of Voluntary Reports of. Journal (Canadian Dental Association), 75(8).

Garisto, G. A., Gaffen, A. S., Lawrence, H. P., Tenenbaum, H. C., & Haas, D. A. (2010). Occurrence of paresthesia after dental local anesthetic administration in the United States. The Journal of the American Dental Association, 141(7), 836–844. https://doi.org/10.14219/jada.archive.2010.0281

Kakroudi, S. H. A., Mehta, S., & Millar, B. J. (2015). Articaine hydrochloride: is it the solution? Dental Update, 42(1), 88–93. https://doi.org/10.12968/denu.2015.42.5.493

Lasemi, E., Sezavar, M., Habibi, L., Hemmat, S., Sarkarat, F., & Nematollahi, Z. (2015). Articaine (4%) with epinephrine (1:100.000 or 1:200.000 ) in inferior alveolar nerve block: Effects on the vital signs and onset, and duration of anesthesia. J Dent Anesth Pain Med, 15(4), 201–205.

Lima, J. L., Dias-Ribeiro, E., Ferreira-Rocha, J., Soares, R., Costa, F. W. G., Fan, S., & Sant’ana, E. (2013). Comparison of buccal infiltration of 4% articaine with 1 : 100,000 and 1 : 200,000 epinephrine for extraction of maxillary third molars with pericoronitis: a pilot study. Anesthesia Progress, 60(2), 42–45. https://doi.org/10.2344/0003-3006-60.2.42

Malamed, S. F. (2005). Manual de Anestesia Local (5a ed.). Elsevier Editora Ltda.

MALAMED, S. F. (2013). Manual de anestesia local (6a ed.)Elsevier.

Mcentire, M., Nusstein, J., Drum, M., Reader, A., & Beck, M. (2011). as a Primary Buccal Infiltration in the Mandibular First Molar. Journal of Endodontics, 37(4), 450–454. https://doi.org/10.1016/j.joen.2010.12.007

Moore, P. A., Boynes, S. C., Hersh, E. V., DeRossi, S. S., Sollecito, T. P., Goodson, J. M., & Hutcheson, M. (2006). The anesthetic efficacy of 4 percent articaine 1:200,000 epinephrine: Two controlled clinical trials. Journal of the American Dental Association, 137(11), 1572–1581. https://doi.org/10.14219/jada.archive.2006.0093

Moore, P. A., & Hersh, E. V. (2010). Local Anesthetics: Pharmacology and Toxicity. Dental Clinics of North America, 54(4), 587–599. https://doi.org/10.1016/j.cden.2010.06.015

Pereira, L. A. P., Groppo, F. C., Bergamaschi, C. D. C., Meechan, J. G., Ramacciato, J. C., Motta, R. H. L., & Ranali, J. (2013). Articaine (4%) with epinephrine (1:100,000 or 1:200,000) in intraosseous injections in symptomatic irreversible pulpitis of mandibular molars: Anesthetic efficacy and cardiovascular effects. Oral Surgery, Oral Medicine, Oral Pathology and Oral Radiology, 116(2), e85–e91. https://doi.org/10.1016/j.oooo.2011.10.045

Snoeck, M. (2013). Articaine: A review of its use for localand regional anesthesia. Local and Regional Anesthesia, 5(1), 23–33. https://doi.org/10.2147/LRA.S16682

Thakare, A., Bhate, K., & Kathariya, R. (2014). Comparison of 4% articaine and 0.5% bupivacaine anesthetic efficacy in orthodontic extractions: Prospective, randomized crossover study. Acta Anaesthesiologica Taiwanica, 52(2), 59–63. https://doi.org/10.1016/j.aat.2014.04.006

Victorino, F. R., Daniel, A. N., Iwaki Filho, L., Camarini, E. T., Mazucheli, J., & Pavan, Â. J. (2004). Análise comparativa entre os anestésicos locais Articaína 4% e Prilocaína 3% na extração de terceiros molares retidos em humanos. Acta Scientiarum - Health Sciences, 26(2), 351–356. https://doi.org/10.4025/actascihealthsci.v26i2.1588

Yapp, K. E., Hopcraft, M. S., & Parashos, P. (2011). Articaine: a review of the literature. British Dental Journal, 210(7), 323–329. https://doi.org/10.1038/sj.bdj.2011.240

Downloads

Publicado

11/08/2021

Como Citar

GONÇALVES, C. M. .; SIMÕES, I. B. .; RODRIGUES, L. D. .; TAVARES, L. F. .; TOTOLA, P. H. B. .; BOTASSI, R. dos S. .; CALENZANI, A. L. Z. .; MELLO ASSIS, P. S. de. Articaína: aspectos moleculares e aplicabilidade na clínica odontológica. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 10, p. e299101018954, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i10.18954. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/18954. Acesso em: 8 jul. 2024.

Edição

Seção

Artigos de Revisão