Instrumentos para avaliação de feridas: scoping review
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i11.19246Palavras-chave:
Cicatrização; Ferimentos e lesões; Prática clínica baseada em evidências.Resumo
Este estudo buscou identificar e descrever os principais instrumentos utilizados para análise de feridas, além de levantar sua validação e adaptação transcultural para a língua portuguesa. Trata-se de uma revisão de escopo elaborada segundo o método proposto pelo Joanna Briggs Institute. As bases de dados Portal Regional da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), MEDLINE (sob a interface do Pubmed), Scopus, Web of Science, CINAHL, LILACS e Scielo foram consultadas a fim de identificar estudos que utilizaram pelo menos um instrumento validado para a avaliação de feridas até janeiro de 2021. A literatura cinzenta foi verificada através do Google Scholar. A estratégia de busca foi desenvolvida utilizando Descritores em Saúde (DeCS) e termos MeSH como cicatrização, estudo de avaliação e avaliação em enfermagem. Os estudos foram incluídos independente do desenho utilizado, apenas estudos que não relatassem o uso de algum instrumento para avaliação de feridas, ou estudos envolvendo modelos pré-clínicos foram excluídos. Dois revisores selecionaram os artigos de forma independente. Os instrumentos encontrados foram descritos e categorizados após a calibração dos revisores. 51 instrumentos para avaliação de feridas foram encontrados em um total de 110 estudos selecionados. Esses instrumentos envolveram diferentes abordagens na prática clínica (cicatrização, infecção, dor provocada pela ferida, etc). No entanto, apenas oito (15,7%) foram adaptados transculturalmente para utilização na língua portuguesa. Este estudo sugere que mais instrumentos sejam desenvolvidos e adaptados para a língua portuguesa do Brasil, a fim de que o diagnóstico e tratamento de feridas possam ser mais precisos.
Referências
Abbade, L. P. F. (2010). Preparo do leito da ferida. In W. Malagutti (Ed.), Curativos, Estomias e Dermatologia: uma abordagem profissional. (pp. 63–76). Martinari.
Alves, D. F. dos S., Almeida, A. O. de, Silva, J. L. G., Morais, F. I., Dantas, S. R. P. E., & Alexandre, N. M. C. (2015). Translation and Adaptation of the Bates-Jensen Wound Assessment Tool for the Brazilian culture. Texto Contexto Enferm, 24(3), 826–833. https://doi.org/10.1590/0104-07072015001990014
Aron, S., & Gamba, M. A. (2009). Preparo do Leito da Ferida e a História do TIMEWound Bed Preparation and a History of TIME. ESTIMA, Braz. J. Enterostomal Ther., 7(4).
Bates-Jensen, B. M., Vredevoe, D. L., & Brecht, M. L. (1992). Validity and reliabitity of the Pressure Sore Status Tool. Decubitus, 5(6), 20–28.
Bergin, S. M., Gurr, J. M., Allard, B. P., Holland, E. L., Horsley, M. W., Kamp, M. C., Lazzarini, P. A., Nube, V. L., Sinha, A. K., Warnock, J. T., Alford, J. B., & Wraight, P. R. (2012). Australian Diabetes Foot Network: management of diabetes‐related foot ulceration — a clinical update. Medical Journal of Australia, 197(4), 226–229. https://doi.org/10.5694/mja11.10347
Brasil. (2021). Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM. http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/obt10RJ.def
Cardinelli, C. C., Lopes, L. P. N., Di Piero, K. C., & Freitas, Z. M. F. (2021). Tools for wound assessment: a scoping review. https://doi.org/ 10.17605/OSF.IO/SREY3
Carville, K., Lewin, G., Newall, N., Haslehurst, P., Michael, R., Santamaria, N., & Roberts, P. (2007). STAR: a consensus for skin tear classification. Primary Intention, 15(1), 8–25.
Chadwick, P., Edmonds, M., McCardle, J., & Armstrong, D. (2013). International Best Practice Guidelines: Wound Management in Diabetic Foot Ulcers. Wounds International.
Costa, R. K. de S., Torres, G. de V., Salvetti, M. de G., Azevedo, I. C. de, & Costa, M. A. T. da. (2015). Instrument for evaluating care given by undergraduate nursing students to people with wounds. Revista Da Escola de Enfermagem Da USP, 49(2), 0317–0325. https://doi.org/10.1590/S0080-623420150000200018
Dantas, D. V., Torres, G. D. V., & Dantas, R. A. N. (2012). Assistência aos portadores de feridas: caracterização dos protocolos existentes no Brasil. Ciência, Cuidado e Saúde, 10(2). https://doi.org/10.4025/cienccuidsaude.v10i2.8572
Domingues, E. A. R., Carvalho, M. R. F., & Kaizer, U. A. de O. (2018). Adaptação transcultural de um instrumento de avaliação de feridas. Cogitare Enfermagem, 23(3), e2684. https://doi.org/10.5380/ce.v23i3.54927
EPUAP, NPIAP, & PPPIA. (2019). Prevention and Treatment of Pressure Ulcers/Injuries: Clinical Practice Guideline (3a). EPUAP/NPIAP/PPPIA.
Evans, R., Kuhnke, J. L., Burrows, C., Kayssi, A., Labrecque, C., O’Sullivan-Drombolis, D., & Houghton, P. (2019). Best Practice Recommendations For The Prevention and Management of Venous Leg Ulcers. Canadian Association of Wound Care (Wounds Canada).
Garbuio, D. C., Zamarioli, C. M., Silva, N. C. M. da, Oliveira-Kumakura, A. R. D. S., & Carvalho, E. C. (2018). Instrumentos para avaliação da cicatrização de lesões de pele: revisão integrativa. Rev. Eletr. Enferm, 20. https://doi.org/10.5216/ree.v20.49425
Günes, U. Y. (2009). A prospective study evaluating the Pressure Ulcer Scale for Healing (PUSH Tool) to assess stage II, stage III, and stage IV pressure ulcers. Ostomy Wound Manage, 55(5), 48–52.
Harris, C., Bates-Jensen, B., Parslow, N., Raizman, R., Singh, M., & Ketchen, R. (2010). Bates-Jensen Wound Assessment Tool. Journal of Wound, Ostomy & Continence Nursing, 37(3), 253–259. https://doi.org/10.1097/WON.0b013e3181d73aab
Healey, F. (1997). Classificação das úlceras de pressão II. Nursing, 109, 16–20.
International Diabetes Federation. (2015). IDF Diabetes Atlas (7a.).
Leblanc, K., Baranoski, S., Christensen, D., Langemo, D., Sammon, M. A., Edwards, K., Holloway, S., Gloeckner, M., Williams, A., Sibbald, R. G., & Regan, M. (2013). International skin tear advisory panel: A tool kit to aid in the prevention, assessment, and treatment of skin tears using a simplified classification system. Advances in Skin and Wound Care, 26(10), 459–476. https://doi.org/10.1097/01.ASW.0000434056.04071.68
Lima, R. V. K. S., Coltro, P. S., & Farina Júnior, J. A. (2017). Negative pressure therapy for the treatment of complex wounds. Revista Do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, 44(1), 81–93. https://doi.org/10.1590/0100-69912017001001
Lipsky, B. A., Berendt, A. R., Cornia, P. B., Pile, J. C., Peters, E. J. G., Armstrong, D. G., Deery, H. G., Embil, J. M., Joseph, W. S., Karchmer, A. W., Pinzur, M. S., & Senneville, E. (2012). 2012 Infectious Diseases Society of America Clinical Practice Guideline for the Diagnosis and Treatment of Diabetic Foot Infectionsa. Clinical Infectious Diseases, 54(12), e132–e173. https://doi.org/10.1093/cid/cis346
Mandelbaum, S. H., Di Santis, É. P., & Mandelbaum, M. H. S. (2003). Cicatrização: conceitos atuais e recursos auxiliares - Parte I. An. Bras. Dermatol., 78(4), 393–408. https://doi.org/10.1590/S0365-05962003000400002
Olczyk, P., Mencner, Ł., & Komosinska-Vassev, K. (2014). The Role of the Extracellular Matrix Components in Cutaneous Wound Healing. BioMed Research International, 2014, 1–8. https://doi.org/10.1155/2014/747584
Ousey, K., Rogers, A. A., & Rippon, M. G. (2016). Hydro-responsive wound dressings simplify T.I.M.E. wound management framework. British Journal of Community Nursing, 21(Sup12), S39–S49. https://doi.org/10.12968/bjcn.2016.21.Sup12.S39
Peters, M., Godfrey, C., McInerney, P., Munn, Z., Trico, A., & Khalil, H. (2020). Chapter 11: Scoping Reviews. In JBI Manual for Evidence Synthesis. JBI. https://doi.org/10.46658/JBIMES-20-12
Restrepo-Medrano, J. C., & Verdú Soriano, J. (2011). Desarrollo de un índice de medida de la evolución hacia la cicatrización de las heridas crónicas. Gerokomos, 22(4), 176–183. https://doi.org/10.4321/S1134-928X2011000400005
Santos, V. L. C. de G., Azevedo, M. A. J., Silva, T. S. da, Carvalho, V. M. J., & Carvalho, V. F. de. (2005). Adaptação Transcultural Do Pressure Ulcer Scale For Healing (Push) Para A Língua Portuguesa. Rev Latino-Am Enfermagem, 13(3), 305–313.
Silva, C. V. B., Campanili, T., LeBlanc, K., Baranoski, S., & Santos, V. (2018). Adaptação cultural e validade de conteúdo do ISTAP Skin Tear Classification para o português no Brasil. ESTIMA, Braz. J. Enterostomal Ther, 16, e2618. https://doi.org/10.30886/estima.v16.590_PT
Silveira, I. A., Oliveira, B. G. R. B. de, Souza, P. A. de, Santana, R. F., & Carvalho, M. R. de. (2020). Cross-cultural adaptation of the Leg Ulcer Measurement Tool for Brazil: nursing methodology research. Revista Brasileira de Enfermagem, 73(4). https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0944
Strazzieri-Pulido, K. C., Santos, V. L. C. de G., & Carville, K. (2015). Cultural adaptation, content validity and inter-rater reliability of the “STAR Skin Tear Classification System.” Revista Latino-Americana de Enfermagem, 23(1), 155–161. https://doi.org/10.1590/0104-1169.3523.2537
Tchero, H., Kangambega, P., Fluieraru, S., Bekara, F., & Teot, L. (2019). Management of infected diabetic wound: a scoping review of guidelines. F1000Research, 8, 737. https://doi.org/10.12688/f1000research.18978.1
Tricco, A. C., Lillie, E., Zarin, W., O’Brien, K. K., Colquhoun, H., Levac, D., Moher, D., Peters, M. D. J., Horsley, T., Weeks, L., Hempel, S., Akl, E. A., Chang, C., McGowan, J., Stewart, L., Hartling, L., Aldcroft, A., Wilson, M. G., Garritty, C., & Straus, S. E. (2018). PRISMA extension for scoping reviews (PRISMA-ScR): Checklist and explanation. Annals of Internal Medicine, 169(7), 467–473. https://doi.org/10.7326/M18-0850
Waidman, M. A. P., Rocha, S. C., Correa, J. L., Brischiliari, A., & Marcon, S. S. (2011). O Cotidiano Do Indivíduo Com Ferida Crônica E Sua Saúde Mental. Texto Contexto Enferm2, 20(4), 691–699.
Woodbury, M. G., Houghton, P. E., Campbell, K. E., & Keast, D. H. (2004). Development, validity, reliability, and responsiveness of a new leg ulcer measurement tool. Adv Skin Wound Care, 17(4), 187–196. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/%0Apubmed/15360028
Yamada, B. F. A., & Santos, V. L. C. de G. (2009). Development and Validation of Ferrans & Powers Quality of Life Index - Wound version*. Rev Esc Enferm USP, 43(Spe), 1033–11.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Camila Castanho Cardinelli; Luis Phillipe Nagem Lopes; Karina Chamma Di Piero; Zaida Maria Faria de Freitas
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
