Trabalho flexível e tempo livre: utopias da Pós-modernidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i11.19372

Palavras-chave:

Trabalho flexível; Tempo livre; Utopia.

Resumo

As transformações no mundo do trabalho no final da década de 1990 e as primeiras décadas do século XXI, alteraram substancialmente as relações espaço-temporais e a produtividade dos trabalhadores. Novos arranjos em virtude do caráter informacional e especializado dos serviços home office têm fomentado a crença social de que estamos na era do trabalho flexível e do tempo livre. Nesse sentido, o objetivo deste ensaio é demonstrar que o tempo livre na perspectiva de Marx, possível apenas com a redução da jornada de trabalho, na pós-modernidade assume uma roupagem utópica em que, cada vez mais, o trabalhador vem transformando o período reservado ao descanso em outras formas de trabalho como a uberização e o teletrabalho. Este estudo configura-se como bibliográfico e o que se constatou é que o fetiche da flexibilidade e do tempo livre ao trabalhador é um dos grandes atrativos para adesão aos tipos de trabalho flexível, sendo mais uma estratégia do capitalismo para a exploração da mão de obra física e intelectual do trabalhador.

Biografia do Autor

Alessandro Fonseca Câmara, Instituto Federal do Norte de Minas Gerais

Possui graduação em Administração pela Universidade Estadual de Montes Claros (1996) Especialização em Gestão Estratégica pela UNIMONTES (2000), Especialização em Educação a Distância, pela UNIMONTES (2013). É Administrador no Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais - IFNMG. Coordenador de Administração e Planejamento do CEAD-IFNMG; Desenvolve atividades de apoio a Educação a Distância. Participa de diversos comitês e comissões para o desenvolvimento institucional e em especial da Educação na área de abrangência do IFNMG. Mestrando em desenvolvimento social na UNIMONTES 

Maria da Luz Alves Ferreira, Universidade Estadual de Montes Claros

Possui doutorado em Ciências Humanas (Sociologia e Política) (2007), pela UFMG, e mestrado em Sociologia pela Universidade de Brasília (2000). É professora lotada no Departamento de Politica e Ciências Sociais e ministra aulas no Curso de Ciências Sociais e no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social da Universidade Estadual de Montes Claros. Área de atuação: Sociologia, com ênfase em Teoria Sociológica Contemporânea, atuando principalmente nos seguintes temas: trabalho informal, cidadania e relações de gênero, estratificação e desigualdades sociais: raça, gênero e classee Sociologia da América Latina. Exerceu o cargo de Chefe de Departamento de Política e Ciências Sociais da UNIMONTES no bienio de 2007 - 2009 tendo sido reeleita para o biênio 2009-2011. Foi bolsista de Produtividade da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais - BIP/FAPEMIG (2015 e 2016). Foi coordenadora operacional do Doutorado Interinstitucional em Ciências Sociais convênio Universidade Estadual do Rio de Janeiro e Universidade Estadual de Montes Claros 2012 - 2016. Foi coordenadora associada do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social - PPGDS no biênio 2014-2016. Foi Editora da Revista Argumentos no período de 2011 a 2017. Foi coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social - PPGDS para o biênio de 2016-2018. É pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Avaliação de Políticas Publicas e Sociais e do Grupo de Pesquisa Gênero e Violência. É membro Rede Brasileira de Pesquisadores Latino-Americanistas e Caribeanistas - BLAC (desde 2017) e membro da Conselho Latino Americano de Ciências Sociais - CLASCO.

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Publicado

24/08/2021

Como Citar

CÂMARA, A. F.; FERREIRA, M. da L. A. . Trabalho flexível e tempo livre: utopias da Pós-modernidade. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 11, p. e98101119372, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i11.19372. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/19372. Acesso em: 5 jun. 2025.

Edição

Seção

Ciências Humanas e Sociais