Como as tecnologias assistivas para acesso a computadores podem ajudar as pessoas com lesão medular?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i2.19793

Palavras-chave:

Lesão medular; Tecnologia assistiva; Autonomia; Bioética.

Resumo

Objetivo: analisar a percepção de indivíduos com tetraplegia por lesão medular sobre a influência do uso de recursos de tecnologia assistiva (TA) para acesso a computadores no seu cotidiano. Método: estudo com abordagem qualitativa, tendo como referencial teórico-metodológico, a Grounded Theory ou Teoria Fundamentada nos Dados. Foram realizadas 27 entrevistas semiestruturada com indivíduos com tetraplegia assistidos na Rede SARAH de Hospitais de Reabilitação de Brasília. Os dados foram analisados com o auxílio do software ATLAS.ti. Resultados: As TA para acesso a computadores possibilitam a diminuição da vulnerabilidade e a ampliação da autonomia das pessoas portadoras de lesão medular grave, em diversas perspectivas, bem como a sua reinserção social e no trabalho. Conclusão: É necessário incluir nos serviços de atendimento as pessoas com lesão medular grave, a possibilidade de uso TA, desde o inicio do tratamento, com devido acompanhamento de profissionais qualificados para orientar o uso dos mesmos. Assim sendo, deve-se reconhecer o direito de acesso a TA a essas pessoas para melhoria da qualidade de vida e alcance da dignidade humana. Torna-se um imperativo ético garantir o acesso dessas pessoas aos recursos de TA, através da ampliação de políticas públicas intersetoriais, que não pode estar apartado de outros esforços empreendidos pelo poder público, no sentido de qualificar a vida social desses cidadãos.

Biografia do Autor

Valeria Baldassin, Associação das Pioneiras Sociais

Associação das Pioneiras Sociais: Brasília, DF,BR.

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Publicado

19/01/2022

Como Citar

BALDASSIN, V. .; SHIMIZU, H. E. . Como as tecnologias assistivas para acesso a computadores podem ajudar as pessoas com lesão medular?. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 2, p. e9711219793, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i2.19793. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/19793. Acesso em: 27 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde