Currículo surdo: a luta contra a hegemonia ouvinte inclusiva

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i11.19794

Palavras-chave:

Surdo; Currículo; Hegemonia Ouvinte; Inclusão Escolar; Ensino.

Resumo

O atual currículo escolar inclusivo permeia as escolas de ensino regular, o que propicia reflexões político-pedagógicas para discutir quanto ao universo educacional do Surdo, uma vez que a identidade linguística se diferencia da modalidade oral-auditiva. O nosso objetivo é abordar sobre o currículo escolar inclusivo para os Surdos, e discorrer sobre a luta da comunidade surda contra essa hegemonia curricular.  Trata-se de um trabalho teórico, amparado a luz de autores e pesquisares que oportunizam a construção de conhecimentos, diálogos e críticas frente ao recorrente e atual modelo de ensino, ideologias e práticas ao alunado Surdo. Este trabalho surgiu através da disciplina “Concepções e Diretrizes Curriculares nas Ciências”, do curso de Mestrado Acadêmico em Educação em Ciências na Amazônia, da Universidade do Estado do Amazonas. Estudos que tratem sobre o currículo escolar inclusivo, e principalmente sobre entender quanto a especificidade educacional do sujeito Surdo, poderá contar com subsídios que colaboram para a desconstrução do atual modelo de educação inclusivo, propiciando assim, a construção para uma educação diferenciada e que realmente contemple a modalidade visual do alunado Surdo. Argumentamos que educação bilíngue e currículo Surdo é a modalidade de ensino necessária ao Surdo, pois volta-se para uma proposta que abraça as especificidades, cultura, língua e história do povo e da comunidade Surda, promovendo verdadeiramente o desenvolvimento de indivíduos cidadãos, oportunizando ainda o direito de realmente estar e fazer parte de um espaço em que o encontro com seus semelhantes e com uma comunidade construa identidades e consciência Surda.

Biografia do Autor

Jackson da Silva Vale, Universidade do Estado do Amazonas

Mestre em Educação e Ensino de Ciências na Amazônia pela Universidade do Estado do Amazonas. Membro da Comissão de Políticas Institucionais de Inclusão das Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais. Professor da Universidade do Estado do Amaznas - UEA.

Lucinete Gadelha da Costa, Universidade do Estado do Amazonas

Graduação em Pedagogia pela Universidade Federal do Amazonas (1995) com Habilitação em Orientação Escolar, Especialização em Educação Popular (1998), Mestrado em Educação pela Universidade Federal do Amazonas - UFAM (2001), Doutorado em Educação - Universidade Federal da Paraíba (2012). Desenvolve estudos sobre os temas: Formação de Professores, Gestão educacional, Currículo, Educação Popular, Educação do Campo e Ensino de Ciências. Professora adjunta da Universidade do Estado do Amazonas- UEA, vinculada ao curso de Pedagogia, Programa de Pós-graduação em Educação em Ensino de Ciências na Amazônia e líder do Grupo de Estudo e Pesquisa em Formação de Professores para a Educação em Ciências na Amazônia (GEPEC/UEA).

Debora Rocha de Souza Vale, Universidade do Estado do Amazonas

Bacharel em Letras/LIBRAS pela Universidade Federal de Santa Catarina/UFSC. Proficiência em LIBRAS (PROFLIBRAS) pela Universidade Federal do Amazonas - UFAM. Prestação de Serviços junto a Universidade do Estado do Amazonas como Tradutor e Intérprete de LIBRAS. Tradutora e Intérprete de Libras na Secretaria de Estado de Educação e Qualidade de Ensino do Estado do Amazonas-SEDUC. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Especial e Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).

Referências

Apple, M. W. (1995). Repensando Ideologia e Currículo. In: MOREIRA, A. F. B. & SILVA, T. T. (Orgs.). Currículo, cultura e sociedade. São Paulo: Cortez.

Arroyo, M. (2013). Currículo, território em disputa. 5ed. Petrópolis: Vozes.

Brasil. (2008). Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva de Educação Inclusiva.

Brasil. (2020). Decreto nº 10.502, de 30 de setembro de 2020. Institui a Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida.

Campello, A. R., & Rezende, P. L. F. (2014). Em defesa da escola bilíngue para surdos: a história de lutas do movimento surdo brasileiro. Educar em Revista, v. 2, n. Curitiba, Brasil, Edição Especial n. 2/2014, pp. 71-92. Editora UFPR, pp. 71–92. https://www.scielo.br/pdf/er/nspe-2/06.pdf.

Casali, A. M. D. (2015). Educação pública: desafios à avaliação. In: SÃO PAULO. Magistério. Secretaria Municipal de Educação, n. 4. São Paulo: SME/DOT.

Feneis. (2020). Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos. NOTA DE APOIO E ESCLARECIMENTO SOBRE O DECRETO DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL. Documento elaborado pela FENEIS. Belo Horizonte. (Texto digitado).

Feneis. (1999). Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos. Que educação nós surdos queremos. Documento elaborado no pré-congresso ao V Congresso Latino Americano de Educação Bilíngüe para Surdos. Porto Alegre/RS: UFRGS. (Texto digitado).

Formozo, D. P. (2008). Currículo e educação de surdos. Dissertação do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Pelotas. http://guaiaca.ufpel.edu.br/bitstream/ri/2792/5/Discursos%20sobre%20pedagogias%20surdas.pdf.

Formozo, D. P. (2013). Discursos sobre pedagogias surdas. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação da Universidade Federal de Pelotas. Pelotas. p. 159.

Foucault, M. (2005). A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária.

Freire, P. (2014). Pedagogia do oprimido. 57 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

Goodson, I. (1995). Currículo: Teoria e História. Petrópolis: Vozes.

Lourenço, K. R. C. (2017). Currículo Surdo: Libras na escola e desenvolvimento da Cultura Surda. Tese (Doutorado em Educação: Currículo). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, p. 257.

Lourenço, K. R. C. (2013). Políticas Públicas de Inclusão: O Surdo no Sistema de Educação Básica Regular do Estado de São Paulo. Dissertação (Mestrado em Educação: Currículo). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP.

Marconi, M. A., & Lakatos, E. M. (2003). Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. - São Paulo: Atlas.

Moreira, A. F., & Candau, V. M. (2010). Multiculturalismo: diferenças culturais e práticas pedagógicas. Rio de Janeiro: Editora Vozes.

Quadros, R. M. (1997). Educação de surdos: a aquisição da linguagem. Porto Alegre. Artmed. 1ª Ed, p. 128.

Sacks, O. (1998). Vendo Vozes: uma viagem ao mundo dos surdos. Tradução: Laura Teixeira Motta. São Paulo. Cia das Letras.

Silva, T. T. (2007). Documentos de Identidade: uma introdução às teorias de currículo. 2a. Ed. Belo Horizonte. Autentica.

Teixeira, C. R., & Bezerra, R. B. (2007). Escola, currículo e cultura(s): a construção do processo educativo na perspectiva da multiculturalidade. São Paulo. Dialogia, v.6, p. 55-63.

Downloads

Publicado

05/09/2021

Como Citar

VALE, J. da S.; COSTA, L. G. da; VALE, D. R. de S. Currículo surdo: a luta contra a hegemonia ouvinte inclusiva. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 11, p. e424101119794, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i11.19794. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/19794. Acesso em: 25 maio. 2025.

Edição

Seção

Ciências Educacionais