Resposta fisiológica da ação do agrotóxico ácido 2,4-Diclorofenoxiacético em Saccharomyces cerevisiae
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i11.19912Palavras-chave:
Perfil fenotípico; Toxicidade; Bioindicador.Resumo
A presença de compostos xenobióticos no meio ambiente são responsáveis por impactos ao ecossistema. Um exemplo são os agrotóxicos que representam riscos para as espécies não-alvos, como os microrganismos presentes no solo e que são responsáveis pela ciclagem dos nutrientes, alguns podem ser utilizados para mensurar os efeitos destes compostos como as leveduras, pois quando exposta a substância tóxicas passam a apresentar alterações nos mecanismos fisiológicos e genéticos. Assim, este estudo visa avaliar o efeito de toxicidade do agrotóxico 2,4-D nas leveduras Pedra-2 (PE-2) e Fleischmann® (FLE). Foram feitas diluições do 2,4-D de 2,0; 4,0 e 6,0 µg L-1 que foram adicionadas a uma solução preparadas com 20 mL de água ultrapura e 2,0 g de sacarose onde foram crescidas as leveduras. O perfil fenotípico das leveduras frente a toxicidade do composto foi avaliado de forma quantitativa com a viabilidade celular utilizando método azul de metileno e, qualitativa com testes de crescimento celular em placas de Petri contendo meio YPD 2% e floculação em lâminas com azul de metileno. As leveduras apresentaram perda de viabilidade e a linhagem FLE mostrou maior sensibilidade, também o crescimento celular desta levedura foi mais afetado e por consequência apresentou índices mais elevados de floculação. Os dados mostram que o tempo mais prolongado de exposição e as doses mais concentrações do 2,4-D interferiram na resposta fisiológica da levedura FLE. Desta forma, podemos sugerir que este microrganismo apresenta um potencial a ser considerado para testes e análises ambientais como um bioindicador.
Referências
Bereketoglu, C., Nacar, G., Sari, T., Mertoglu, B., & Pradhan, A. (2021). Transcriptomic analysis of nonylphenol effect on Saccharomyces cerevisiae. PeerJ, 9, e10794.
Carvalho, F. P. (2017). Pesticides, environment, and food safety. Food and Energy Security, 6(2), 48-60.
da Silva Pinto, T. J., Moreira, R. A., da Silva, L. C. M., Yoshii, M. P. C., Goulart, B. V., Fraga, P. D., Rolim, V. L. S., Montagner, C. C., Daam, M. A., & Espindola, E. L. G. (2021). Toxicity of fipronil and 2, 4-D formulations (alone and in a mixture) to the tropical amphipod Hyalella meinerti. Environmental Science and Pollution Research, 1-14.
Dobrenel, T., Caldana, C., Hanson, J., Robaglia, C., Vincentz, M., Veit, B., & Meyer, C. (2016). TOR signaling and nutrient sensing. Annual review of plant biology, 67, 261-285.
Dos Santos, S. C., Teixeira, M. C., Cabrito, T. R., & Sá-Correia, I. (2012). Yeast toxicogenomics: genome-wide responses to chemical stresses with impact in environmental health, pharmacology, and biotechnology. Frontiers in genetics, 3, 63.
Dragone, R., Cheng, R., Grasso, G., & Frazzoli, C. (2015). Diuron in water: Functional toxicity and intracellular detoxification patterns of active concentrations assayed in tandem by a yeast-based probe. International journal of environmental research and public health, 12(4), 3731-3740.
Francisco, W. C., & Queiroz, T. M. D. (2018). Biorremediação. Nucleus, 15(1), 249.
Goossens, K., & Willaert, R. (2010). Flocculation protein structure and cell–cell adhesion mechanism in Saccharomyces cerevisiae. Biotechnology letters, 32(11), 1571-1585.
Grasso, G., Caracciolo, L., Cocco, G., Frazzoli, C., & Dragone, R. (2018). Towards simazine monitoring in agro-zootechnical productions: A yeast cell bioprobe for real samples screening. Biosensors, 8(4), 112.
Hagler, A. N. (2006). Yeasts as indicators of environmental quality. In Biodiversity and ecophysiology of yeasts (pp. 515-532). Springer, Berlin, Heidelberg.
Lee, S. S., Robinson, F. M., & Wang, H. Y. (1981). Rapid determination of yeast viability. In Biotechnol. Bioeng. Symp., (United States) (Vol. 11, No. CONF-810554-). Univ. of Michigan, Ann Arbor.
Lopes, M. L., Paulillo, S. C. D. L., Godoy, A., Cherubin, R. A., Lorenzi, M. S., Giometti, F. H. C., Bernardino, C. D., Amorim Neto, H. B., & Amorim, H. V. D. (2016). Ethanol production in Brazil: a bridge between science and industry. Brazilian Journal of Microbiology, 47, 64-76.
Régo, A. P. J., Mendes, K. F., Bidoia, E. D., & Tornisielo, V. L. (2018). Effects of ametryn on mutagenicity (Tradescantia pallida) and cell viability (Saccharomyces cerevisiae). Brazilian Journal of Technology, 1(2), 288-296.
Miorin, J. D., Camponogara, S., Dias, G. L., da Silva, N. M., & Viero, C. M. (2016). Percepções de agricultores sobre o impacto dos agrotóxicos para a saúde e o meio ambiente. Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro, 6(3).
Moreno-García, J., García-Martinez, T., Moreno, J., Mauricio, J. C., Ogawa, M., Luong, P., & Bisson, L. F. (2018). Impact of yeast flocculation and biofilm formation on yeast-fungus coadhesion in a novel immobilization system. American Journal of Enology and Viticulture, 69(3), 278-288.
Noel, S. (2015). Economics of Land Degradation Initiative: Report for policy and decision makers_ Reaping economic and environmental benefits from sustainable land management. Bonn, Germany: ELD Initiative and Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH.
North, M., & Vulpe, C. D. (2010). Functional toxicogenomics: mechanism-centered toxicology. International journal of molecular sciences, 11(12), 4796-4813.
O'Connor, S. T. F., Lan, J., North, M., Loguinov, A., Zhang, L., Smith, M. T., Gu, A. Z., & Vulpe, C. (2013). Genome-wide functional and stress response profiling reveals toxic mechanism and genes required for tolerance to benzo [a] pyrene in S. cerevisiae. Frontiers in genetics, 3, 316.
Rumlova, L., & Dolezalova, J. (2012). A new biological test utilising the yeast Saccharomyces cerevisiae for the rapid detection of toxic substances in water. Environmental toxicology and pharmacology, 33(3), 459-464.
Sarabia, D. T., Mueller, L. P., Mascarenhas Santos, M. S., Batistote, M. E., & Júnior, R. P. S. (2019) O panorama da utilização de agrotóxicos no Brasil. Educação Ambiental em Ação, 68, 01-12.
Sissino, C., & Olveira-Filho, E. C. (2013). Princípios de toxicologia ambiental: conceitos e aplicações. Rio de Janeiro: Interciência.
Smith, A. M., Ammar, R., Nislow, C., & Giaever, G. (2010). A survey of yeast genomic assays for drug and target discovery. Pharmacology & therapeutics, 127(2), 156-164.
Teixeira, M. C., Duque, P., & Sa-Correia, I. (2007). Environmental genomics: mechanistic insights into toxicity of and resistance to the herbicide 2, 4-D. Trends in Biotechnology, 25(8), 363-370.
Thomaz, T. O uso do 2,4 D e seu papel na Agricultura, 2018. Revista Cultivar. https://www.grupocultivar.com.br/noticias/o-uso-do-2-4-d-e-seu-papel-na agricultura.
Vallejo, B., Picazo, C., Orozco, H., Matallana, E., & Aranda, A. (2017). Herbicide glufosinate inhibits yeast growth and extends longevity during wine fermentation. Scientific reports, 7(1), 1-10.
Westlund, P., & Yargeau, V. (2017). Investigation of the presence and endocrine activities of pesticides found in wastewater effluent using yeast-based bioassays. Science of the Total Environment, 607, 744-751.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Débora Tavares Sarabia; Larissa Pires Mueller; Maria do Socorro Mascarenhas Santos; Margareth Batistote

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.