Prevenção primária de delirium em idosos sob terapia intensiva: uma revisão integrativa
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i12.19917Palavras-chave:
Delirium; Terapia intensiva; Idoso.Resumo
Introdução: O delirium é um estado flutuante da cognição e da consciência, que pode cursar com perda de memória, irritabilidade, colaboração prejudicada e ciclo sono-vigília desregulado. A prevalência de delirium em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) está relacionada a longo período de tempo sob ventilação mecânica, presença de dor importante, hipotensão e maior mortalidade. A população idosa hospitalizada é atingida em cerca de 15% por essa morbidade, variando para aproximadamente 42%, a depender de comorbidades associadas. Diante disso, é imprescindível que se reúna evidências acerca da prevenção do delirium em idosos internados em UTI. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura feita nas bases de dados SciELO, Medline e LILACS, com descritores MESH e visando a selecionar artigos publicados de 2017 a 2021, em qualquer idioma, que estivessem no fulcro do objetivo proposto. Os critérios de exclusão foram: ser artigo de opinião, de revisão, metanálise, protocolo de trial, pré-print ou relato de caso. Também excluiram-se aqueles artigos cujo resumo, título ou metodologia não condiziam com o proposto nesta revisão. Resultados e Discussão: De 71 artigos selecionados inicialmente, resgatou 14 após aplicação dos critérios de exclusão. 7 foram randomizações e 7 estudos observacionais. Fármacos como a melatonina, sinvastatina, xenônio, ramelteona, dexmedetomidina e outros foram avaliados em populações idosas internas em UTI com diferentes comorbidades como potenciais medicações profiláticas ao delirium. Além disso, medidas não farmacológicas, como a redução de ruídos noturnos, também foram descritas. Destacamos as limitações impostas pela própria metodologia da revisão integrativa tem suas implicações sobre os resultados e conclusões deste estudo. Conclusão: Há formas farmacológicas e não-farmacológicas que diminuem a incidência do delirium em pacientes idosos internados em UTI, e que a heterogeneidade dos estudos que constroem essas evidências deve ser considerada, de forma a favorecer a construção de metanálises que as avalie estatisticamente.
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