Ingestão de forragem por novilhas em Papuã (Urochloa plantaginea (Link.) Hitch) fertilizada com diferentes níveis de nitrogênio
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i11.19922Palavras-chave:
Angus; Massa de bocado; Óxido de cromo; Ciclo de pastejo; Fertilização com nitrogênio; Lotação rotativa.Resumo
Este trabalho teve como objetivo estudar a eficiência do uso de nitrogênio no papuã (Urochloa plantaginea (Link.) Hitch) por meio de informações sobre as características da pastagem e do consumo de forragem de novilhas de corte. O experimento foi conduzido na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) em Santa Maria, RS, Brasil, de janeiro a abril de 2014. Os tratamentos consistiram de doses de zero, 150 ou 300 kg/ ha de nitrogênio (N) na forma de ureia. O estudo utilizou o método de pastejo rotativo e 16 novilhas Angus com média de idade inicial e peso corporal (PC) de 15 meses e 276 ± 17,4 kg, respectivamente. O consumo de forragem foi avaliado pelo tratamento de duas novilhas de teste com óxido de cromo (Cr2O3) por onze dias como indicador externo da produção fecal. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado e as medidas foram repetidas ao longo do tempo com três tratamentos e duas repetições por área. O teor de proteína bruta foi 3,4% maior na dose de 300 kg/ha de nitrogênio em comparação com 150 kg/ha (18,7%). Independentemente da taxa de aplicação de N, as novilhas ingeriram 2,2 ± 0,09 kg MS/100 kg de PV de forragem. A fertilização com nitrogênio no papuã modificou a estrutura da pastagem, aumentando a qualidade e a produção total da forragem. Novilhas pastando em papuã adubado com 300 kg/ ha de nitrogênio colheram forragem com maiores teores de proteína bruta. A mudança estrutural no dossel ocasionou a redução do consumo de forragem ao final do ciclo de vida do papuã.
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