O(a) professor(a) amateur: contrastando possibilidades com a formação de professores no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i2.2000Palavras-chave:
Amateur; Historicidade da educação brasileira; Formação Docente.Resumo
O presente artigo tem como objetivo geral problematizar a emergência da necessidade de formação de professores no Brasil, tomada a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1971, a partir do conceito de professor amateur como consideram Masschelein & Simons (2017). Perguntamo-nos acerca dos elementos que pensamos operar enquanto empecilho na emergência de um professor amateur na formação inicial docente. Para tanto, realizamos uma pesquisa bibliográfica, de caráter qualitativo, que reúne pesquisadores que tratam de uma historicidade da formação educativa escolar brasileira e da formação dos respectivos professores, mais especificadamente interessados em pensá-la no recorte de 1964-1985. É resultado desse empenho a constatação do predomínio de lógicas de eficiência e eficácia (por meio de uma série de avaliações e verificações de aprendizagem) que atravessam o contexto de estudantes e professores. Além disso, uma quantidade exorbitante de conteúdos que precisam ser ‘vencidos’ por professores em dias letivos, o que deixa para escanteio a potência pedagógica do amateur na educação. Desse modo, o que aparece como empecilho para o aparecimento de um professor amateur no contexto educacional brasileiro, contingenciado pela série de exigências que formam o campo de atuação do docente e que colocam para ‘escanteio’ o olhar para as subjetividades, particularidades e anseios de professores e estudantes, respondendo, na maioria dos casos, à parâmetros de rankeamento que são elaborados após realização de exames e provas de verificação da aprendizagem.
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