Liga acadêmica de humanização e a formação profissional em saúde: percepções de ligantes egressos
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i11.20003Palavras-chave:
Humanização da Assistência; Empatia; Hospital Clowns; Capacitação de Recursos Humanos em Saúde; Extensão Comunitária; Ensino superior.Resumo
Objetivo: conhecer o significado da participação em uma liga acadêmica de humanização para a formação profissional em saúde, na perspectiva de ligantes egressos graduados. Metodologia: estudo com abordagem qualitativa, utilizando o Discurso do Sujeito Coletivo, cujos dados foram obtidos por meio de entrevista semiestruturada. Resultados: participaram do estudo, 20 egressos que atuaram como participantes da liga no ano de 2015 (seis psicólogos; quatro enfermeiros; quatro fisioterapeutas; dois nutricionistas; dois biomédicos; um terapeuta ocupacional e um médico) e, 90% estavam atuando como profissionais da área da saúde no momento da entrevista. Foram extraídas quatro ideias centrais: a liga de humanização possibilitou formação profissional mais humanizada; a liga de humanização contribuiu para valorização das relações interpessoais no cuidado em saúde; a liga de humanização ensinou princípios humanitários como elementos do cuidado em saúde e, a liga de humanização destacou atuação profissional coletiva e respeitosa. Conclusão: Evidenciou-se que a experiência, na liga, impactou na formação profissional, com potencial transformador para um olhar humanístico e cuidado ampliado do usuário, assim como possibilitou que os processos de trabalho em saúde se fundamentem em atuação mais acolhedora, atentiva e sensível.
Referências
Almeida, S. M. V. & Barbosa, L. M. V. (2019). Curricularização da extensão universitária no ensino médico: o encontro das gerações para humanização da formação. Revista Brasileira de Educação Médica, 43 (1). 10.1590/1981-5271v43suplemento1-20190013
Andrade, E. O., Givigi, L. R. P. & Abrahão, A. L. (2017). A ética e o cuidado em si como criação de possíveis no trabalho em saúde. Interface (Botucatu). 10.1590/1807-57622016.0643
Barr, H., Koppel, I., Reeves, S., Hammick, M. & Freeth, D. (2005). Effective interprofessional education: argument, assumption and evidence. Oxford: Blackwell.
Beneditto, M. A. C & Gallian, D. M. C. (2018). Narrativas de estudantes de Medicina e Enfermagem: currículo oculto e desumanização em saúde. Interface (Botucatu), 22 (67). 10.1590/1807-57622017.0218
Brasil. (2013). Ministério da Saúde. Política Nacional de Humanização (PNH).
Carrapato, J. F. L., Castanheira, E. R. L. & Placideli, N. (2018). Percepções dos profissionais de saúde da atenção primária sobre qualidade nos processos de trabalho. Saúde & Sociedade, 27 (2). 10.1590/S0104-12902018170012
Carvalho e Araújo, C. R., Lopes, R. E., Dias, M. S. A., Ximenes Neto, F. R. G., Farias, Q. L. T & Cavalcante, A. S. P. (2019). Contribuição das ligas acadêmicas para formação em enfermagem. Enfermagem em Foco, 10 (6): 137-142.
Cavalcante, A. S. P., Vasconcelos, M. I. O., Ceccim, R. B., Maciel, G. P., Ribeiro, M. A., Henriques, R. L. M., & da Silva, M. R. F. (2021). Em busca da definição contemporânea de “ligas acadêmicas” baseada na experiência das ciências da saúde. Interface (Botucatu), 25: e190857. 10.1590/interface.190857
Cavalcante, A. S. P., Vasconcelos, M. I. O., Lira, G. V., Henriques, R. L. M., Albuquerque, I. N. M., Maciel, G. P., & Gomes, D. F. (2018). As ligas acadêmicas na área da saúde: lacunas do conhecimento na produção científica brasileira. Revista Brasileira de Educação Médica, 42(1):199-206. 10.1590/1981-52712018v42n1RB20170081
Dionigi, A., Casu, G. & Gremigni, P. (2020). Associations of self-efficacy, optimism, and empathy with psychological health in healthcare volunteers. International Journal of Environmental Research and Public Health, 2020, 17: 6001. 10.3390/ijerph17166001
Freitas, F. D. S. & Ferreira, M. A. (2016). Humanization knowledge of undergraduate nursing students. Revista Brasileira de Enfermagem, 69 (2): 261-268. 10.1590/0034-7167.2016690211i
Gomberg, J., Raviv, A., Fenig, E. & Meiri, N. (2020). Saving costs for hospitals through medical clowning: a study of hospital staff perspectives on the impact of the medical clown. Clinical Medicine Insights: Pediatrics, 14: 1–7. 10.1177/1179556520909376
Gordon, J., Shenar, Y. & Pendzikc, S. (2018). Clown therapy: A drama therapy approach to addiction and beyond. The Arts in Psychotherapy, 57: 88–94 10.1016/j.aip.2017.12.001
Helmo, F. R. & Simões, A. L. A. (2010). Liga de humanização Sarakura: contribuição para a formação dos profissionais da saúde. Ciência Cuidado e Saúde, 9(1):149-154. 10.4025/cienccuidsaude.v9i1.10564
Lefreve, F. & Lefreve, A. M. C. (2012). Pesquisa de representação social: um enfoque qualiquantitativo: a metodologia do Discurso do Sujeito Coletivo. 2. ed. Liber Livro.
Lopes-Júnior, L. C., Bomfim, E., Olson, K., Neves, E. T., Silveira, D. S. C., Nunes, M. D. R., & Lima, R. A. G. (2020). Effectiveness of hospital clowns for symptom management in paediatrics: systematic review of randomised and non-randomised controlled trials. BMJ, 371:m4290. 10.1136/bmj.m4290
Montanari, P. M. (2018). Formação para o trabalho no ensino das graduações em saúde. Saúde & Sociedade, 27 (4). 10.1590/50104-12902018180974
Nehmy, R. M. Q., Mota, J. A. C., Gonçalves, A. J. P., Gontijo, N. P. & Guimarães, Y. L.(2009). Uma experiência de extensão, iniciação científica e de formação humanista de estudantes de medicina: o projeto Abraçarte. Revista Médica de Minas Gerais, 19(4): S64-S70.
Oliveira, S. X., Oliveira, M. D., Camboim, F. E. F., Nóbrega, M. M. S., Lima, A. B. & Melo, A. C. (2018). Teorias das representações sociais e o discurso do sujeito coletivo como ferramentas para o desenvolvimento de pesquisas qualitativas. Temas Saúde, (esp): 126-135.
Pasche, D. F. (2010). Humanizar a formação para humanizar o SUS. In: Ministério da Saúde. Caderno humaniza SUS 1. Ministério da Saúde.
Reeves, S. (2016). Porque precisamos da educação interprofissional para o cuidado efetivo e seguro. Interface (Botucatu), 20 (56): 185-196. 10.1590/1807-57622014.0092.
Silva, A. S. & Flores, O. (2015). Ligas acadêmicas no processo de formação de estudantes. Revista Brasileira de Educação Médica, 39(3):410-425. 10.1590/1981-52712015v39n3e02592013
Silva, C. P. R., Conceição, A. P. & Chagas A. P. S. (2017). Clown - o palhaço como intervenção e humanização em saúde. Journal of Health and Biological Sciences, 5(4), 352-359.
Tong, A., Sainsbury, P. & Craig, J. (2007). Consolidated criteria for reporting qualitative research (COREQ): a 32-item checklist for interviews and focus groups. International Journal for Quality in Health Care, 19 (6): 349 –357. 10.1093/intqhc/mzm042
Treviso, P. & Costa, B. E. P. (2017). Percepção de profissionais da área da saúde sobre a formação em sua atividade docente. Texto & Contexto Enfermagem, 26 (1):e5020015. 10.1590/0104 07072017005020015
Viapiana, V. N., Gomes, R. M. & Albuquerque, G. S. C. (2018). Adoecimento psíquico na sociedade contemporânea: notas conceituais da teoria da determinação social no processo de saúde-doença. Saúde Debate, 42(4). 10.1590/0103-110420185414
Vigotski, L. S. (2001). A construção do pensamento e da linguagem. Martins Fontes.
Vigotski, L. S. (2007). A formação social da mente: o desenvolvimento de processos psicológicos superiores. (7a ed.), Martins Fontes.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Mariana Medeiros Souto Oliveira; Ana Simões; Divanice Contim; Bethânia Ferreira Goulart; Mariana Torreglosa Ruiz

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.