Cronotipo, Qualidade do sono e Rendimento escolar em adolescentes - uma revisão da literatura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i11.20176

Palavras-chave:

Qualidade do sono; Cronotipo; Aprendizagem; Adolescentes.

Resumo

Este trabalho teve como objetivo investigar a associação do cronotipo com a qualidade do sono e rendimento escolar dos adolescentes.Realizou-se uma Revisão Integrativa onde a mesma foi conduzida de acordo com as informações coletadas nas bases Pubmed, Scopus e Embase seguindo as diretrizes do PRISMA. Foram incluídos artigos observacionais, nos idiomas inglês, português e espanhol, sem restrição de período de publicação, abrangendo a faixa etária de 10 a 19 anos e que respondiam a pergunta condutora: “Existe associação do cronotipo com a qualidade do sono e o rendimento escolar em adolescentes?” Foram utilizados os descritores “chronotype”, “learning”, “Adolescent e seus sinônimos reconhecidos pelo vocabulário Mesch e Desc. Foram encontrados 2625 artigos, dos quais 2220 foram selecionados para a leitura de títulos e resumos. Após esta etapa 16 foram selecionados para a leitura na íntegra, sendo selecionados 5 artigos. Em seguida foi realizada uma busca manual na referência desses artigos, resultando nainclusão de mais 8 artigos, totalizando 13 artigos para compor a síntese qualitativa desta revisão. Verificou-se que cronotipos vespertinos apresentam mais distúrbios relacionados ao sono, problemas emocionais e mau desempenho escolar. Verificou-se uma associação do cronotipo com a qualidade do sono e o rendimento escolar em adolescentes. Os adolescentes com cronotipo vespertino demostraram má qualidade do sono, menores níveis de atenção e desempenho escolar e maior risco de desenvolvimento de problemas comportamentais.

Referências

Adelantado-Renau, M., Diez-Dernandez, A., Beltran-Valls, M. R., Soriano-Maldonado, A., & Moliner-Urdiales D. (2019). The effect of sleep quality on academic performance is mediated by Internet use time: DADOS study. Jornal de Pediatria, 95(4), 410-418.

Alvaro, P. K., Roberts, R. M., & Harris, J. K. (2014). The independent relationships between insomnia, depression, subtypes of anxiety, and chronotype during adolescence. Sleep Medicine, 15(8),934–941.

Arbabi, T., Vollmer, C., Dörfler, T., & Randler, C. (2014). The influence of chronotype and intelligence on academic achievement in primary school is mediated by conscientiousness, midpoint of sleep and motivation. Chronobiology International, 32(3),349-357.

Batista, G. A., Silva, T. N. D., Oliveira, M. R., Diniz, P. R. B., Lopes, S. S., & Oliveira, L. M. F. T. (2018). Associação entre a percepção da qualidade do sono e a assimilação do conteúdo abordado em sala de aula. Revista Paulista de Pediatria, 36(3),315-321.

Bluden, S., & Galland, B. (2014). The complexities of defining optimal sleep: Empirical and theoretical considerations with a special emphasis on children. Sleep Medicine Reviews, 18, 371–378.

Borisenkov, M. F., Perminova, E. V., & Kosova, A. L. (2010). Chronotype, sleep length, and school achievement of 11- to 23-year-old students in northern European Russia. Chronobiology international, 27(6), 1259–1270.

Carskadon, M. A., Wolfson, A. R., Acebo, C., Tzischinsky, O., & Seifer, R. (1998).Adolescent sleep patterns, circadian timing, and sleepiness at a transition to early school days. Sleep, 21,871-81.

Chee, K. H., Pino, N. W., & Smith, W. L. (2005). Gender differences in the academic ethic and academic achievement. College Student Journal, 39(3), 604.

Clarisse, R., Le Floc'h, N., Kindelberger, C., & Feunteun, P. (2010). Daily rhythmicity of attention in morning- vs. evening-type adolescents at boarding school under different psychosociological testing conditions. Chronobiology international, 27(4), 826–841.

Crowley, S. J., Wolfson, A. R., Tarokh, L., & Carskadon, M. A. (2018). Na update on adolescente sleep: new evidence informing the perfect storm model. Journal of Adolescence, 67, 55-65.

Díaz-Morales, J. F., Escribano, C. (2013). Predicting school achievement: The role of inductive reasoning, sleep length and morningness–eveningness. Personality and Individual Differences, 55(2), 106-111.

Díaz-Morales, J.F., Escribano, C., & Jankowski, K.S. (2015). Chronotype and time-of-day effects on mood during school day. Chronobiology International, 32(1), 37–42.

Díaz-morales, J. F., & Sánchez-lópez, M. P. (2008). Morningness-eveningness and anxiety among adults: A matter of sex/gender? Personality and Individual Differences, 44(6),1391– 1401.

Epstein,R., Chillag, N., & Lavie, P. Starting times of school: effects on daytime functioning of fifth-grade children in Israel. (1998). Sleep, 221(3),250-256.

Escribano, C., & Díaz-Morales, J. F. (2014). Daily fluctuations in attention at school considering starting time and chronotype: an exploratory study. Chronobiology international, 31(6), 761–769.

Escribano, C., Díaz-Morales, J. F., Delgado, P., & Collado, M. J. (2012). Morningness/eveningness and school performance among Spanish adolescents: Further evidence. Learning and Individual Differences, 22(3), 409–413.

Duarte, L.L. (2018). Cronotipos Humanos. Cruz das Almas/BA: Editora UFRB.

Engle-Friedman, M., Riela, S., Golan, R., Ventuneac, A. M., Davis, C. M., Jefferson, A. D., & Major, D. (2003). The effect of sleep loss on next day effort. Journal of sleep research, 12(2), 113–124.

Felden, E. P. G., Filipim, D., Barbosa, D. G., Andrade, R. D., Meyer, C., & Louzada, F. M. (2016). Fatores associados à baixa duração duração do sono na adolescência. Revista Paulista de Pediatria, 34(1), 64-70.

Figueiredo, S., Hipolito, J., & Tomas, C. (2019). A relação entre cronótipo e horários de desempenho cognitivo da criança Portuguesa. Psicologia, Saúde & Doenças, 19(1), 42-49.

Franklin, A. M., Giacheti, C. M., Silva, N. C. D., Campos, L. M. G., & Pinato, L. (2018). Correlação entre o perfil do sono e o comportamento em indivíduos com transtorno específico da aprendizagem. Communication Disorders, Audiology and Swallowing, 30(3),1-8.

Gaina, A., Sekine, M., Kanayama, H., Takashi, Y., Hu, L., Sengoku, K., & Kagamimori, S. (2006). Morning-evening preference: Sleep pattern spectrum and lifestyle habits among Japanese junior high school pupils. Chronobiology International, 23(3), 607–621.

Gangwisch, J. E., Babiss, L. A., Malaspina, D., Turner, J. B., Zammit, G. K., & Posner, K. (2010). Earlier parental set bedtimes as a protective factor against depression and suicidal ideation. Sleep, 33,97-106.

Giannotti, F., Cortesi, F., Sebastiani, T., & Salvatore, O. (2002). Circadian preference, sleep and daytime behavior in adolescence, Journal of Sleep Researcha, 11,191–199.

Gomes, G. C., Passos, M. H. P. D., Silva, H. A., Oliveira, V. M. A. D., Novaes, W. A., Pitangui, A. C. R., & Araújo, R. C. (2017). Qualidade de sono e sua associação com sintomas psicológicos em atletas adolescentes. Revista Paulista de Pediatria, 35(3), 316-321.

Hahn, C., Cowell, J. M., Wiprzycka, U. J., Goldstein, D., Ralph, M., Hasher, L., & Zelazo, P. D. (2012). Circadian rhythms in executive function during the transition to adolescence: the effect of synchrony between chronotype and time of day. Developmental science, 15(3), 408–416.

Hairston, I. S., & Shpitalni, R. (2016). Procrastination is linked with insomnia symptoms: The moderating role of morningness eveningness. Personality and Individual Differences, 101, 50–56.

Hennig, T., Krkovic, K., & Lincoln, T. M. (2017). What predicts inattention in adolescents? An experience-sampling study comparing chronotype, subjective, and objective sleep parameters. Sleep medicine, 38, 58–63.

Kauderer, S., & Randler, C. Differences in time use among chronotypes in adolescents. (2014). Biological Rhythm Research, 44(4),601–608.

Lange, L., & Randler, C. (2011). Morningness-eveningness and behavioural problems in adolescents. Sleep and Biological Rhythms, 9, 12–18

Luciana Mello, M. D., Fernando Louzada, M. D., & Luiz Menna-Barreto, M. D. (2001). Effects of School Schedule Transition on Sleep-Wake Cycle of Brazilian. Adolescents. Sleep and Hypnosis, 3, 3.

Lyra, M. J., Germano-Soares, A. H., Santiago, L. C. S., Queiroz, D. R., Tassitano, R. M., Falcão, A. P. S. T., Pedrosa, R. P., Heimer, M. V., Santos, M. A. M. S. (2017). Individual and average responses of sleep quality and daytime sleepiness after four weeks of strength training in adolescents. Motriz, 23, 1-6.

Malone, S. K., Zemel, B., Compher, C., Souders, M., Chittams, J., Thompson, A. L., & Lipman, T. H. (2016). Characteristics Associated with Sleep Duration, Chronotype, and Social Jet Lag in Adolescents. Journal of School Nursing, 32(2),120-31.

Martins, R. D. J. S. (2018). Análise do padrão de sono em estudantes do ensino médio em São Luís-MA. Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Maranhão, São Luís, Brasil.

Mello, B. J., Mello, S. T., Vidotti, A. P., & Mello, J. M. (2018). Cronotipo e qualidade do sono de acadêmicos do primeiro ano do curso de Medicina da cidade de Maringá-PR. Revista Saúde e Pesquisa, 11(2),287-292.

Mendes, R. A. P. D. C. (2019). Análise dos parâmetros rítmicos e de sono, cronotipo e jetlag social em adolescentes: relações com o gênero, turno escolar, atividades noturnas e desempenho cognitivo. Tese de doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil..

Meyer, C., Junior, G. J. F., Barbosa, D. G., Andrade,R. D., Pelegrini, A., & Felden, E. P. G. (2017). Análise da sonolência diurna em adolescente por meio da Pediatric Daytime Sleepiness Scale: Revisão Literária. Revista Paulista de Pediatria, 35(3), 351-360.

Oliveira, W. A., Silva, L. K. T. M., Alves, S. J. O., Silva, J. G. M., & Pinto, F. C. M. (2019). Influência da qualidade do sono sobre a aprendizagem no ensino de ciências. Revista de. Psicopedagogia, 36(109), 73-86.

Pereira, E. F., Barbosa, D. G., Andrade, R. D., Claumann, G. S., Pelegrini, A., & Louzada, F. M. (2015) Sono e adolescência: quantas horas os adolescentes precisam dormir? Jornal Brasileiro de Psiquiatria,64(1), 40-44.

Pereira, M. G. (1995). Epidemiologia: teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

Pinto, T. R., Pinto, J. C., Rebelo-Pinto, H., & Paiva, T. (2016). O sono em adolescentes portugueses: proposta de um modelo tridimensional. Análise Psicológica, 4(34), 339-352.

Preckel, F., Lipnevich, A. A., Boehme, K., Brandner, L., Georgi, K., Könen, T., Mursin, K., & Roberts, R. D. (2013). Morningness-eveningness and educational outcomes: the lark has an advantage over the owl at high school. British Journal of Educational Psychology, 83(1),114-134.

Pinto, T. R., Amaral, C., Silva, V. N., Silva, J., Leal, I., & Paiva, T. (2012) Hábitos de sono e ansiedade, depressão e stresse: que relação? Actas do 12.º Colóquio Internacional de Psicologia e Educação: Educação, aprendizagem e desenvolvimento: Olhares contemporâneos através da investigação e da prática. Lisboa: ISPA - Instituto Universitário, 990-1006.

Rahafar, A., Maghsdloo, M., Ferhangnia, S., & Vollmer. (2015). The role of chronotype, gender, test anxiety, and conscientiousness in academic achievement of high school students. Chronobiology International, 33(1), 1-10.

Randler, C. (2008). Differences in sleep and circadian preference between eastern and western german adolescents. Chronobiology International, 25(4), 565–575.

Randler, C. (2011). Association between morningness–eveningness and mental and physical health in adolescents. Psychology, Health & Medicine, 16(1), 29–38.

Roeser, K., & Schlarb, A. (2013). The Chronotype-Academic Performance Model (CAM): Dytime Sleepiness and Learning Motivation link Chronotype and School Performance in Adolescents. Personality and Individual Differences, 54(7), 836-840.

Schlarb, A., Gulewitsch, M. D., Weltzer, V., Ellert, U., & Enck, P. (2015). Sleep Duration and Sleep Problems in a Representative Sample of German Children and Adolescents. Health, 7(11),1397-1408.

Schmidt, S., & Randler, C. (2010). Morningness-eveningness and eating disorders in a sample of adolescent girls. Journal of Individual Differences, 31(1), 38–45.

Thilers, P.P., MacDonald, S.W.S., & Herlitz, A. (2006). The association between endogenous free testosterone and cognitive performance: A population-based study in 35 to 90 year-old men and women. Psychoneuroendocrinology, 31,565–76.

Tzischunsky, O., & Shochat, T. (2011). Eveningness, Sleep Patterns, Daytime Functioning, and Quality of Life in Israeli Adolescents. Chronobiology International, 28(4), 338–343

van der Vinne, V., Zerbini, G., Siersema, A., Pieper, A., Merrow, M., Hut, R. A., Roenneberg, T., & Kantermann, T. (2015). Timing of examinations affects school performance differently in early and late chronotypes. Journal of biological rhythms, 30(1), 53–60.

Vollmer, C., Jankowski, K. S., Díaz-Morales, J. F., Itzek-Greulich, H., Wüst-Ackermann, P., & Randler, C. (2017). Morningness-eveningness correlates with sleep time, quality, and hygiene in secondary school students: a multilevel analysis. Sleep medicine, 30, 151–159.

Wong, M. L., Lau, E. Y., Wan, J. H., Cheung, S. F., Hui, C. H., & Mok, D. S. (2013). The interplay between sleep and mood in predicting academic functioning, physical health and psychological health: a longitudinal study. Journal of psychosomatic research, 74(4), 271–277.

Zerbini, G., van der Vinne, V., Otto, L. K. M., Kantermann, T., Krijnen, W. P., Roenneberg, T., & Merrow, M.. (2017). Lower school performance in late chronotypes: underlying factors and mechanisms. Scientific Reports,7(1), 4385.

Zuculo, G. M., Knap, C. C., & Pinato, L. (2014). Correlation between sleep and quality of life in cerebral palsy. Communication Disorders, Audiology and Swallowing, 26(6),447-56.

Downloads

Publicado

11/09/2021

Como Citar

ARAÚJO , G. L. de .; LIMA DE ARAÚJO , G. .; ARAÚJO, T. J. O. .; SILVEIRA, M. A. C. da .; BOTELHO FLORÊNCIO, T. M. .; VILELA HEIMER, M. . Cronotipo, Qualidade do sono e Rendimento escolar em adolescentes - uma revisão da literatura . Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 11, p. e594101120176, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i11.20176. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/20176. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde