Manifestações orais e manejo odontológico da necrólise epidérmica tóxica em unidade de terapia intensiva: relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i9.20338Palavras-chave:
Necrólise epidérmica tóxica; Hipersensibilidade a medicamentos; Unidade de terapia intensiva; Manifestações orais; Fotobiomodulação; Cicatrização de feridas.Resumo
A Necrólise epidérmica tóxica (NET) é uma desordem muco-cutânea caracterizada pelo descolamento de tecidos epidérmicos e mucosos e áreas de necrose, decorrentes de reações de hipersensibilidade a distintos fármacos. A incidência é de 1 a 2 casos por milhão, possui alta taxa de mortalidade e requer cuidados multidisciplinares. As manifestações bucais são erosões, bolhas e ulcerações extremamente dolorosas, com grande potencial de infecção. Relatamos um caso clínico de paciente do sexo masculino, 19 anos, diagnosticado com NET, com acometimento de 90% da superfície corpórea e envolvimento oral grave. O paciente recebeu acompanhamento pela equipe de odontologia inserida na equipe multidisciplinar de uma unidade de terapia intensiva, onde foi realizado tratamento adjuvante através da fotobiomodulação para controle de dor e regeneração da mucosa oral, além de protocolos de higiene oral e hidratação constante. O caso representa a importância da avaliação e atuação precoce nas lesões orais de NET e o papel fundamental da equipe multidisciplinar para um tratamento integral.
Referências
Bellissimo-Rodrigues, W. T., Menegueti, M. G., Gaspar, G. G., de Souza, H. C. C., Auxiliadora-Martins, M., Basile-Filho, A., Martinez, R., & Bellissimo-Rodrigues, F. (2018). Is it necessary to have a dentist within an intensive care unit team? Report of a randomised clinical trial. International Dental Journal, 68(6), 420–427.
Blum, D. F. C., Da Silva, J. A. S., Baeder, F. M., & Bona, A. Della. (2018). The practice of dentistry in intensive care units in Brazil. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, 30(3), 327–332.
Cabañas Weisz, L. M., Miguel Escuredo, I., Ayestarán Soto, J. B., & García Gutiérrez, J. J. (2020). Toxic epidermal necrolysis (TEN): Acute complications and long-term sequelae management in a multidisciplinary follow-up. Journal of Plastic, Reconstructive and Aesthetic Surgery, 73(2), 319–327.
Chang, W. C., Abe, R., Anderson, P., Anderson, W., Ardern-Jones, M. R., Beachkofsky, T. M., Bellón, T., Biala, A. K., Bouchard, C., Cavalleri, G. L., Chapman, N., Chodosh, J., Choi, H. K., Cibotti, R. R., Divito, S. J., Dewar, K., Dehaeck, U., Etminan, M., Forbes, D., … Carleton, B. C. (2020). SJS/TEN 2019: From science to translation. Journal of Dermatological Science, 98(1), 2–12.
Charlton, O. A., Harris, V., Phan, K., Mewton, E., Jackson, C., & Cooper, A. (2020). Toxic Epidermal Necrolysis and Steven-Johnson Syndrome: A Comprehensive Review. Advances in Wound Care, 9(7), 426–439.
Dal Prá, K. J., de Assis Tristão, S. da S. S., Franco, J. B., Matias, D. T., Carrillo, C. M., de Melo Peres, M. P. S., & Ribas, P. F. (2020). Oral management of pemphigus vulgaris in the intensive care unit. Special Care in Dentistry, 40(3), 280–284.
Franco, J. B., Melo Da Costa, S., Jales, P., Zambon, C. E., José, F., Fujarra, C., Vieira Ortegosa, M., Fernandes, P., Guardieiro, R., Matias, D. T., Siqueira De, M. P., & Peres, M. (2014). Higiene bucal para pacientes entubados sob ventilação mecânica assistida na unidade de terapia intensiva: proposta de protocolo Oral hygiene for intubated patients assisted with mechanical ventilation in intensive care unit: proposal protocol. Arq Med Hosp Fac Cienc Med, 59(3), 126–157.
Kim, M. M., Barnato, A. E., Angus, D. C., Fleisher, L. F., & Kahn, J. M. (2010). The effect of multidisciplinary care teams on intensive care unit mortality. Archives of Internal Medicine, 170(4), 369–376.
Lee, H. Y., Walsh, S. A., & Creamer, D. (2017). Long-term complications of Stevens–Johnson syndrome/toxic epidermal necrolysis (SJS/TEN): the spectrum of chronic problems in patients who survive an episode of SJS/TEN necessitates multidisciplinary follow-up. British Journal of Dermatology, 177(4), 924–935.
Lin, C. C., Chen, C. B., Wang, C. W., Hung, S. I., & Chung, W. H. (2020). Stevens-Johnson syndrome and toxic epidermal necrolysis: risk factors, causality assessment and potential prevention strategies. Expert Review of Clinical Immunology, 16(4), 373–387.
Papp, A., Sikora, S., Evans, M., Song, D., Kirchhof, M., Miliszewski, M., & Dutz, J. (2018). Treatment of toxic epidermal necrolysis by a multidisciplinary team. A review of literature and treatment results. Burns, 44(4), 807–815.
Rabello, F., Araújo, V. E., & Magalhães, S. M. S. (2018). Effectiveness of oral chlorhexidine for the prevention of nosocomial pneumonia and ventilator-associated pneumonia in intensive care units: Overview of systematic reviews. International Journal of Dental Hygiene, 16(4), 441–449.
Rocha, A. L., De Souza, A. F., Nunes, L. F. M., Cunha, N. D. de S., Lanza, C. R. M., Travassos, D. V., & da Silva, T. A. (2019). Treatment of oral manifestations of toxic epidermal necrolysis with low-level laser therapy in a pediatric patient. Pediatric Dermatology, 36(1), e27–e30.
Schwartz, R. A., McDonough, P. H., & Lee, B. W. (2013). Toxic epidermal necrolysis: Part II. Prognosis, sequelae, diagnosis, differential diagnosis, prevention, and treatment. Journal of the American Academy of Dermatology, 69(2), 187.e1-187.e16.
Sedghizadeh, P. P., Kumar, S. K. S., Gorur, A., Mastin, C., & Boros, A. L. (2008). Toxic epidermal necrolysis with a rare long-term oral complication requiring surgical intervention. Oral Surgery, Oral Medicine, Oral Pathology, Oral Radiology and Endodontology, 105(4), 29–33.
Seminario-Vidal, L., Kroshinsky, D., Malachowski, S. J., Sun, J., Markova, A., Beachkofsky, T. M., Kaffenberger, B. H., Ergen, E. N., Mauskar, M., Bridges, A., Calhoun, C., Cardones, A. R., Chen, S. T., Chodosh, J., Cotliar, J., Davis, M. D. P., DeNiro, K. L., Dominguez, A. R., Eljure-Téllez, J., … Micheletti, R. G. (2020). Society of Dermatology Hospitalists supportive care guidelines for the management of Stevens-Johnson syndrome/toxic epidermal necrolysis in adults. Journal of the American Academy of Dermatology, 82(6), 1553–1567.
Simões, A., De Freitas, P. M., Bello-Silva, M. S., Tunér, J., & De Paula Eduardo, C. (2011). Laser phototherapy for stevens-johnson syndrome: A case report. Photomedicine and Laser Surgery, 29(1), 67–69.
Soares, R. G., Farias, L. C., da Silva Menezes, A. S., de Oliveira e Silva, C. S., Tabosa, A. T. L., Chagas, P. V. F., Santiago, L., Santos, S. H. S., de Paula, A. M. B., & Guimarães, A. L. S. (2018). Treatment of mucositis with combined 660- and 808-nm-wavelength low-level laser therapy reduced mucositis grade, pain, and use of analgesics: a parallel, single-blind, two-arm controlled study. Lasers in Medical Science, 33(8), 1813–1819.
Sonis, S. T., Hashemi, S., Epstein, J. B., Nair, R. G., & Raber-Durlacher, J. E. (2016). Could the biological robustness of low level laser therapy (Photobiomodulation) impact its use in the management of mucositis in head and neck cancer patients. Oral Oncology, 54, 7–14.
Woolum, J. A., Bailey, A. M., Baum, R. A., & Metts, E. L. (2019). A Review of the Management of Stevens-Johnson Syndrome and Toxic Epidermal Necrolysis. Advanced Emergency Nursing Journal, 41(1), 56–64.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Ketelin Dal Prá; Stefanny da Silva Santucci Assis Tristão; Juliana Bertoldi Franco; Diogo Toledo Matias; Maria Paula Siqueira de Melo Peres; Priscila Fernandes Ribas
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.