Revisão sistemática da atividade antidepressiva e dos efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios dos flavonóides em roedores
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i12.20673Palavras-chave:
Depressão; Antidepressivo; Flavonoides; Modelo animal.Resumo
Introdução: Os flavonóides têm recebido cada vez mais atenção da comunidade científica na última década devido aos seus efeitos antioxidantes e antiinflamatórios, apresentando benefícios em diversas condições, incluindo depressão maior em modelos animais. O objetivo deste estudo foi revisar as evidências produzidas nos últimos 10 anos sobre o efeito antidepressivo, antioxidante e anti-inflamatório dos flavonóides em modelos de depressão em roedores. Material e métodos: foi realizada uma revisão sistemática para reunir artigos publicados entre 2009 e 2019 que avaliam os efeitos dos flavonóides em modelos de depressão em roedores. Resultados: 43 estudos foram incluídos na revisão. Os flavonóides mais frequentemente estudados foram hesperidina (14%) e baicalina (9%). A principal fonte natural de flavonóides foram frutas cítricas (19%) e Scutellaria baicalensis Georgi (9%). Camundongos foram usados na maioria dos estudos (86%). A maioria dos estudos não usou um modelo específico de depressão (40%), e o mais usado foi o Estresse Leve Imprevisível Crônico (21%). Os testes comportamentais mais usados foram o teste de natação forçada (81%), o teste de suspensão da cauda (56%) e o teste de campo aberto (51%). Discussão: Considerando o total de testes, 93% deles apresentaram atividade antidepressiva, e todos os estudos que avaliaram estresse oxidativo (37%) e inflamação (39%) encontraram resultado antioxidante e anti-inflamatório significativo, respectivamente. Conclusões: Esses achados demonstram que os efeitos antidepressivos, antioxidantes e anti-inflamatórios dos flavonóides já evidenciados no estudo de outras patologias também estão presentes em modelos de depressão em roedores.
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