Indicadores de sustentabilidade socioambientais nas práticas de produção mais limpa em unidades de alimentação coletiva
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i13.20914Palavras-chave:
Ferramentas de gestão socioambiental; INPR; Gestão ambiental; Restaurante; Resto-ingestão; Saúde ambiental.Resumo
A implementação de um modelo de gestão socioambiental eficiente necessita da aplicação de ferramentas que evidenciem quali-quantitativamente as mudanças essenciais na produção. No setor alimentício, a literatura científica carece de estudos que apliquem indicadores e ferramentas desta natureza. Este trabalho tem como objetivo aplicar os indicadores de sustentabilidade socioambientais: Indicador do Nível de Processamento das Refeições (INPR) e o Análise do Resto-Ingestão (ARI) nas práticas de Produção Mais Limpa (PML) em um restaurante escola do noroeste do Paraná. A pesquisa associou estudo de caso com pesquisa de campo para aplicação dos indicadores socioambientais na PML. O INPR inicial foi de 1,34 e após mudanças passou para 3,77 (recomendado maior que 3), constatando-se ser de fácil aplicação e eficiente para melhorar a qualidade nutricional do cardápio. O ARI foi eficiente para determinar diferenças no desperdício entre as tipologias: à la carte (14,81%) e buffet (4,12%), mostrando-se de aplicação trabalhosa e análise simples. A aplicação dos dois indicadores foi viável, proporcionando processos produtivos mais circulares e buscando o perfil sustentável e saudável dos novos consumidores.
Referências
Abreu, E. S., Spinelli, M. G. N., & Zanardi, A. M. P. (2011). Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. Ed. Metha.
Albuquerque, H. C., Neto., Marques, C.C., Araújo, P. G. C., Gonçalves, W. P., Maia, R., & Barbosa, E. A. (2007). Caracterização de resíduos sólidos orgânicos produzidos no restaurante universitário de uma instituição pública (estudo de caso). In: Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 27(1). ABREPO.
Alves, M. G., & Ueno, M. (2015). Identificação de fontes de geração de resíduos sólidos em uma unidade de alimentação e nutrição. Revista Ambiente e Água. 10(4), 874-88.
Amorim, M. M. A., Junqueira, R. G., & Jokl, L. (2005). Adequação nutricional do almoço self-service de uma empresa de Santa Luzia, MG. Revista Nutrição, 18(1), 145-56.
Araújo, E. L. M., & Carvalho, A. C. M. S. (2015). Sustentabilidade e geração de resíduos em uma unidade de alimentação e nutrição da cidade de Goiânia-GO. DEMETRA: Alimentação, Nutrição & Saúde, 10(4), 775-96.
Araújo, G., Cohen, M., & Silva, J. (2014). Avaliação do Efeito das Estratégias de Gestão Ambiental Sobre o Desempenho Financeiro de Empresas Brasileiras. Revista de Gestão Ambiental e Sustentabilidade, 3(2), 16-38. University Nove de Julho: São Paulo. http://dx.doi.org/10.5585/geas.v3i2.93.
Augustini, V. C. M., Kishimoto, P., Tescaro, T. C., & Almeida, F. Q. A. (2008). Avaliação do índice de resto-ingesta e sobras em unidade de alimentação e nutrição (UAN) de uma empresa metalúrgica na cidade de Piracicaba/SP. Revista Simbio-Logias, 1(1), 99-110.
Birisci, E., & McGarvey, R. G. (2018). Optimal production planning utilizing leftovers for an all-you-care-toeat food service operation. Journal of Cleaner Production, 171(1), 984-94.
Bilck, A. P., Silva, D. L. D., Costa, G. A. N, Benasse, V. T., & Garcia, S. (2009). Aproveitamento de subprodutos: restaurantes de Londrina. Revista em Agronegócios e Meio Ambiente, 2(1), 87-104.
Borjes, L. C., Tasca, F. J., & Zamprogna, P. E. (2014). Alimentos industrializados fontes de sódio utilizados no preparo de refeições em restaurantes comerciais de Chapecó-SC. DEMETRA: Alimentação, Nutrição & Saúde, 9(1), 83-97.
Brasil. Lei nº 12.305 de 2 de agosto de 2010. Diário Oficial da União. Brasília, DF.
Brasil. (2014). Guia alimentar para a população brasileira. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica, 2. Brasília, DF: Ministério da Saúde.
Busato, M. A., Barbosa, F. M., & Frares, K. R. (2012). A geração de sobras e resto no restaurante popular de Chapecó (SC) sob a ótica da produção mais limpa. Revista Simbio-Logias, 5(7), 23-33.
Canella, D. S., Levy, B. R., Martins, A. P. B., Claro, R. M., Moubarac, J., Baraldi, L. G., Cannon, G., & Monteiro, C. A. (2014). Ultra-processed food products and obesity in Brazilian households (2008-2009). PLoS One, 9(3), e92752.
Capra, F. (2005). Como a natureza sustenta a Teia da Vida. In: M. Stone, & Z. Barlow (Eds.). Alfabetização ecológica: a educação das crianças para um mundo sustentável (pp. 13-15). São Paulo: Cultrix.
Carneiro, H. S. (2005). Comida e sociedade: significados sociais na história da alimentação. História: Questões & Debates, 42(1), 71-80.
Carneiro, C. M. L., Lima, A. M., Azevedo, J. B., Castro, M. G., & Silva, K. M. B. (2010) Diagnóstico dos resíduos sólidos produzidos no restaurante universitário da UFRN. In: Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 30(1) Rio de Janeiro: ABEPRO.
Casali, L. (2013). Cozinhando sem desperdício: receitas sustentáveis para o gourmet consciente. São Paulo: Alaúde Editorial.
Chamberlem, S. R. Kinasz, T. R., & Francesco, M. P. F. (2021). Resto de ingestão e sobra descartada: fonte de geração de resíduos orgânicos em unidades de alimentação e nutrição em Cuiabá, MT. Alimentos e Nutrição, 23(2), 317-25.
Cooper, K. A., Quested, T. E., Lanctuit, H., Zimmermann, D., Espinoza-Orias, N., & Roulin, A. (2018). Nutrition in the Bin: A Nutritional and Environmental Assessment of Food Wasted in the UK. Frontiers in Nutrition, 5(19).
Environmental Protection Agency (EPA). (1988) Principles of pollution prevention and cleaner production: facilitator´s manual.
Gouveia, N. (2012). Resíduos sólidos urbanos: impactos socioambientais e perspectiva de manejo sustentável com inclusão social. Ciência & Saúde Coletiva, 17(6), 1503-10.
Kirschbaum, C. (2013). Decisões entre pesquisas quali e quanti sob a perspectiva de mecanismos causais. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 28(82), 179-93.
Lafuente, A. N. A., Jr. (2012). Resíduos sólidos em restaurante comercial: um estudo de caso na cidade de Santos/SP. Revista de Tecnologia Aplicada, 6(2), 44-61.
Lopes, R. C., & Baldin, N. (2009). Educação ambiental para a reutilização do óleo de cozinha na produção de sabão-projeto “ecolimpo”. In: Anais do Congresso Nacional de Educação, 9(1). Curitiba: PUCPR.
Louzada, M. L. C., Martins, A. P. B., Canella, D. S., Baraldi, L. G., Levy, R. B., Claro, R. M., Moubarac, J., Cannon, G., & Monteiro, C. A. (2015). Alimentos ultraprocessados e perfil nutricional da dieta no Brasil. Revista de Saúde Pública, 49(1), 1-11.
Luken, R. A., Berkel, R. V., Leuenberger, H., & Schwager, P. (2016). A 20-year retrospective of the National Cleaner Production Centres programme. Journal of Cleaner Production, 112(1), 1165-74.
Machado, C. C. B., Mendes, C. K., Souza, P. G., Martins, K. S. R., & Silva, K. C. C. (2012). Avaliação do índice de resto ingesta de uma unidade de alimentação e nutrição institucional de Anápolis-GO. Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde, 16(6), 151-62.
Mandelli, S. M. C. (1997). Variáveis que interferem no comportamento da população urbana no manejo de resíduos sólidos domésticos no âmbito das residências. Tese de doutorado, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP, Brasil.
Martin-Rios, C., Demen-Meier, C., Gõssling, S., & Cornuz, C. (2018). Food waste management innovations in the foodservice industry. Waste Management, 79(1), 196-206.
Matuk, T. T., Utikava, N., Coradello, M. A., Torres, P. M., & Coutinho, S. M. V. (2015). Indicador do nível de processamento das refeições: caminho para a sustentabilidade. In: Anais do Workshop Interdisciplinario de Investigación e Indicadores de Sustentabilid, 4(1) Chile: Concepción, 47-59.
Neff, R. A., Spiker, M. L., & Truant, P. L. (2015). Wasted Food: U.S. Consumers' Reported Awareness, Attitudes, and Behaviors. PLoS ONE, 10(6).
Pereira, A. P., & Gonçalves, M. M. (2011). Compostagem doméstica de resíduos alimentares. Pensamento Plural: Revista Científica do UNIFAE, 5(2), 12-7.
Pereira, G., & Sant’anna, F. (2012) Uma análise da produção mais limpa no Brasil. Revista Brasileira de Ciências Ambientais, 24(1), 17-26.
Pospischek, V. S., Spinelli, M. G. N., & Matias, A. C. G. (2014) Avaliação de ações de sustentabilidade ambiental em restaurantes comerciais localizados no município de São Paulo. DEMETRA: Alimentação, Nutrição & Saúde, 9(2), 595-611.
Rabelo, N. M. L., & Alves, T. C. U. (2016). Avaliação do percentual de resto-ingestão e sobra alimentar em uma unidade de alimentação e nutrição institucional. Revista Brasileira de Tecnologia Agroindustrial, 10(1), 2039-52, jan./jun.
Rattner, H. (2001). Por caminhos alternativos da sustentabilidade. In: Anais do Seminário Dinâmica do Desenvolvimento na Era da Internacionalização da Economia, 2(1), Natal: Trabalhos.
Rauber, F., Campagnolo, P. D. B, Hoffman, D. J., & Vitolo, M. R. (2015). Consumption of ultra-processed food products and its effects on children’s lipid profiles: a longitudinal study. Nutrition, Metabolism & Cardiovascular Diseases, 25(1), 116-22.
Rezzadori, K., & Benedetti, S. (2009). Proposições para valorização de resíduos do processamento do suco de laranja. In: Anais do International Workshop Advances in Cleaner Production, 2(1). UNIP, 1-11.
Ribeiro, F. M.; & Kruglianskas, I. A. (2014). Economia Circular no contexto europeu: Conceito e potenciais de contribuição na modernização das políticas de resíduos sólidos. In: Anais do Encontro Internacional sobre Gestão Empresarial e Meio Ambiente, 16(1). FEA, 1-16.
Rosa, B. N., Moraes, G. G., Maroço, M., & Castro, R. (2005) A importância da reciclagem do papel na melhoria da qualidade do meio ambiente. In: Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 25(1). ABREPO, 5170-76.
Severo, E. A., Guimarães, J. C. F., & Dorion, E. C. H. (2018) Cleaner production, social responsibility and eco-innovation: Generations' perception for a sustainable future. Journal of Cleaner Production, 186(1), 91-103.
Silva, A. M., Silva, C. P., & Pessina, E. L. (2010). Avaliação do índice de resto-ingesta após campanha de conscientização dos clientes contra o desperdício de alimentos em um serviço de alimentação hospitalar. Revista Simbio-Logias, 3(4), 43-56.
Souza, E. L. (2006). Contaminação ambiental pelos resíduos de serviços de saúde. Bebedouro: Faculdades Integradas Fafibe.
Spinelli, M. G. N., & Cale, L. R. (2009) Avaliação de resíduos em uma unidade de alimentação e nutrição. Revista Simbio-Logias, 2(1), 21-30.
Stockli, S., Dorn, M., & Liechti, S. (2018) Normative prompts reduce consumer food waste in restaurants. Waste Management, 77(1), 532-36.
Tavares, L. F., Fonseca, S. C., Rosa, M. L. G., & Yokoo, E. M. (2012). Relationship between ultra-processed foods and metabolic syndrome in adolescents from a Brazilian Family Doctor Program. Public Health Nutrition, 15(1), 82-7.
Teixeira, J. C. (2001). Utilização da polpa cítrica na alimentação de bovinos leiteiros. Parte I. Milkbizz Tecnologia, 1(3), 25-8.
Teo, C. R. P. A., & Monteiro, C. A. (2012). Marco legal do Programa Nacional de Alimentação Escolar: uma releitura para alinhar propósitos e prática na aquisição de alimentos. Revista de Nutrição, 25(5), 657-68.
Turchetto, Q. Schüroff, H. P., Barros, C., Jr., Andreazzi, M. A., & Emanuelli, I. P. (2015). Destino sustentável de resíduos sólidos orgânicos em restaurante escola: uma proposta de implementação. Revista Monografias Ambientais, 15(1), 220-27.
Turchetto, Q., Andreazzi, M. A., Silva, C., Paccola, E. A., & Emanuelli, I. P. (2017). Conceitos e práticas de gestão ambiental no setor de gastronomia. Enciclopédia Biosfera, 14(25), 1757-71.
Vaz, C. S. (2006). Restaurantes: controlando custos e aumento lucros. LGE.
Vilhena, M. O., & Silva, M. C. (2007). Aproveitamento integral de alimentos orgânicos: arte culinária verde. In: Anais da Jornada Nacional da Produção Científica em Educação Profissional e Tecnológica, 2(1). Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica, 1-6.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Queila Turchetto; Mariana Luísa Chiezi de Oliveira; Márcia Aparecida Andreazzi ; Isabele Picada Emanuelli
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.