Percepção e ação acerca da segurança alimentar: um estudo de caso com agricultores familiares em Vitorino/PR
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i13.21499Palavras-chave:
Autoconsumo; Desenvolvimento rural; Sustentabilidade; Qualidade de vida.Resumo
A predominância das terras brasileiras ocupadas pelo plantio de commodities apresenta um modelo de produção ameaçador a segurança e a soberania alimentar do país. Desse modo, a prática de produção para autoconsumo surge como uma estratégia na garantia alimentar de famílias rurais. Trata-se de todo tipo de produção realizada dentro da unidade familiar, na qual é utilizada pelos membros da família a fim de atender suas necessidades. Sob esse contexto, o presente artigo tem como objetivo compreender sobre a produção para autoconsumo, bem como a percepção dos agricultores familiares sobre a temática da segurança alimentar no munícipio de Vitorino/PR. Realizou-se pesquisa qualitativa com aporte de reunião de formação participativa e uso do método de observação participante, ainda, aplicou-se entrevistas semiestruturadas com vinte e dois agricultores familiares do município Os dados apresentados evidenciam a importância da produção para autoconsumo diante da necessidade ao combate da insegurança alimentar e nutricional do país, sobretudo, no âmbito rural o qual tem passado por muitas transformações. A preocupação com o veneno nos alimentos foi muito presente nas narrativas, de modo que o alimento produzido com agrotóxicos ou industrializado é percebido como sinônimo de alimento que produz insegurança de consumo, além de risco para a saúde.
Referências
Anjos, F. S., Caldas, N. V., Grisa, C., Niederle, P. A., & Schneider, E. P. (2004). Abrindo a caixa-verde: estudo sobre a importância econômica do autoconsumo na agricultura familiar meridional. II Seminário internacional sobre Desenvolvimento Regional, 1-19.
Ana, W. P. S., & Lemos, G. C. (2018). Metodologia Científica: a pesquisa qualitativa nas visões de Lüdke e André. Revista Eletrônica Científica Ensino Interdisciplinar, 4(12), 531-541.
Assis, D. M. S. D., Tavares-Martins, A. C. C., Beltrão, N. E. S., & Sarmento, P. S. D. M. (2020). Percepção ambiental em comunidades tradicionais: um estudo na Reserva Extrativista Marinha de Soure, Pará, Brasil. Ambiente & Sociedade, 23.
Beck, U. (2011). Sociedade de Risco: Rumo a uma outra modernidade. trad. Sebastião Nascimento. Editora, 34.
Brighenti, J., Biavatti, V. T., & de Souza, T. R. (2015). Metodologias de ensino-aprendizagem: uma abordagem sob a percepção dos alunos. Revista Gestão Universitária na América Latina-GUAL, 281-304.
Camargo, J. S. M., & Navas, R. (2017). Programas Institucionais de Compra da Agricultura Familiar no Município de Ribeirão Grande/SP: Uma Análise a Partir da Produção e Consumo. Revista Nera, (35), 230-245.
Costa, L. A. D., Marques, A. D. A., Sampaio, J. R. F., Santana, W. J. D., & Rocha, E. M. B. (2021). Food insecurity in farmers: violation of the human right to adequate food. Cadernos Saúde Coletiva, 29, 122-132.
Corrêa, M. L. M., Pignati, W. A., & Pignatti, M. G. (2019). Segurança Alimentar, produção de alimentos e saúde: um olhar para os territórios agrícolas de Mato Grosso. ACENO-Revista de Antropologia do Centro-Oeste, 6(11), 129-a.
Cruz, F. T. D., & Schneider, S. (2010). Qualidade dos alimentos, escalas de produção e valorização de produtos tradicionais. Revista Brasileira de Agroecologia, 5(2), 22-38.
Dallanôra, I. B. (2020) Modernização do espaço rural brasileiro: “novo” olhar para a agricultura familiar. Caderno de Geografia, 30(2), 289-289.
Dutra, R. M. S.; De Souza, M. M. O. (2017) Cerrado, Revolução Verde e a Evolução no Consumo de Agrotóxicos. Sociedade & Natureza, 29(3), 469-484.
Gavioli, F. R., & Costa, M. B. B. (2011). As múltiplas funções da agricultura familiar: um estudo no assentamento Monte Alegre, região de Araraquara (SP). Revista de Economia e Sociologia Rural, 49(2), 449-472.
Gazolla, M. (2004). Agricultura familiar, segurança alimentar e políticas públicas: Uma análise a partir da produção para autoconsumo no território do Alto Uruguai/RS. (Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural/UFRGS.) Porto Alegre – RS, 287p.
Gazolla, M., & Schneider, S. (2007). A produção da autonomia: os "papeis" do autoconsumo na reprodução social dos agricultores familiares. Estudos: sociedade e agricultura. 15(1), 89-122.
Gil, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social. (6a ed.), Ediitora Atlas SA.
Gliessman, S. (2020). A vision for future food and agriculture systems. Journal Agroecology and Sustainable Food Systems. 44, 137-138.
Grisa, C. (2009). Riscos e consumo de alimentos na agricultura familiar: a reemergência da produção para autoconsumo. Encontro Nacional de Estudos do Consumo, 1-25.
Grisa, C., & Schneider, S. (2008). "Plantar pro gasto": a importância do autoconsumo entre famílias de agricultores do Rio Grande do Sul. Revista de Economia e Sociologia Rural, 46(2), 481-515.
Grisa, C., Schneider, S., Conterato, M. A., & Ferreira, F. (2006). A produção para autoconsumo no Brasil: uma análise a partir do Censo Agropecuário 2006. Aspectos multidimensionais da agricultura brasileira: diferentes visões do Censo Agropecuário, 165-186.
Grisa, C., Gazolla, M., & Schneider, S. (2010). A" produção invisível" na agricultura familiar: autoconsumo, segurança alimentar e políticas públicas de desenvolvimento rural. Agroalimentaria, 16(31), 65-79.
Hoffmann, R. (1995). Pobreza, insegurança alimentar e desnutrição no Brasil. Estudos avançados, 9(24), 159-172.
Hoyos, C. J. C., & D'Agostini, A. (2017). Segurança alimentar e soberania alimentar: convergências e divergências/Food Security and Food Sovereignty: convergences and divergences. Revista Nera, (35), 174-198.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia. Cidades-Vitorino. https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/pr/vitorino.html
IPARDES. Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (2018). Caderno Estatístico Município de Vitorino, 2018. http://www.ipardes.gov.br/cadernos/MontaCadPdf1.php?Municipio=85520
IPARDES. Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (2020). Caderno Estatístico Município de Vitorino, 2020. http://www.ipardes.gov.br/cadernos/MontaCadPdf1.php?Municipio=85520
Leite, S. (2004). Autoconsumo y sustentabilidad en la agricultura familiar: una aproximación a la experiencia brasileña. Políticas de seguridad alimentaria y nutrición en América Latina, São Paulo: Hucitec, 123-181.
Lopes, A. C. S., Menezes, M. C. D., & Araújo, M. L. D. (2017). O ambiente alimentar e o acesso a frutas e hortaliças:“Uma metrópole em perspectiva” 1. Saúde e Sociedade, 26, 764-773.
Lopes, A. C. S., Menezes, M. C. D., & Araújo, M. L. D. (2017). O ambiente alimentar e o acesso a frutas e hortaliças:“Uma metrópole em perspectiva” 1. Saúde e Sociedade, 26, 764-773.
Marcon, T. (2012). Progresso, modernização e sustentabilidade: desafios para as políticas agrícolas. Olhar de Professor, 15(1), 131-142.
Nishikawa, D. L. L. (2012). Alternativas ao modelo hegemônico da agricultura: o caso da associação de produtores rurais dos Garcias no município de Bom Repouso (MG). Tese de doutorado. Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara.
Novaes, H. T. (2017). Reestruturação do campo e o fetichismo da “revolução verde”. Revista Ciências do Trabalho, (9).
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). (2017). Panorama da segurança alimentar e nutricional, Santiago.
Santos, B. D. S. (2002). Produzir para viver: os caminhos da produção não capitalista. Rio de janeiro: Civilização brasileira, 3.
Santos, L. A. S. (2008). O corpo, o comer e a comida: um estudo sobre as práticas corporais alimentares cotidianas a partir da cidade de Salvador. SciELO-EDUFBA.
Santosa, I., & Suyanto, A. (2017). The Benefit of Mix Farming Agribusiness to Strengthen Food Sustainability of The Farmer Household at Agrotourism Areas. Journal of Art and Humanities, 6(10), 24-31.
Seyferth, G. (2013). Memória coletiva, identidade e colonização: representações da diferença cultural no Sul do Brasil. MÉTIS: história & cultura, 11(22).
Pereira A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica.
Teixeira, I. B. C. (2007). O desafio da segurança alimentar e nutricional (SAN) para as famílias rurais: O que temos no nordeste? III Jornada Internacional de Políticas Públicas, 1-8.
Viganó, C., Gonçalves, L. M., Cattani, J. P. C., & Campos, J. R. D. R. (2019). Autoconsumo e agroecologia: um retrato da agricultura familiar no município de Vitorino-PR. X Seminário Internacional sobre Desenvolvimento Regional.
Vieira, E. D. L. P., Mendonça, X. M. F. D., & do Carmo Almeida, J. F. (2019). Produção e consumo de hortaliças orgânicas: eixo gerador de segurança alimentar. Revista de Extensão da Integração Amazônica, 1(2), 88-91.
Vottri, M., Godoy, C. M. T., Godoy, W. I., & da Rocha Campos, J. R. (2019). A Agroecologia como alternativa ao modelo de produção vigente: Algumas reflexões para o município de Vitorino/PR. Sociedade em Debate, 25(3), 171-185.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Caroline Viganó; Larisse Medeiros Gonçalves; Cristiane Maria Tonetto Godoy; José Ricardo da Rocha Campos; Wilson Itamar Godoy; Paulo Henrique de Oliveira
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.