Qualidade e viabilidade de probióticos comercializados em farmácias magistrais de Cascavel-PR
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i14.21822Palavras-chave:
Viabilidade microbiana; Probióticos; Boas práticas de manipulação.Resumo
Para um produto ser considerado probiótico, este deve apresentar células viáveis, na dose descrita no rótulo, até o prazo de validade e quando manipulado na forma de cápsulas deve seguir critérios de qualidade estabelecidos na legislação. Portanto, o objetivo desse estudo foi avaliar a qualidade das cápsulas manipuladas com probióticos, bem como verificar a viabilidade dos microrganismos em três farmácias magistrais, da cidade de Cascavel-PR. Analisou-se a rotulagem dos produtos, o peso médio e a viabilidade celular. Identificaram-se os microrganismos através das características morfo-tintoriais e prova da catalase. Apenas o rótulo da farmácia 2 apresentou a descrição preconizada pela legislação, entretanto, apesar do prazo de validade proposto, o laudo do fabricante apontou que uma das matérias-primas estava vencida. O peso médio estava em conformidade em todas as farmácias. Quanto à viabilidade celular, ocorreram diferenças na repetição e entre as farmácias. Na repetição, a farmácia 1 não apresentou crescimento de células viáveis e a Farmácia 2, demonstrou uma perda da viabilidade quando comparada ao primeiro ensaio. A farmácia 3 quando comparada as outras farmácias, demonstrou um crescimento satisfatório. Esse estudo demonstrou não haver um controle de qualidade rigoroso para a manipulação de cápsulas contendo probióticos, comprometendo a qualidade e eficácia do produto. Dessa forma, se torna necessário padronizar estes produtos segundo sua concentração, prazo de validade e excipientes utilizados, de modo a garantir o melhor tratamento para o paciente.
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