Ingestão alimentar e níveis séricos de vitamina D em pessoas com síndrome metabólica
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i14.21965Palavras-chave:
Vitamina D; Síndrome Metabólica; Ingestão alimentar.Resumo
A vitamina D possui múltiplas funções e suas principais formas de obtenção são pela exposição solar e a partir da ingestão de alimentos fontes ou suplementação. Porém, observa-se que mesmo pessoas com maior tempo de exposição solar, possuem níveis reduzidos desse hormônio, podendo a ingestão alimentar ser uma alternativa. Especula-se que pessoas com síndrome metabólica (SM) e/ou obesidade são mais susceptíveis à hipovitaminose D que pessoas sem tais fatores. O objetivo desse estudo é avaliar a ingestão alimentar de vitamina D e comparar com seus níveis séricos entre pessoas com SM e sem SM. Metodologia: Estudo comparativo com 104 voluntários divididos em dois grupos (um grupo de pessoas com SM e outro grupo de pessoas sem SM) de igual tamanho. Foram realizadas avaliação antropométrica (índice de massa corporal (IMC) e circunferência da cintura (CC)) e exames bioquímicos (HDL-c, triglicerídeos, glicemia de jejum e vitamina D). Os níveis séricos de vitamina D foram avaliados pela dosagem de 25- hidroxivitamina D e a ingestão determinada a partir de recordatório alimentar. Resultados: A média dos níveis séricos nos participantes sem SM foi maior (30,602 ng/mL) que com SM (26,296 ng/mL). A média de ingestão de vitamina D foi menor nas pessoas com SM (1,61µ) que sem SM (2,18µ). Conclusão: Todos os participantes possuíam ingestão alimentar insuficiente de vitamina D e, consequentemente, baixos níveis séricos, mesmo realizando uma exposição solar adequada. Políticas públicas são necessárias para incentivar o consumo de alimentos fonte e para fortificar os alimentos básicos.
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