A paralisia cerebral e o uso materiais recicláveis para o estímulo do desenvolvimento motor de crianças: uma revisão da literatura
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i14.22116Palavras-chave:
Pessoas com deficiência; Transtornos motores; Jogos e brinquedos; Desenvolvimento sustentável.Resumo
No Brasil, cerca de 2,4% das crianças com idades entre 0 e 14 anos possuem algum tipo de deficiência. A Paralisia Cerebral (PC) é uma deficiência física de caráter permanente com impactos em diversos órgãos e sistemas e, por isso, estratégias que possibilitem o pleno desenvolvimento de crianças com PC devem ser planejadas e executadas. Objetivo: Revisar as principais características da PC e abordar como a utilização de intervenções como jogos e brincadeiras utilizando materiais de baixo custo e fácil acesso pode ser útil para estimular o desenvolvimento motor de crianças com PC. Metodologia: Revisão narrativa da literatura com consulta às bases de dados PubMed e SciELO, livros e documentos de organizações, sem restrição quanto ao ano de publicação, em português e inglês. Resultados e discussão: As alterações no desenvolvimento motor de crianças com PC abrangem o movimento, equilíbrio, força e postura. As intervenções devem ocorrer o mais precocemente possíveis, em diferentes contextos, para que o crescimento e desenvolvimento seja facilitado, proporcionando melhor prognóstico. Dentre as possibilidades, a utilização de materiais de baixo custo, recicláveis e reutilizáveis é um uma estratégia que além dos benefícios motores traz mais ludicidade, prazer e dinamismo, favorecendo maior adesão às atividades. Conclusão: O uso de materiais de baixo custo e fácil acesso pode contribuir para a redução de déficits funcionais e desenvolvimento motor de crianças com PC. A construção de jogos e brincadeiras com esses materiais além deixar as intervenções mais atrativas pode ser aplicada em diferentes ambientes, incluindo o domiciliar e o escolar.
Referências
Anjos, E. S.; Pacheco, F. Y. R. & Santos, R. C. C. S. (2016). Terapia de Contensão Induzida na função do membro superior parético. Revista da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, v. 14, n.3, p. 172-176.
Balemans, A. C. et al. (2013). Maximal aerobic and anaerobic exercise responses in children with cerebral palsy. Medicine & Science in Sports & Exercise, v. 45, n. 3, p. 561-568.
Baltor, M. R. & Dupas G. (2013). Experiences from families of children with cerebral paralysis in context of social vulnerability. Rev. Latino-Am. Enfermagem. Ribeirão Preto, v. 21, n. 4, p. 956-963.
Brasil. (1999). Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia de para Assuntos Jurídicos.
Brasil. (2010) Censo Demográfico 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Brasil. (2013). Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de atenção à pessoa com paralisia cerebral. Brasília. 80 p. : il.
Brasil. (2015). Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia de para Assuntos Jurídicos.
Bratteby Tollerz, L. U. et al. (2015). Children with cerebral palsy do not achieve healthy physical activity levels. Acta Paediatrica, v. 104, n. 11, p. 1125-1129.
Barber, L. A; Boyd, R. N. (2016). Growing muscles in children with cerebral palsy. Developmental Medicine & Child Neurology, v. 58, p. 431-432.
Blascovi-assis, S. M. (2015). Desenvolvimento motor e suas alterações na paralisia cerebral. In: Paralisia cerebral: teoria e prática. São Paulo: Plêiade.
Bosanquet, M. et al. (2013). A systematic review of tests to predict cerebral palsy in young children. Developmental Medicine and Child Neurology, v. 55, n. 5, p. 418-426.
Cavalcante, V. M. V. et al. (2017). Perfil epidemiológico das crianças com paralisia cerebral em atendimento ambulatorial. Revista de Enfermagem. Rio de Janeiro: UERJ.
Damiano, D. et al. (2006). Comparing functional profiles of children with hemiplegic and diplegic cerebral palsy in GMFCS levels I and II: are separate classifications needed? Developmental Medicine and Child Neurology, v. 10, n. 48, p. 797-803.
Embiruçu, E. K. et. al. (2009). Autosomal recessive ataxias: 20 types, and counting. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, v. 27, p. 1147-1156.
Embiruçu, E. K. et. al. (2015). Paralisia cerebral. In: Paralisia cerebral: teoria e prática. São Paulo: Plêiade.
Fonseca, L. F. et al. (2002). Compêndio de neurologia infantil. 1. ed. Medsi.
Fonseca, C. S. & Guarany, N. R. (2018). A intervenção por terapia de contensão induzida no desempenho. Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional, v. 2, n.2, p. 292-304.
Freire, J. B. (1994). Educação de corpo inteiro: teoria e prática da educação física. 4. ed. Rio de Janeiro: Scipione.
Gauzzi, L. D. V. & Fonseca, L. F. (2004). Classificação da paralisia cerebral. In: Paralisia Cerebral: neurologia, ortopedia e reabilitação. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.
Gillett, J. G. et al. (2016). The impact of strength training on skeletal muscle morphology and architecture in children and adolescents with spastic cerebral palsy: a systematic review. Res. Dev. Disabil., n. 56, p. 183-196.
Gulati, S. & Sondhi, V. (2017). Cerebral palsy: an overview. The Indian Journal of Pediatrics, v. 85, n. 11, p. 1006-1016.
Haley, S. M. et al. (2010). Lessons from use of the pediatric evaluation of disability inventory: where do we go from here? Pediatric Physical Therapy, n. 22, v. 1, p. 69-75.
Herskind, A. et al. (2016). Muscle growth is reduced in 15-month-old children with cerebral palsy. Developmental Medicine & Child Neurology, v. 58, p. 485-491.
Mélo, T. R. (2011). Escalas de avaliação do desenvolvimento e habilidades motoras: AIMS, PEDI, GMFM e GMFCS. In: Fisioterapia em Neuropediatria. OMNIPAX.
Monteiro, C. B. M. et al. (2010) Aprendizagem motora em crianças com paralisia cerebral. Revista Brasileira Crescimento e Desenvolvimento Humano, v. 20, n. 2, p. 250-262.
Novak, I. et al. (2017). Early, accurate diagnosis and early intervention in cerebral palsy: advances in diagnosis and treatment. JAMA Pediatr., v. 171, n. 9, p. 897-907.
Organização Mundial da Saúde. (OMS) (2011). Relatório Mundial sobre a Deficiência.
Organização das Nações Unidas. (ONU). (1948). Declaração Universal dos Direitos Humanos. Nova Iorque.
Organização das Nações Unidas. (ONU). (1981). Resolution adopted by the General Assembly n. 31/123: international year of disabled persons.
Organização das Nações Unidas. (ONU) (1994). Declaração de Salamanca e enquadramento da ação. Conferência Mundial sobre necessidades educativas especiais: acesso e qualidade. Salamanca.
Organização das Nações Unidas.(ONU). (2013). Situação Mundial da Infância: crianças com deficiência. Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância. Nova Iorque.
Organização das Nações Unidas. (ONU). (2015). Transformando nosso mundo: a agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável. Nova Iorque.
Peres, L. W. et al. (2018). Estratégias lúdicas na reabilitação motora de crianças com paralisia cerebral: revisão integrativa. Revista Eletrônica De Enfermagem, v. 20.
Piovesana, A. M. S. G. (1998). Paralisia cerebral: contribuição do estudo por imagem. In: Paralisia cerebral: aspectos práticos. São Paulo: Memnon.
Romeo, D. M. et al. (2016). Use of the hammersmith infant neurological examination in infants with cerebral palsy: a critical review of the literature. Developmental Medicine & Child Neurology, v. 58, n. 3, p. 240-245.
Rosenbaum, P. et al. (2007). A report: the definition and classification of cerebral palsy, April 2006. Developmental Medicine & Child Neurology, n. 109, p. 8-14, jan.
Souza, A. M. C. et al. (2014). Paralisia cerebral: história, conceito e classificações. In: Reabilitação: paralisia cerebral. Goiânia: Cânone.
Tarran, A. B. P. et al. (2015). Paralisia cerebral. In: Reabilitação. 2. ed. Barueri: Manole.
Verschuren, O. et al. (2016). Exercise and physical activity recommendations for people with cerebral palsy. Developmental Medicine & Child Neurology, v. 58, n. 8, p. 798-808.
Vitrikas, K. et al. (2020) Cerebral palsy: an overview. Am Fam Physician, v. 101, n. 4, p. 213-220.
United Nations International Children’s Emergency Fund.(UNICEF). (1989). Convenção sobre os Direitos da Criança. Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância. Nova Iorque.
Wimalasundera, N., & Stevenson, V. L. (2016). Cerebral palsy. Pract Neurol., v. 16, n. 3, p. 184-194, jun..
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Eduardo Henrique Monzatto de Mattos; Patrícia dos Santos Vigário
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.