O uso de plantas carnívoras como ferramenta para o ensino de botânica e para a educação ambiental
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i14.22153Palavras-chave:
Alfabetização científica; Aula prática; Droseraceae; Estratégia de Ensino; Lentibulariaceae; Oficina de desenhos; Sujeito ecológico.Resumo
Na tentativa de imprimir significado a aprendizagem no ensino de Ciências e torná-lo mais eficaz e atrativo, os professores devem continuamente repensar e aperfeiçoar suas práticas pedagógicas, adotando instrumentos didáticos que permitam a realização e facilitação da aprendizagem, com abordagens que conduzam à reflexão sobre as temáticas ambientais, de forma contextualizada. Assim, esta pesquisa objetivou utilizar plantas carnívoras como ferramentas didáticas em prol de despertar a sensibilidade ambiental dos alunos de duas escolas de Quirinópolis, Goiás. Para tanto foi realizada uma intervenção pedagógica envolvendo a exposição sobre alguns conceitos ambientais e uma atividade prática com plantas carnívoras. Antes e posterior à execução da intervenção pedagógica os alunos responderam questionários e fizeram desenhos, os quais auxiliaram na verificação da validade do método didático empregado. Verificamos que a atividade proposta possibilitou a eles conhecer mais sobre plantas carnívoras, observando a importância ecológica delas e a estreita relação da diversidade deste grupo com o estado de conservação do ambiente em que elas vivem, oportunizando reflexões sobre nossas atitudes que impactam diretamente o meio ambiente. Antes de conhecerem as plantas os desenhos dos alunos as representavam como seres “humanizados”, “comedores de gente”, de caráter perigoso, apresentando risco à humanidade. Após a aula prática, os desenhos já ilustravam as reais características morfológicas destes vegetais. Diante dos dados, podemos inferir que o uso de plantas carnívoras consiste em uma prática atrativa para o ensino de Ciências, em especial de botânica, abordando diversos temas de maneira contextualizada e interdisciplinar, favorecendo uma aprendizagem não fragmentada.
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