Avaliação de dois programas de treinamento físico − concorrente e aeróbico − em mulheres obesas ou com sobrepeso portadoras da síndrome dos ovários policísticos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i15.22356

Palavras-chave:

Síndrome dos Ovários Polícisticos; Treinamento Aeróbico; Treinamento concorrente.

Resumo

Introdução: A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é um distúrbio endócrino, heterogêneo, cuja etiologia é desconhecida e com alta variação fenotípica .O tratamento de primeira linha para esta doença é o treinamento físico. Objetivo: Avaliar dois tipos de treinamentos físicos, concorrente e aeróbico, em mulheres obesas e com sobrepeso com SOP. Metodologia: Trata-se de um estudo clínico, analítico, prospectivo, controlado e randomizado, utilizando protocolos de treinamentos no “antes-depois”, onde utilizou-se o treinamento aeróbico, que é a utilização do oxigênio como fonte de energia, e o treino concorrente, que é a utlização de treino de força e treino aeróbico. Foram selecionadas 30 mulheres, nas quais 14,  aproximadamente, 47% do total de pacientes participaram efetivamento do programa, com idade entre 18 e 40 anos com SOP obesas e/ou sobrepeso e posteriormente randomizadas para o Grupo I e Grupo II: a avaliação dos efeitos dos dois treinamentos, concorrente e aeróbico, sobre os parâmetros antropométricos, metabólicos e hormonais foi feita através de protocolos específicos para os treinos aeróbicos e concorrente. Foi utilizado para análise estatística o programa IBM SPSS versão 27.0. A distribuição normal dos dados foi realizado pelo teste de Shapiro-Wilk e para avaliar a mudança significativa da variável pós-intervenção, foi aplicado o teste t-student pareado. Resultados: Houve diferenças estatisticamente significante das variáveis estudadas nos parâmetros antropométricos no Treinamento Concorrente (TC) e Treinamento Aeróbico (TA) como peso, Índice de Massa Corporal (IMC), idade metabólica e gordura.O perfil da amostra demonstrou que dentre as selecionadas, a maioria (42,86%) possuía ensino superior, (57,14%) se autodeclararam negras e (100%) eram sedentárias.Comparando-se o TA e TC relativo aos parâmetros antropométricos, os grupos apresentaram homogeneidade, com diferença somente na coxa D(P=0,038). Conclusão: Os treinamentos físicos concorrentes e aeróbicos realizados três vezes por semana durante três meses reduzem de forma significativa vários parâmetros como peso, IMC, gorduras e parâmetros metabólicos. A eficácia é similar nos parâmetros antropométricos dos dois treinos físicos, concorrente e aeróbico.

Referências

Abazar, E., Taghian, F., Mardanian, F., & Forozandeh, D. (2015). Effects of aerobic exercise on plasma lipoproteins in overweight and obese women with polycystic ovary syndrome. Advanced biomedical research, 4

Abeso. Diretrizes Brasileiras de Obesidade; 2016. (4a ed.), 15-22.

American College Of Sports Medicine (ACSM). Diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição. 2007. (7a ed.), Guanabara Koogan.

Azziz, R., Carmina, E., Dewailly, D., Diamanti-Kandarakis, E., Escobar-Morreale, H. F., Futterweit, W., & Witchel, S. F. (2006). Criteria for defining polycystic ovary syndrome as a predominantly hyperandrogenic syndrome: an androgen excess society guideline. The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, 91(11), 4237-4245.

Baranova, A., Tran, T. P., Birerdinc, A., & Younossi, Z. M. (2011). Systematic review: association of polycystic ovary syndrome with metabolic syndrome and non‐alcoholic fatty liver disease. Alimentary pharmacology & therapeutics, 33(7), 801-814.

Barber, T. M., McCarthy, M. I., Franks, S., & Wass, J. A. (2007). Metabolic syndrome in polycystic ovary syndrome. Endokrynologia Polska, 58(1), 34-41.

Barber, Thomas M. et al. (2006). Obesity and polycystic ovary syndrome. Clinical Endocrinology, 65(2), 137-145.

Barber, T. M., Dimitriadis, G. K., Andreou, A., & Franks, S. (2016). Polycystic ovary syndrome: insight into pathogenesis and a common association with insulin resistance. Clinical Medicine, 16(3), 262.

Barnard, L., Ferriday, D., Guenther, N., Strauss, B., Balen, A. H., & Dye, L. (2007). Quality of life and psychological well being in polycystic ovary syndrome. Human reproduction, 22(8), 2279-2286.

Bellver, J., Rodríguez-Tabernero, L., Robles, A., Muñoz, E., Martínez, F., Landeras, J., ... & Acevedo, B. (2018). Polycystic ovary syndrome throughout a woman’s life. Journal of assisted reproduction and genetics, 35(1), 25-39.

Benham, J. L., Yamamoto, J. M., Friedenreich, C. M., Rabi, D. M., & Sigal, R. J. (2018). Role of exercise training in polycystic ovary syndrome: a systematic review and meta‐analysis. Clinical obesity, 8(4), 275-284.

Borg, G. A. (1982). Psychophysical bases of perceived exertion. Medicine & science in sports & exercise.

Brasil. (2012). Ministério da Saúde. Resoluçãon º466/12. Conselho Nacional de Pesquisa com Seres Humanos. Diário Oficial da União. Brasília.

Bulsara, J. P., Patel, P., Soni, A., & Acharya, S. (2021). A review on brief insight into Polycystic Ovarian syndrome. Endocrine and Metabolic Science, 100085.

Carmina, E., & Azziz, R. (2006). Diagnosis, phenotype, and prevalence of polycystic ovary syndrome. Fertility and sterility, 86, S7-S8.

Costa, E. C., Sá, J. C. F. D., Stepto, N. K., Costa, I. B. B., Farias Junior, L. F., Moreira, S. D. N. T., & Azevedo, G. D. D. (2018). Aerobic training improves quality of life in women with polycystic ovary syndrome.

Costa, R. F. (1999). Qual a melhor técnica de avaliação da composição corporal. Revista Nutrição em Pauta. São Paulo, 7(37), 31-35.

Cruz, I. D. S. D. (2017). Síndrome metabólica e condicionamento físico parciais de mulheres jovens obesas submetidas a um protocolo de treinamento concorrente.Tese de doutorado [Internet].

Delitala, A. P., Capobianco, G., Delitala, G., Cherchi, P. L., & Dessole, S. (2017). Polycystic ovary syndrome, adipose tissue and metabolic syndrome. Archives of gynecology and obstetrics, 296(3), 405-419.

Ding, T.et al. The prevalence of polycystic ovary syndrome in reproductive-aged women of different ethnicity: a systematic review and meta-analysis. Onco Target, 8(56), 96351-96358.

Drosdzol, A., Skrzypulec, V., Mazur, B., & Pawlińska-Chmara, R. (2007). Quality of life and marital sexual satisfaction in women with polycystic ovary syndrome. Folia histochemica et cytobiologica, 45(I), 93-97.

Ehrmann, D. A. (2005). Polycystic ovary syndrome. New England Journal of Medicine, 352(12), 1223-1236.

Forslund, M., Landin‐Wilhelmsen, K., Schmidt, J., Brännström, M., Trimpou, P., & Dahlgren, E. (2019). Higher menopausal age but no differences in parity in women with polycystic ovary syndrome compared with controls. Acta obstetricia et gynecologica Scandinavica, 98(3), 320-326.

Hudecova, M., Holte, J., Olovsson, M., Larsson, A., Berne, C., & Sundstrom-Poromaa, I. (2011). Prevalence of the metabolic syndrome in women with a previous diagnosis of polycystic ovary syndrome: long-term follow-up. Fertility and sterility, 96(5), 1271-1274.

HUTCHISON, Samantha K. et al. Effects of exercise on insulin resistance and body composition in overweight and obese women with and without polycystic ovary syndrome. The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, 96(1), E48-E56.

Inoue, D. S., De Mello, M. T., Foschini, D., Lira, F. S., Ganen, A. D. P., Campos, R. M. D. S., & Dâmaso, A. R. (2015). Linear and undulating periodized strength plus aerobic training promote similar benefits and lead to improvement of insulin resistance on obese adolescents. Journal of Diabetes and its Complications, 29(2), 258-264.

Kandaraki, E., Christakou, C., & Diamanti-Kandarakis, E. (2009). Metabolic syndrome and polycystic ovary syndrome... and vice versa. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, 53, 227-237.

Kim, J. J., & Choi, Y. M. (2013). Dyslipidemia in women with polycystic ovary syndrome. Obstetrics & gynecology science, 56(3), 137-142.

Kogure, G. S., Silva, R. C., Picchi Ramos, F. K., Miranda-Furtado, C. L., Lara, L. A. D. S., Ferriani, R. A., & Dos Reis, R. M. (2015). Women with polycystic ovary syndrome have greater muscle strength irrespective of body composition. Gynecological Endocrinology, 31(3), 237-242.

Legro, R. S. (2000). The genetics of obesity Lessons for polycystic ovary syndrome. Annals of the New York Academy of Sciences, 900(1), 193-202.

Lim, S. S., Hutchison, S. K., Van Ryswyk, E., Norman, R. J., Teede, H. J., & Moran, L. J. (2019). Lifestyle changes in women with polycystic ovary syndrome. Cochrane Database of Systematic Reviews, (3)..

Lim, S. S., Davies, M. J., Norman, R. J., & Moran, L. J. (2012). Overweight, obesity and central obesity in women with polycystic ovary syndrome: a systematic review and meta-analysis. Human reproduction update, 18(6), 618-637.

Materko, W., Neves, C. E. B., & Santos, E. L. (2007). Modelo de predição de uma repetição máxima (1RM) baseado nas características antropométricas de homens e mulheres. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 13, 27-32.

Medeiros, N. D. S., de Abreu, F. G., Colato, A. S., de Lemos, L. S., Ramis, T. R., Dorneles, G. P., & Dani, C. (2015). Effects of concurrent training on oxidative stress and insulin resistance in obese individuals. Oxidative medicine and cellular longevity, 2015.

Monteiro, P. A., Chen, K. Y., Lira, F. S., Saraiva, B. T. C., Antunes, B. M. M., Campos, E. Z., & Freitas, I. F. (2015). Concurrent and aerobic exercise training promote similar benefits in body composition and metabolic profiles in obese adolescents. Lipids in health and disease, 14(1), 1-9.

Ramos, F. K. P., Lara, L. A. D. S., Kogure, G. S., Silva, R. C., Ferriani, R. A., Silva de Sá, M. F., & Reis, R. M. D. (2016). Quality of life in women with polycystic ovary syndrome after a program of resistance exercise training. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 38, 340-347.

Rezende, F., Rosado, L., Franceschinni, S., Rosado, G., Ribeiro, R., & Bouzas Marins, J. C. (2007). Revisão crítica dos métodos disponíveis para avaliar a composição corporal em grandes estudos populacionais e clínicos. Archivos Latinoamericanos de nutricion, 57(4), 327-334.

Ribeiro, V. B., Kogure, G. S., Lopes, I. P., Silva, R. C., Pedroso, D. C. C., Ferriani, R. A., & Reis, R. M. D. (2019). Association of measures of central fat accumulation indices with body fat distribution and metabolic, hormonal, and inflammatory parameters in women with polycystic ovary syndrome. Archives of endocrinology and metabolism, 63, 417-426.

Ribeiro, V. B., Lopes, I. P., Dos Reis, R. M., Silva, R. C., Mendes, M. C., Melo, A. S., & Lara, L. A. D. S. (2021). Continuous versus intermittent aerobic exercise in the improvement of quality of life for women with polycystic ovary syndrome: A randomized controlled trial. Journal of health psychology, 26(9), 1307-1317.

Rossi, F. E. (2016). Comportamento da prática habitual de atividade física, ingestão alimentar, composição corporal e perfil metabólico em mulheres pós-menopausa, após programas de treinamentos concorrente e aeróbio. Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Rio Claro, 63 f.

Eshre, T. R., & ASRM-Sponsored PCOS Consensus Workshop Group. (2004). Revised 2003 consensus on diagnostic criteria and long-term health risks related to polycystic ovary syndrome. Fertility and sterility, 81(1), 19-25.

Sales, M. F., Sóter, M. O., Cândido, A. L., Reis, F. M. D., Sousa, M. O., & Fernande, A. P. (2015). Ferriman-Gallwey Score correlates with obesity and insulin level in Polycystic Ovary Syndrome–an observational study. Rev Soc Bras Clin Med, 13(2), 107-110.

Sattar, N. (2011). Polycystic Ovary Syndrome. In: BYRNE, C.; WILD, S. The Metabolic Syndrome. Blackwell Publishing Ltd., p. 278-298.

Sattar, N. (2006). Vascular and metabolic issues in PCOS. Women's vascular health. Boca Raton: Taylor & Francies Group, 265-79.

Setji, T. L., & Brown, A. J. (2014). Polycystic ovary syndrome: update on diagnosis and treatment. The American journal of medicine, 127(10), 912-919.

Sharma, K., & Srivastava, S. K. (2020). The Role of Life style Modification in Management of Polycystic Ovary Syndrome. Indian Journal of Public Health, 11(11), 107.

Sidhwani, S., Scoccia, B., Sunghay, S., Stephens‐Archer, C. N., Mazzone, T., & Sam, S. (2011). Polycystic ovary syndrome is associated with atherogenic changes in lipoprotein particle number and size independent of body weight. Clinical endocrinology, 75(1), 76-82.

Sigal, R. J., Kenny, G. P., Boulé, N. G., Wells, G. A., Prud'homme, D., Fortier, M., & Jaffey, J. (2007). Effects of aerobic training, resistance training, or both on glycemic control in type 2 diabetes: a randomized trial. Annals of internal medicine, 147(6), 357-369.

Sousa, R. M. L. D., Chein, M. B. D. C., Silva, D. S. M. D., Dutra, M. B., Navarro, P. A. D. A. S., Figueiredo Neto, J. A. D., & Brito, L. M. O. (2013). Perfil metabólico em mulheres de diferentes índices de massa corporal com síndrome dos ovários policísticos. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 35, 413-420.

Spritzer, P. M. (2014). Polycystic ovary syndrome: reviewing diagnosis and management of metabolic disturbances. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, 58, 182-187.

Tasali, E., Van Cauter, E., & Ehrmann, D. A. (2008). Polycystic ovary syndrome and obstructive sleep apnea. Sleep medicine clinics, 3(1), 37-46.

Teede, H. J., Misso, M. L., Costello, M. F., Dokras, A., Laven, J., Moran, L., & Norman, R. J. (2018). Recommendations from the international evidence-based guideline for the assessment and management of polycystic ovary syndrome. Human reproduction, 33(9), 1602-1618.

Teede, H. J., Joham, A. E., Paul, E., Moran, L. J., Loxton, D., Jolley, D., & Lombard, C. (2013). Longitudinal weight gain in women identified with polycystic ovary syndrome: results of an observational study in young women. Obesity, 21(8), 1526-1532.

Teede, H. J., Misso, M. L., Costello, M. F., Dokras, A., Laven, J., Moran, L., & Norman, R. J. (2018). Recommendations from the international evidence-based guideline for the assessment and management of polycystic ovary syndrome. Human reproduction, 33(9), 1602-1618

Teede, H., Deeks, A., & Moran, L. (2010). Polycystic ovary syndrome: a complex condition with psychological, reproductive and metabolic manifestations that impacts on health across the lifespan. BMC medicine, 8(1), 1-10.

Turan, V., Mutlu, E. K., Solmaz, U., Ekin, A., Tosun, O., Tosun, G., ... & Malkoc, M. (2015). Benefits of short-term structured exercise in non-overweight women with polycystic ovary syndrome: a prospective randomized controlled study. Journal of physical therapy science, 27(7), 2293-2297.

Wanderley, F. A., Moreira, A., Sokhatska, O., Palmares, C., Moreira, P., Sandercock, G.,& Carvalho, J. (2013). Differential responses of adiposity, inflammation and autonomic function to aerobic versus resistance training in older adults. Experimental gerontology, 48(3), 326-333.

Wild, S., Pierpoint, T., McKeigue, P., & Jacobs, H. (2000). Cardiovascular disease in women with polycystic ovary syndrome at long‐term follow‐up: a retrospective cohort study. Clinical endocrinology, 52(5), 595-600.

Downloads

Publicado

17/11/2021

Como Citar

SANTOS, D. B.; SILVA, L. C.; SANTOS, D. B.; TRINDADE, F. R.; LOPES, I. M. R. S. . Avaliação de dois programas de treinamento físico − concorrente e aeróbico − em mulheres obesas ou com sobrepeso portadoras da síndrome dos ovários policísticos. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 15, p. e47101522356, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i15.22356. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/22356. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde