Avaliação mecânica, morfológica e físico-química, de couros de corvina, pescada amarela e tilápia
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i15.22629Palavras-chave:
Resíduo Pesqueiro; Curtimento; Cynoscion leiarchus; Cynoscion acoupa; Oreochromis niloticus.Resumo
O objetivo do estudo foi avaliar os couros de corvina e pescada amarela e de tilápia. As peles foram submetidas ao processo de curtimento com tanino vegetal e foram avaliadas pelos testes de resistência à tração e alongamento, rasgamento progressivo nos corpos de prova dos couros, além da análise morfológica e físico-química, visando averiguar a eficiência do processo e observar o comportamento da estrutura das fibras colágenas após o tratamento. Dentre as amostras, o couro de tilápia apresentou menor resistência mecânica, isto em função da arquitetura histológica, pois apresenta maior percentual de fibras finas em relação às espessas. O couro de pescada amarela apresentou mais resistência à tração (21,64 N/mm² na transversal), maior elasticidade no sentido transversal (105,60%) e maior resistência ao rasgamento no sentido transversal (98,1 N/mm) e, o couro de corvina necessitou de menor força no sentido transversal (59,83 N) comparado ao longitudinal (86,50 N) mesmo apresentando menor espessura. Constatou-se, para as amostras de couros das espécies estudadas uma baixa quantidade de óleo no engraxe observado pela análise de substâncias extraíveis em diclorometano, apesar de não ter interferido na resistência desses materiais analisados. Os resultados mostraram-se satisfatórios para os couros das três espécies de peixe, podendo ser aplicados para confecção de vestuário.
Referências
ABNT - Associação brasileira de normas técnicas. (2013). NBR 11030: Couro - determinação de substâncias extraíveis em diclorometano. Rio de Janeiro, p 1-4.
ABNT - Associação brasileira de normas técnicas. (2015). NBRISO 2418: Couro - Ensaios químicos, físicos e mecânicos e de solidez - Local da amostragem. Rio de Janeiro, p.1-7.
ABNT - Associação brasileira de normas técnicas. (2014). NBR ISO 3376: Couro - determinação da resistência a tração e ao alongamento. Rio de Janeiro, p. 1-5.
ABNT - Associação brasileira de normas técnicas. (2016). NBR ISO 2589: Couro - Ensaios físicos e mecânicos - Determinação da espessura. Rio de Janeiro, p.1-2.
ABNT - Associação brasileira de normas técnicas. (2014). NBR ISO 3377: Couro - Ensaios físicos e mecânicos - Determinação da força de rasgamento - Parte 1: Rasgamento de extremidade simples. Rio de Janeiro, p.1-4.
ABNT - Associação brasileira de normas técnicas. (2006). NBR 11057: Couro - determinação do pH e da cifra diferencial. Rio de Janeiro, 2006, p. 1-3.
BASF. (2005). Vademécum do curtidor. Ludwighafen. 455p.
Boscolo, W. R. & Feiden, A. (2007). Industrialização de Tilápias. Toledo: GFM Gráfica e Editora. 272p.
Boscolo, W. R., Hayashi, C., Soares, C. M., Furuya, W. M., Meurer, R. F. (2001). Desempenho e característica de carcaça de macho revestido de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus), linhagem tailandesa e comum, nas fases iniciais e de crescimento. Revista Brasileira de Zootecnia, v.30, n.5, p.1391-1396.
Eiras, B. J. C. F., Medeiros Junior, E. F., Alves, M. M. (2015). Development of an artisanal tanning method of the acoupa weakfish (Cysnoscion acouoa) skin and its transfer through a workshop to a community in the city of Bragança, PA, Brazil. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 36, n. 2, p. 1123-1134.
Hilbig, C. C., Fockink, D. H., Maluf, M. L. F., Boscolo, W. R., Feiden, A. (2014). Resistência do couro de tilápia e composição centesimal da pele nas operações de ribeira e curtimento. Scientia Agraria Paranaenses, v. 12, n. 4, p. 258-266.
Hoinacki, E. (1989). Peles e couros: origens, defeitos, industrialização. 2ª edição. Porto Alegre, 1989, 319p.
Franco, M. L. R. S. (2011). Transformação da pele do peixe em couro. Tecnologia do pescado: ciência, tecnologia, inovação e legislação. São Paulo: Atheneu. V. 4, p. 407-425.
Franco, M. L. R. S., Uchimura, C. M., Prado, M., Yajima, E. M., Gasparino, E., Silva, S. C. C. (2013). Qualidade da pele do salmão, salmo solaris: teste de resistência e hidroxiprolina. Arquivo Ciência do Mar, v.46, n.1, p 90-95.
Franco, M. L. R. S., Viegas, E. M. M., Kronka, S. N., Gasparino, E., Pontara, L. P., Del Vesco, A. P. (2015). Qualidade de resistência do couro de tilápia do Nilo em função da técnica de curtimento. Acta Tecnológica, v. 10, n. 1, p. 24-31.
Godoy, L. C., Gasparino, E., Franco, M. L. R. S., Franco, N. P., Dourado, D. M. (2010). Teste físico-mecânico e físico-químico do couro da tilápia vermelha. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.62, n.2, p. 475-480.
Maluf, M. L. F. (2010). Curtimento ecológico de pele de peixe. Toledo, 42p.
Melo, F. O., Alves, M. M., Guimarães, M. D. F., Holanda, F. C. A. F. (2011). Aproveitamento de resíduo a partir do beneficiamento de pescado de uma indústria pesqueira no norte do Brasil. Arquivos Ciência do Mar, v. 44, n.3, p.3-11.
Peixe BR – Associação Brasileira da Piscicultura. (2021). Anuário Peixe BR da Piscicultura. Texto Comunicação Coorporativa. 71p.
Prado, M., Franco, M. L. R. S., Bielawski, K., Souza, E. D., Gasparino, E., Silva, S. C. C., Del Vesco, A. P. (2014). Características de resistência dos couros de pseudoplatystoma sp. submetidos a alterações do processo de curtimento. Revista Cientifica de Produção Animal. v.16, n.1, p.46-59.
Souza, M. L. (2004). Tecnologia para processamento de pele de peixes. Maringá: Eduem. 59p.
Souza, M. L. R. & Silva, L. O. (2005). Efeito de técnicas de recurtimento sobre a resistência do couro da tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus). Acta Scintiarum Animal Sciencrd, v.27, n.4, p.535-540.
Vieira, A. M., Kachba, Y. R., Franco, M. L. R. S., Oliveira, K. F., Godoy, L. C., Gasparino, E. (2008). Curtimento de peles de peixe com taninos vegetal e sintético. Acta Scientiarum Animal Science, v.30, n. 3, p 359-363.
Yoshida, A, G, M., Kunita, N. M., Souza, M. L. R., Gasparino, E. (2016). Análise mecânica e físico-química de couros de tilápia, cachara e salmão. Archivos Zootecnia, v.65, n. 251, p. 349-355.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Stefane Santos Corrêa; Luiz Fernando de Souza Alves; Janete Terezinha Chimbida; Melina Franco Coradini; Marcos Antonio Matiuci; Doroty Mesquita Dourado; Maria Luiza Rodrigues de Souza; Aldi Feiden; José Dilson Silva de Oliveira
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
