Uso da clorexidina como inibidora de matriz de metaloproteinase na perspectiva do aumento da longevidade de restaurações em resina composta: uma revisão integrativa
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i15.22642Palavras-chave:
Matriz de metaloproteinase; Clorexidina; Camada híbrida; Adesão; Resina composta.Resumo
Atualmente, um dos grandes desafios para a odontologia adesiva é manter conservada a integridade da camada híbrida em restaurações. É sabido que o fator dificultador está relacionado à ação das matrizes de metaloproteinase (MMP), que degradam os filamentos colágenos desprotegidos. É compreendido que a clorexidina (CHX) se comporta de forma inibitória sobre essa enzima, alterando sua estrutura e quelando os íons metálicos essenciais para sua ativação, o que quebraria essa sequência de degradação. Um dos objetivos deste trabalho foi descrever, com base na literatura, a influência do uso da CHX prévia a aplicação do sistema adesivo perante a conservação da camada hibrida e consequentemente melhora da adesão das resinas compostas. Outro propósito é verificar, entre os sistemas adesivos, se algum elucida melhores resultados após a aplicação da CHX e entender se, em longo prazo, essa inibição se mantém. Essa pesquisa foi realizada na forma de revisão integrativa de literatura, possuindo natureza básica pura. Para tal, foi realizada uma busca pela base de dados “PubMed-NCBI” com os termos de pesquisa: ((clorexidina) and (inibidores de matriz de metaloproteinase)) or (mmp) and (adesivos) considerando publicações dos últimos 10 anos. Perante aos dados coletados fica claro que este ainda é um assunto que demanda maiores e mais longas provas científicas devido a heterogenicidade dos resultados entre autores. Entretanto, nenhum estudo demonstrou que o uso do inibidor seria prejudicial a longevidade da restauração.
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