Araruta, seu beneficiamento e utilização em preparações gastronômicas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i15.22776

Palavras-chave:

Cultura; Fécula; Gastronomia; Processamento.

Resumo

O presente trabalho teve como objetivo caracterizar a parte botânica da araruta (Maranta arundinacea L.), por meio de uma revisão bibliográfica, e descrever o beneficiamento da fécula e de três diferentes classificações de farinhas, sendo elas: amarela, branca e integral produzidas em uma comunidade em Trairi, Ceará. Foram descritas as características das formas de reflorestação da araruta, a qual carrega valor cultural, e suas formas de consumo e aplicações. Além disso, foi feito um apanhado da composição centesimal da fécula da araruta comparada aos outros tipos de amidos, mostrando seu grande potencial para o uso em preparações gastronômicas. Deu-se ênfase em duas preparações: biscoito de araruta com coco e massa de pastel. Na elaboração do biscoito proveniente da fécula de araruta com adição de coco, ao final da preparação, observou-se um biscoito de cor clara, de consistência aerada, com certa fragilidade, sendo crocante, leve e de sabor levemente adocicado. E na elaboração do pastel de araruta, ao final da preparação, observou-se um pastel leve, crocante e que apresentou maior qualidade sensorial ao ser frito em óleo com temperatura entre 140 a 160ºC, sendo testada também sua cocção ao forno que promoveu um produto mais resistente à mordida. Portanto, com a ausência do glúten no rizoma, torna-se viável o consumo para pessoas portadoras da doença celíaca, tornando-se mais uma opção para produção de alimentos que podem ser direcionados a pessoas com restrições alimentares ou não.  

Referências

lbuquerque, M. D., & Pinheiro, E. (1970). Tuberosas feculentas. Embrapa Amazônia Oriental-Séries anteriores (INFOTECA-E).

Barufaldi, M. (2021) Araruta: a farinha esquecida pelos brasileiros. www.diariodemarilia.com.br/Noticias/121533/Araruta-a-farinha-esquecida-pelosbrasileiros

Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. (2013). Manual de hortaliças não-convencionais (99p). Mapa/ACS.

Castro, T. V. (2018). Análise sensorial do pão sem glúten elaborado a base da farinha de araruta enriquecido com bagaço da farinha de laranja.

Cetra. (2021). CETRA - Centro de Estudos do Trabalho e de Assessoria ao Trabalhador. https://cetra.org.br/

Chitarra, M. I. F., & Chitarra, A. B. (2005). Pós-colheita de frutos e hortaliças: fisiologia e manuseio (p. 320). Esal/Faepe.

Coelho, I. D. S., Santos, M., Almeida, D. L. D., Silva, E. M. R. D., & Neves, M. (2005). Como plantar e usar a araruta. Embrapa Informação Tecnológica; Seropédica, RJ: Embrapa Agrobiologia

Corrêa, M. P. (1984). Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas: HL (Vol. 4). Ministério da Agricultura, Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal

Costa, F. R. C., Espinelli, F. B., & Figueiredo, F. O. G. (2008) Guia de Marantaceas da Reserva Duke e da Reserva Biológica do Uatumã (J. J. Roper, Trad.).: INPA

Ferrari, T. B., Leonel, M., & Sarmento, S. B. S. (2005). Características dos rizomas e do amido de araruta (Maranta arundinacea) em diferentes estádios de desenvolvimento da planta. Brazilian Journal of Food Technology, 8(2), 93-98.

Fernandes, L. E. S., & Nascimento, C. F. (2020). Araruta-uma espécie quase esquecida, da produção a alimentação: conservação da agrobiodiversidade nativa. Cadernos de Agroecologia, 15(2).

Kay, D. E. (1973). Root crops (No. 633.4/K23). Tropical Products Institute.

Kinupp, V. F., & Lorenzi, H. J. (2014). Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas

Lana, M. J. M. D. P., Souza, M. R. D. M., Santos, D. C. L., Pinto, C. M. F., & Pinto, C. L. D. O. (2020). Mercado de hortaliças não convencionais em feiras de São Cristóvão–SE. Cadernos de Agroecologia, 15(2)

Leonel, M., & Cereda, M. P. (2002). Caracterização físico-química de algumas tuberosas amiláceas. Food Science and Technology, 22(1), 65-69.

Leonel, M., Jackey, S., & Cereda, M. P. (1998). Processamento industrial de fécula de mandioca e batata doce-um estudo de caso. Food Science and Technology, 18(3), 343-345.

Manohar, R., Rao, P., Manohar, R., & Rao, P. (1999). Effect of mixing method on the rheological characteristics of biscuit dough and the quality of biscuits. European Food Research And Technology, 210(1), 43-48. 10.1007/s002170050530

Melo, M. S. D. B. (2019). Mandioca, batata-doce e araruta como matérias primas para obtenção de amidos fosfatados.

Mesa, L. D. R. M. (2011). Dissertação no Mestrado em Engenharia Mecânica. Estudo da pirólise de cana-de-açúcar integral

Monteiro, D. A., Peressin, V. A (2002). Cultura da araruta. In: M. P. Cereda (Eds.), Agricultura: tuberosas amiláceas Latino Americanas (2a ed.), 440-447. Fundação Cargill.

Neves, M. C. P., Coelho, I. D. S., & de Almeida, D. L. (2005). Araruta: Resgate de um cultivo tradicional. Embrapa Agrobiologia-Comunicado Técnico (INFOTECA-E).

Nogueira, G. F., Fakhouri, F. M., & de Oliveira, R. A. (2018). Extraction and characterization of arrowroot (Maranta arundinaceae L.) starch and its application in edible films. Carbohydrate polymers, 186, 64-72.

Porto, A., (2021). Portal Tudo Sobre Plantas | Enciclopedia Botânica Online. [online] Portal Tudo Sobre Plantas. <https://www.tudosobreplantas.com.br/> [acesso 15 May 2021].

Rodrigues, L. B. O. (2014). Estudos reológicos e de textura dos géis de amido de araruta (Maranta arundinaceae L.) e dos géis adicionados de sacarose e concentrado protéico de soro (Dissertação de Mestrado em Engenharia e Ciência de Alimentos). (2014). Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Itapetinga.

Shafizadeh, F. (1982). Introduction to pyrolysis of biomass. Journal of analytical and applied pyrolysis, 3(4), 283-305.

Silva, J. R. S., & Monteiro, D. A. (1968). Cultura da araruta industrial. O Agronômico, 20 (11/12), 11- 21.

Silva, P. V. B. (2021). Sistema agroindustrial do milho crioulo livre de transgênico no território da borborema. (Trabalho de conclusão de curso, Universidade Federal da Paraíba, Areia, PB). Recuperado de https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/14814

Singh, N., Singh, J., Kaur, L., Sodhi, N. S., & Gill, B. S. (2003). Morphological, thermal and rheological properties of starches from different botanical sources. Food chemistry, 81(2), 219-231.

Souza, D. C. D., Lima, L. F., Resende, L. V., Costa, P. A., Guerra, T. S., Gonçalves, W. M., & Pereira, T. A. R. (2017). Conservação pós-colheita de araruta em função da temperatura de armazenamento. Magistra, 28(3/4), 403-410

Tester, R. F., & Morrison, W. R. (1990). Swelling and gelatinization of cereal starches. I. Effects of amylopectin, amylose, and lipids. Cereal chem, 67(6), 551-557.

Tester, R. F. (1997). Starch: the polysaccharide fractions. Starch: structure and functionality. Royal Society of Chemistry

Thomas, D. J., & Atwell, W. (1999). Practical guides the food industry in starch.: Eagan.

Wei, M., Liu, Y., Liu, B., Lv, X., Sun, P., Zhang, Z., & Liu, Z. (2011). Preparation and application of starch phosphate with a low degree of substitution. Phosphorus, Sulfur, and Silicon and the Related Elements, 186(4), 974-982.

Wang, X., Reddy, C. K., & Xu, B. (2018). A systematic comparative study on morphological, crystallinity, pasting, thermal and functional characteristics of starches resources utilized in China. Food chemistry, 259, 81-88.

Zárate, N. A. H., & Vieira, M. D. C. (2005). Produção da araruta'Comum'proveniente de três tipos de propágulos. Ciência e Agrotecnologia, 29(5), 995-1000.

Downloads

Publicado

28/11/2021

Como Citar

ARAÚJO, M. S. .; SILVA, L. C. G. da .; ANDRADE, V. Q. L. .; CARNEIRO , A. P. de G. .; COSTA, E. de A. .; FERNANDES, L. E. S. . Araruta, seu beneficiamento e utilização em preparações gastronômicas. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 15, p. e387101522776, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i15.22776. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/22776. Acesso em: 6 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas