A educação permanente em saúde na busca de sentido da vida do trabalhador de saúde da linha de frente da pandemia da COVID-19: uma análise a partir de Viktor Frankl
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i15.23000Palavras-chave:
Educação permanente; Sentido da vida; COVID-19; Trabalhador de saúde.Resumo
Objetivos: compreender as confluências da teoria da “busca de sentido” de Viktor Frankl com a formação de valores oriunda do processo de Educação Permanente em Saúde e, assim, propor uma reflexão acerca de suas contribuições sobre a busca e a descoberta/encontro com o sentido da vida do trabalhador de saúde que atua na linha de frente da COVID-19. Metodologia: estudo teórico-reflexivo fundamentado na vulnerabilidade e nos enfrentamentos com o despertar do sentido da vida dos trabalhadores de saúde que atuam na linha de frente da COVID-19, a partir da análise da teoria da “busca de sentido” de Viktor Frankl. Resultados: a incerteza, o luto e os desafios impostos pela pandemia, podem levar aqueles que a enfrentam diariamente a um contínuo sofrimento, desesperança e perda do sentido da vida. Na busca pelo sentido, faz-se necessário uma mudança radical nas atitudes frente a vida, sobretudo em uma situação de sofrimento. Neste contexto, a Educação Permanente em Saúde se apresenta como uma ferramenta capaz de transformar atividades específicas em energia de atividades educativas e, junto aos trabalhadores de saúde que atuam na linha de frente da COVID-19, oferece elementos essenciais para se construir e intervir na realidade prática e na identificação com a vontade de sentido. Considerações finais: a teoria da “busca de sentido” de Viktor Frankl destaca a importância da implementação da Educação Permanente em Saúde para os trabalhadores da linha de frente da COVID-19 no que tange à construção e atribuição do significado da vida.
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