Mudanças no Cone Sul? Uma análise comparativa dos perfis materialista e pós-materialista
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i16.23075Palavras-chave:
Materialismo; Posmaterialismo; Inglehart; América Latina; World Value Survey.Resumo
O objetivo desse estudo é apresentar um panorama da teoria pós-materialista de Inglehart em quatro países do Cone Sul (Argentina, Brasil, Chile e Uruguai) discutindo o perfil dos indivíduos materialistas e pós-materialistas e suas mudanças ao longo do tempo. Para tanto, lançou-se mão de uma análise descritiva do perfil de indivíduos materialistas e pós-materialistas segundo um conjunto de variáveis sociodemográficas, e, em seguida, estabeleceu-se um modelo logístico binomial para verificar a influência dessas variáveis na determinação de cada perfil. Utilizou-se dados da pesquisa World Value Survey em três momentos no tempo (décadas de 1990, 2000 e 2010). Os resultados mostram que as diferenças não são tão grandes entre os perfis, mas tendem a corroborar com a teoria de Inglehart. Os resultados contribuem, ainda, para compreender a relação entre o contexto em que o indivíduo se encontra e seus comportamentos e valores, principalmente em realidades desiguais como a América Latina.
Referências
Birdsall, N. (2012) “A Note on the Middle Class in Latin America”. Center for Global Delevopment, Working Paper 303, http://www.cgdev.org/content/publications/detail/1426386.
Bonifácio, G. M. de O. (2016) Evolução do padrão de fecundidade na América Latina: em busca de uma idiossincrasia. Tese (Doutorado em Demografia), Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.
Burni, A; Claret, A. & Frahia, P. (2014) “Valores Pós-Materialistas e Democracia: Brasil e Uruguai em Perspectiva Comparada”. Em Debate,6(3), 60-82.
Cavenaghi, S M. & Alves, J. E. D. (2009) “Fertility and contraception in Latin America: Historical trends, recent patterns”, in Cavenaghi, S (ed.), Demographic Transformations and Inequalities in Latin America: Historical Trends and Recent Patterns. Rio de Janeiro, Asociación Latinoamericana de Población, pp. 161–192.
Cavenaghi, S. M. &; Alves, J E. D. (2013) “Childlessness in Brazil: socioeconomic and regional diversity”. Proceedings of XXVII IUSSP International Population Conference. Paris, IUSSP. vol. 1, pp. 1-25. https://iussp.org/sites/default/files/event_call_for_papers/ChildlessNessBrazil_Final.pdf.
Costa, C. de S. (2004) Uniões informais no Brasil em 2000: uma análise sob a ótica da mulher. Dissertação (Mestrado em Demografia), Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.
Da Silva, F. P. (2015) “Da onda rosa à era progressista: a hora do balanço”. SURES, 1(5), 67-94. https://ojs.unila.edu.br/ojs/index.php/sures,
Eklund, F. (2012) Consequences of post-materialism: Testing predicted changes and an extension to the Theory of Post-Materialism. Thesis (Bachelor in Political Science), Lund University, Lunda.
Esteve, A; Lesthaeghe, R & López-Gay, A. (2012) “The Latin American Cohabitation Boom, 1970-2007”. Population and Development Review, 38(1), 55-81.
Holden, R. H. &Villars, R. (2013) “Cap 15: The Family, Women and Sexuality”, in R. H. Holden e R. Villars, Contemporary Latin America: 1970 to the present. Chichester,John Wiley & Sons, 281-304.
Hosmer, D. W. & Lemeshow, S. (1989) Applied Logistic Regression. Wiley.
Ibarra, D. (2011) “O neoliberalismo na América Latina”. Revista de Economia Política, 31(2), 238-248.
IngleharT, R. (1990) Culture shift in advanced industrial society. Princeton, Princeton University Press.
Inglehart, R. (1997) Modernization and postmodernization: Cultural, economic, and political change in 43 societies. Princeton, Princeton university press.
Inglehart, R. (2000) “Globalization and postmodern values”. Washington Quarterly, 23(1), 215-228.
Inglehart, R. & Baker, W E. (2000) “Modernization, cultural change, and the persistence of traditional values”. American sociological review, 65(1), 19-51.
Inglehart, R & Carballo, M. (2013) “¿Existe Latinoamérica?: Un análisis global de diferencias transculturales”, in M. Carballo e A. Moreno (coods.), El cambio de valores en America Latina: Hallazgos de La encuesta mundial de valores. Distrito Federal, Centro de Estudos de Opinião Pública, pp. 17-44.
Inglehart, R. & Welzel, C. (2005) Modernization, cultural change, and democracy: the human development sequence. Cambridge University Press.
Inglehart, R. (1977) The Silent Revolution. Princeton, Princeton University Press.
Inglehart, R Et al.(2014a) “World Values Survey: Round Three-Country-Pooled Datafile 1995-1998”. JD Systems Institute, [12-09-2018]. http://www.worldvaluessurvey.org/WVSDocumentationWV.
Inglehart, R et al.(2014b) “World Values Survey: Round Five-Country-Pooled Datafile 2005-2008”. JD Systems Institute, [12-09-2018]. http://www.worldvaluessurvey.org/WVSDocumentationWV.
Inglehart, R et al.(2014c) “World Values Survey: Round Six-Country-Pooled Datafile 2010-2014”. JD Systems Institute, [12-09-2018]. http://www.Worldvaluessurvey.Org/WVSDocumentationWV.
Larraín, J. (2004) “Cap. 2: Modernity and identity: cultural change in Latin America”, in R. N. Gwynne and K. A. Y. Cristobal, (eds.). Latin America transformed: globalization and modernity. Oxford, Oxford University Press, pp. 22-38.
Larrañaga, O. (2010) “El Estado de Bienestar en Chile: 1910-2010”. Documento de Trabajo, Programa de las Naciones Unidas para el Desarrollo (PNUD) y Universidad De Chile, 2.
Lesthaeghe, R. (2014) “The second demographic transition: A concise overview of its development”.Política Nacional de Assistência Social, 51,111:pp.18112-18115.
Macintosh, R. (1998), “Global attitude measurement: An assessment of the world values survey postmaterialism scale”. American Sociological Review, 63(3), 452-464.
Machado, D. F. & Graupe, M. E. (2016) “As Políticas Públicas LGBTTT no Campo Educacional: Avanços ou Retrocessos?”. Revista Universidade do Planalto Catarinense – Anais da XIX Mostra Científica, 4(1).1-15.
Miguel, L F.; Biroli, F & Mariano, R. (2017) “O direito ao aborto no debate legislativo brasileiro: a ofensiva conservadora na Câmara dos Deputados”. Opinião Pública,23(1): 230-260.
Musa, A. (2006) “Was There a Silent Revolution? A Comparative Analysis of Party Manifestos in Ten European Countries”. Politička misao:časopis za politologiju,43(5): 121-146.
Nathan, M., Pardo, I. & Cabella, W. (2016) “Diverging patterns of fertility decline in Uruguay”. Demographic Research, 34(20): 563–586.
Oliveira, M. C. (2012) “A segunda transição demográfica: nova teoria ou mais do mesmo?”, in E. Berquó; S. Garcia; M. C. Oliveira e M. Livi-Bacci (orgs.). Segunda transição demográfica no Brasil? Significados e enigmas. Demografia em Debate, 4, 135-156.
Okado, L. T. A. & Ribeiro, E A. (2017) “Mudança de valores em países latino-americanos: comparando os índices de pós-materialismo e valores emancipatórios”. Revista Brasileira de Ciência Política, 24, 7-48. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010333522017000300007&script=sci_abstract&tlng=pt,
Pinheiro, A. C. &Giambiagi, F. (1999) “O Desempenho Macroeconômico do Brasil nos Anos 90”, in: F. Giambiagi e M. M. Moreira (org.), A economia brasileira nos anos 90. Rio de Janeiro, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, pp. 13-41.
Ribeiro, E A. (2007) “A consistência das medidas de pós-materialismo: testando a validade dos índices propostos por R. Inglehart no contexto brasileiro”. Sociedade e Estado, 22(2), 371-400.
Ribeiro, E A. (2009) “Mudança de valores e tolerância entre os brasileiros”. Mediações, 15(1), 220-240.
Ribeiro, E A.& Borba, J. (2010) “Participação e pós-materialismo na América Latina”. Opinião Pública, 16(1)28-64.
Rocha, R. O.; Siqueira, G. C. B. & Aarão, B. De F. C. (2014) “Mudanças de valores, materialismo e pós-materialismo: algumas ponderações sobre o Cone Sul”, in Anais do V Congresso Uruguayo de Ciencia Política, Montevideo.
Sader, E. (2006) “América Latina en el siglo XXI”, in A. Boron y G. Lechini (orgs.), Política y movimientos sociales en un mundo hegemónico. Lecciones desde África, Asia y América Latina. Buenos Aires, Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales, pp. 51-80.
Salvia, A. & Tissera, S. (2002) “Heterogeneidad y precarización de los hogares asalariados en la Argentina durante la decada del '90”. Ecuador Debate. Los mundos de la familia, (56), 109-126.
Sola, L. (1995) "Estado, Regime Fiscal e Ordem Monetária: Qual Estado?", in L. Sola e L. M. Paulani (orgs.), Lições da Década de 80. Editora da USP, 29-60.
Surkyn, J. & Lesthaeghe, R. (2004) “Value orientations and the second demographic transition (SDT) in Northern, Western and Southern Europe: An update”. Demographic research, special collection,3: 45-86.
Van De Kaa, D. J. (2001) “Postmodern fertility preferences: From changing value orientation to new behavior”. Population and Development Review, 27, Supplement: Global Fertility Transition, 290-331.
Van De Kaa, D. J. (1987) “Europe’s Second DemographicTransition”. Population Bulletin, 42(1), 1-55.
Van Deth, J. W. (1983) “The persistence of materialist and post‐materialist value orientations”. European Journal of Political Research, 11(1), 63-79.
Vigorito, A. (1999) “La distribución del ingreso en Uruguay entre 1986 y 1997”. Revista de Economía, 6(2), 243-300.
Wong, L L. R.& Bonifácio, G M. de O. (2009) “Retomada da queda da fecundidade na América Latina. Evidências para a primeira década do século XXI”. Revista Latinoamericana de Población, 3(4-5): 93-1.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Gabriela Marise de Oliveira Bonifácio; Angelita Alves de Carvalho
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
