Perfil epidemiológico da violência interpessoal no Brasil entre 2015 e 2019
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i16.23204Palavras-chave:
Violência; Notificação; Sistemas de informação em saúde.Resumo
Objetivou-se determinar a prevalência de violência interpessoal, entre 2015 e 2019, com base nas notificações do Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se de estudo ecológico com metadados do SINAN/DATASUS sobre notificações de violência num período de 05 anos. Um total de 1.534.146 casos de violência foram notificados em diversas categorias: violência física; violência psicológica; negligência/abandono; violência sexual; tortura; violência financeira/ econômica; trabalho infantil; intervenção legal; tráfico de pessoas; e outros tipos de violência. As principais vítimas de violência foram mulheres (77,55%), brancas (40,40%), com nível fundamental maior incompleto (13,93%), solteira (38,08%) e heterossexual (50,15%). A violência se caracterizou por sexismo como principal motivação (8,88%), sendo a violência física a mais prevalente (60,78%). Quanto aos meios de agressão, a força / espancamento corporal (42,98%) foi o mais utilizado contra a vítima. O perfil majoritário do indivíduo agressor foi sexo masculino (54,54%), adulto (45,52%), cônjuge da vítima (13,61), não alcoolizado (43,41%). Esses resultados demonstram a importância da prevenção da violência, principalmente, em ambiente doméstico, perpetrada por parceiros íntimos, familiares e conhecidos da vítima. O estudo fornece, até o presente momento, uma das maiores amostras de violência interpessoal notificada por profissionais de saúde no Brasil.
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