O desafio da educação inclusiva em uma escola brasileira: as concepções dos professores acerca da inclusão
DOI:
https://doi.org/10.17648/rsd-v2i2.24Palavras-chave:
Educação inclusiva; Pesquisa de intervenção; Teoria Histórico-Cultural da Atividade.Resumo
Esta pesquisa de intervenção analisa o impacto do processo de implementação da política brasileira de educação inclusiva com professores de uma escola pública. A intervenção foi baseada na Teoria Histórico-Cultural da Atividade, utilizando a metodologia do Laboratório de Mudança. Tal metodologia está baseada na ideia de aprendizagem expansiva, que propõe a criação coletiva de novas soluções para lidar com as contradições encontradas em um sistema de atividade (nesse caso, a escola). A inclusão tem sido um desafio para esta escola e estes professores: a maioria está lidando com ela pela primeira vez. Dez sessões ocorreram entre março e dezembro de 2014 e dados foram colhidos no seu decorrer. Três categorias emergiram dos dados na tentativa de explicar as concepções dos professores acerca da inclusão: 1) inclusão como aprendizagem, 2) inclusão como falácia e 3) manifestações de contradição relacionadas à inclusão. Aprendizagem efetiva dos estudantes foi a categoria menos frequente. Manifestações de contradição foi a categoria mais frequente, indicando que a proposta de educação inclusiva precisa avançar para que se possam observar avanços no desempenho dos alunos. Tais avanços poderiam ocorrer a partir do enfrentamento das contradições levantadas pelos próprios sujeitos. Iluminadas pelo do referencial teórico foi possível perceber que as contradições revelam as tensões do processo de inclusão e, ao mesmo tempo, carregam em si o potencial de mudança.
Referências
Brasil (2008). Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: Secretaria de Educação Especial – MEC; SEESP.
Damiani, M. F. et al. (2013). Discutindo pesquisas do tipo intervenção pedagógica. In: Cadernos de Educação. Pelotas: Faculdade de Educação UFPel, (45) 57-67
Engeström, Y. (1987). Learning by expanding: an activity-theoretical approach to developmental research. Helsinki: Orienta-Konsultit.
Engeström, Y. (2007). Putting Vygotsky to work: the Change Laboratory as an application of double stimulation. In: Daniels, H.; Cole, M.; Wertsch, J. V. (Orgs.) The Cambridge Companion to Vygotsky. New York: Cambridge University Press. p.363-383
Engeström, Y. (2010). Activity theory and learning at work. In: Malloch, M.; Cairns, L.; Evans, K. & O’connor, B. N. (Eds). The sage handbook of workplace learning. Los Angeles: Sage. p.74-89.
Engeström, Y. (2011) From design experiments to formative interventions. In: Theory & Psychology, v. 21, n.5. p.598-628
Engeström, Y. (2013).Collective Concept Formation as Creation at Work. In: Sannino, A.; Ellis, V. (Org.) Learning and collective creativity: Activity-theoretical and sociocultural studies. New York: Routledge. p.234-257
Engeström, Y.; Sannino, A. (2010). Studies of expansive learning: foundations, findings and future challenges. In: Educational Research Review. p.1-24.
Kaptelinin, V. (2005). The object of activity: making sense of the sense-maker. In: Mind, culture and activity. (12) 4-18.
Leontiev, A. N. (1978). Activity, Consciousness and Personality. USA: Marxists Internet Archive.
Moraes, R. (2003) Uma tempestade de luz: a compreensão possibilitada pela análise textual discursiva. In: Ciência & Educação, v.9, n.2. Bauru, 2003.
Sannino, A. (2011) Activity theory as an activist and interventionist theory. In: Theory & Psychology, v. 21, n.5. p.571-597.
Virkkunen, J.; Newnham, D. S. (2013).The Change Laboratory: a tool for collaborative developmental of work and education. Netherlands: Sense Publishers.
Vygotsky, L. S. (1993) The collected Works of L.S. Vygotsky. Volume 2: The Fundamentals of Defectology. New York: Springer Science+ Business Media.
Vygotsky, L. S. (1998) The collected Works of L.S. Vygotsky. Volume 5: Child Psychology. New York: Springer Science+ Business Media.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.