O Regime Militar Brasileiro e o Autoritarismo: uma revisão sobre a institucionalização da repressão política e a “Democracia Controlada”

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i16.24088

Palavras-chave:

Autortarismo; Ditadura; Regime Militar Brasileiro; Democracia.

Resumo

O artigo analisa o Regime Militar Brasileiro (1964-1984) no que tange à institucionalização da repressão e do projeto geopolítico dos militares e à ruptura com a democracia. As Forças Armadas, orientadas pela Doutrina de Segurança Nacional, são chamadas para pensar estratégias que permitam a segurança do território nacional, de acordo com as suas premissas. Para justificarmos esta concepção geopolítica, analisamos o contexto do Golpe Militar de 1964 e a forma como a Doutrina de Segurança Nacional constatou a presença de uma ameaça interna ao Estado Brasileiro e à sociedade civil, ou seja, incentivando a constituição de um Estado ditatorial que protegesse o território nacional. A metodologia de pesquisa adotada foi uma revisão bibliográfica acompanhada da análise de documentos e dados da Comissão da Verdade. Entre os resultados obtidos, destacamos que o Golpe de 1964 e a construção do Regime Militar tem origem no discurso geopolítico dos militares brasileiros. Além do mais, para salvar a segurança nacional, justificou-se a ruptura da democracia brasileira e a tomada de ações autoritárias na busca do “inimigo interno e subversivo”.

Biografia do Autor

Tiago Viesba Pini Inácio, Universidade Estadual do Centro-Oeste

Graduado em Relações Internacionais pelo Centro Universitário Curitiba. Possui experiência na área de Geografia Política, com ênfase em Relações Internacionais, atuando principalmente nos seguintes temas: Teoria das Relações Internacionais, em especial nos debates mais contemporâneos. Estudos de Segurança Internacional e a Teoria da Securitização. Geografia Política e Geopolítica, com ênfase nos estudos sobre violência e guerra no Sistema Internacional, bem como sobre o Regime Militar Brasileiro e o pensamento geopolítico dos militares. (Texto informado pelo autor)

Márcia da Silva, Universidade Estadual do Centro-Oeste

Graduada e pós-graduada em Geografia pela Universidade Estadual Paulista - UNESP/Presidente Prudente (1997, 2000 e 2005). Pós-doutorado na Universidade de Lisboa (2014) (Tema: Poder local e políticas de reordenamento do território em Portugal e a agregação de freguesias). Professora Associado, Departamento de Geografia, Universidade Estadual do Centro-Oeste-UNICENTRO, Guarapuava-PR. Líder do Grupo de Pesquisa Redes de Poder, Migrações e Dinâmicas Territoriais (GEPES). Membro do Conselho Editorial da Revista Paraná Eleitoral, Linha Geografia Política e da Latin American Studies Association. Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Geografia-UNICENTRO (2009-2012). Membro do Comitê Assessor de Área (CAAs), Fundação Araucária ? Ciências Humanas (2017 - 2019). Avaliadora de Cursos de Graduação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Membro da Diretoria (2007-2009) e do Conselho Consultivo da Anpege (2018-2019). Desenvolve pesquisas em temáticas voltadas à Geografia política, Geografia do poder, redes de poder, políticas públicas e dinâmicas do território. Dedica-se, ainda, em aprofundar epistelogicamente os conceitos de territórios conservadores de poder e de contraespaços, temas os quais têm projetos financiados pelo CNPq e pela Fundação Araucária. (Texto informado pelo autor)

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Publicado

13/12/2021

Como Citar

INÁCIO, T. V. P.; SILVA, M. da. O Regime Militar Brasileiro e o Autoritarismo: uma revisão sobre a institucionalização da repressão política e a “Democracia Controlada”. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 16, p. e496101624088, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i16.24088. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/24088. Acesso em: 15 jan. 2025.

Edição

Seção

Congresso Internacional sobre a Democracia e a Justiça no Século XXI -JUST2021