A concepção de mulher no currículo da Escola Doméstica de Natal (1914 – 1944)

Autores

  • Marianna Carla Costa Tavares Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Maria Inês Sucupira Stmatto Universidade Federal do Rio Grande do Norte

DOI:

https://doi.org/10.17648/rsd-v7i3.243

Palavras-chave:

Escola Doméstica de Natal; Mulher; Educação Doméstica; Currículo.

Resumo

O presente trabalho apresenta uma discussão sobre a concepção de mulher no modelo curricular presente na Escola Doméstica de Natal(ED), localizada em Natal/RN, no período de 1914 a 1944.  Tem como objetivo identificar a formação pensada para o público feminino nesta instituição. A metodologia adotada parte um estudo analítico, fazendo comparações entre as informações coletadas no arquivo da escola e os estudos teóricos. Na ED tivemos acesso ao acervo da instituição, no qual foi possível levantar fontes como documentos, boletins e fotos. O currículo foi construído com base nesses documentos, nos dados encontrados no jornal A República e a partir dos estudos de Andrea Gabriel Francelino Rodrigues (2007). Além disso, os estudos teóricos permitiram encontrar discursos proferidos por Henrique Castriciano, pela Liga de Ensino do RN (LERN) e a partir dos estudos de Marques Neto (2015). Por meio do programa curricular apresentado percebemos que a visão de educação feminina nesse período era voltada ao lar. As reflexões permitem perceber que a mulher, para a Escola Doméstica, era concebida como o pilar das mudanças sociais, levando em consideração seu papel na família. A Liga de Ensino do RN defendeu os mesmos preceitos em que a educação feminina deveria ser aquela onde a mulher soubesse guiar-se nos caminhos da vida no lar ou fora dele. No decorrer da pesquisa percebemos quem era essa mulher do início do século XX e quais as contribuições da Escola Doméstica para a construção desse ideário feminino. 

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Publicado

01/01/2018

Como Citar

TAVARES, M. C. C.; STMATTO, M. I. S. A concepção de mulher no currículo da Escola Doméstica de Natal (1914 – 1944). Research, Society and Development, [S. l.], v. 7, n. 3, p. e173100, 2018. DOI: 10.17648/rsd-v7i3.243. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/243. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Artigos