A influência das políticas neoliberais no ensino de história, nos anos finais do ensino fundamental: algumas reflexões sobre os PCNs e a BNCC
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i3.2432Palavras-chave:
Políticas Neoliberais; Escola; Ensino; BNCC; PCNs.Resumo
O texto aborda a influência das políticas neoliberais no ensino de História nos anos finais do Ensino Fundamental. Objetiva-se comparar os documentos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs – (BRASIL, 1997) e a Base Nacional Comum Curricular – BNCC – (BRASIL, 2017), no que diz respeito aos currículos para o ensino de História, no Ensino Fundamental. Diante da temática, ensino de História e políticas curriculares, este estudo apoiou-se na pesquisa qualitativa, uma vez que o pesquisador pauta suas análises na interpretação do mundo real, preocupando-se com o caráter hermenêutico da tarefa de pesquisar a experiência vivida dos seres humanos (LUDKE; ANDRÉ, 1986); (ANDRÉ, 2007). Aliada à pesquisa bibliográfica, empregou-se a análise documental (LUDKE; ANDRÉ, 1986). Assim, o corpus está constituído por aporte teórico: Santomé (2003; 2013), Gramsci (2001), Akkari (2011), Gadotti (1983) e Sander (2011), e pelos seguintes documentos: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9394\96 (BRASIL, 1996), Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental – História (BRASIL, 1997) e Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2016). A análise dos dados fundamentou-se na Análise Textual Discursiva (ATD) (MORAES, 2003) em que a proposta metodológica é criar espaços de reconstrução, especialmente a compreensão dos modos de produção da ciência e a reconstrução de significados dos fenômenos investigados. Após a análise dos dados foi possível identificar três categorias de análise: a) recorrência e intencionalidade dos verbos referentes ao ensino dessa disciplina, nos PCNs e na BNCC do 6º ao 9º ano do ensino mencionado; b) habilidades e competências a serem desenvolvidas nesses documentos, e c) conteúdos de ensino de História na BNCC e nos PCNs. Concluiu-se que a BNCC possui uma influência maior das políticas neoliberais do que os PCNs, pois apresenta características de padronização curricular mais intensas e poderá tender a arrefecer o estímulo ao pensamento crítico e reflexivo.
Referências
Akkari, A. Internacionalização das políticas educacionais: transformações e desafios. Petrópolis: Vozes, 2011.
André, M. Questões sobre os fins e sobre os métodos de pesquisa em Educação. In: Revista Eletrônica de Educação. São Carlos, SP: UFSCar, v. 1, n. 1, 2007. p. 119-131,
Andreoli, A. I. As políticas educacionais no contexto do neoliberalismo. In: Revista Espaço Acadêmico, Maringá, n. 13, 2002. p. 70-83.
Bloch, M. Introdução à História. Lisboa: Estampa, 1963.
Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988.
Brasil. Lei Nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília-DF. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/Leis/L9394.htm
Brasil. Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Secretaria de Educação Fundamental. - Brasília: MEC/SEF, 1997.
Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1998.
Brasil. Decreto Nº 6094, de 24 de abril de 2007. Dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, pela União Federal, em regime de colaboração com Municípios, Distrito Federal e estados, e a participação das famílias e comunidade, mediante programas e ações de assistência técnica e financeira , visando a mobilização social pela melhoria da qualidade da educação básica. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=366&id=153&option=com_content&view=article.
Brasil. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). MEC/CONSED/UNDIME, 2016.
Brasil. Guia Nacional do Livro Didático/Ensino Fundamental. Componente Curricular História. 2015. Disponível em: http://www.fnde.gov.br/pnld-2017/. Acesso: 03/09/2019.
Certeau, M. A escrita da História. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1982.
Fonseca, T. N. de L. História & Ensino de História. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.
Gadotti, M. Educação e poder: introdução à pedagogia do conflito. São Paulo: Cortez, 1983.
Gramsci, A. Cadernos do cárcere. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001
Jacomeli, M. R. M. Dos estudos sociais aos temas transversais: uma abordagem histórica dos fundamentos teóricos das políticas educacionais brasileiras (1971-2000). Tese (Doutorado em Educação), Campinas, São Paulo, 2004.
Horn, G. B.; Germinari, G. D. O ensino de História e seu currículo: teoria e método. Petrópolis/RJ: Vozes, 2006.
Febvre, L. História. São Paulo: Ática, 1978.
Lüdke, M; André, M. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
Marques, S. Professor de história: concepções e práticas. In: Padrós, E. S. (et al.) Ensino de História: formação de professores e cotidiano escolar. Porto Alegre: EST, 2002. P. 120-135.
Montellato, A.; Cabrini, C.; Catelli Junior, R. História temática. 3 ed. São Paulo: Scipione, 2011.
Moraes. R. Uma tempestade de luz: a compreensão possibilitada pela análise textual discursiva. In: Ciência & Educação, v. 9 n. 2, 2003, p. 191-211,
Moraes, R; Galiazzi, M. C. Análise textual discursiva: processo construído de múltiplas faces. In: Ciência & Educação, v. 12, n. 1, 2006, p. 117-128.
Moreira, A. F. B. Os parâmetros curriculares em questão. In: Educação & Realidade, 1996, p. 9-22.
Robertson, S. L.; Dale, R. O Banco Mundial, o FMI e as possibilidades da educação crítica. In: Apple, Michael W.; Au, W.; Gandin, L. A. (Org.). Educação Crítica: análise internacional. Porto Alegre: Artmed, 2011, p. 34-48.
Sacristán, J. G. Educar por competências: O que há de novo? Porto Alegre: ArtMed, 2011.
Sacristán, J. G. O Currículo: uma reflexão sobre a prática. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Santomé, J. T. Currículo escolar e justiça social: o Cavalo de Troia da Educação. Porto Alegre: Penso, 2013.
Santomé, J. T. Educação em tempos de neoliberalismo. Porto Alegre: Artmed., 2003.
Saviani, D. Análise crítica da organização escolar brasileira através das Leis 5540/68 e 5692/71. In: GARCIA, W. E. (Org.). Educação brasileira contemporânea: organização e funcionamento. 3. Ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill do Brasil, 1981.
Taffarel, C. Os Parâmetros Curriculares Nacionais. In: Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (org.). Educação física escolar frente à LDB e aos PCNs: Profissionais analisam renovações, modismos e interesses. Ijuí: Sedigraf, 1997. p. 20-36.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.