Sebaceoma: um desafio diagnóstico - relato de caso

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i1.24376

Palavras-chave:

Sebaceoma; Tumores de glândula sebácea; Síndrome de Muir Torre; Neoplasias cutâneas; Neoplasias de anexos e de apêndices cutâneos; Glândulas sebáceas; Herança genética.

Resumo

Objetivo: O sebaceoma é uma lesão benigna, mas pode estar associada a malignidades cutâneas e internas e assim pode não ter um bom prognóstico, como quando em associação com a Síndrome de Muir-Torre (SMT). Metodologia: Trata-se de um relato de caso clínico com a finalidade de descrever e discutir o caso apresentado. Descrição do Caso: O caso em questão, retrata um paciente do sexo feminino, 45 anos, com uma pápula de 0,3 cm, fibroelástica e amarelada em região malar há cerca de 5 anos, sem outros sintomas associados e sem critérios dermatoscópicos específicos ao exame dermatológico. As seguintes hipóteses diagnósticas foram feitas à primeira instância: hiperplasia sebácea, cisto sebáceo ou cisto epidérmico. Foi optado pela exérese cirúrgica da lesão por incômodo estético da paciente. O estudo anatomopatológico mostrou a presença de blocos celulares arredondados e justapostos com diferenciação sebácea. Perifericamente, compostos por células basalóides, além de células neoplásicas poliédricas, grandes, com citoplasma indistinto e escasso, além de núcleos volumosos com pleomorfismo variando de leve a moderado, cromatina grosseiramente vesiculosa e frequentes mitoses. À imunohistoquímica, houve expressão de adipofilina nas células sebáceas, em padrão microgoticular, além de positividade difusa para a proteína p63. Assim, deu-se o diagnóstico de sebaceoma. Conclusão: Esse caso nos traz a reflexão da dificuldade de diferenciação clínica e dermatoscópica dos tumores de origem sebácea e também mostra a importância da necessidade de atenção à possibilidade de associação do sebaceoma à Síndrome de Muir-Torre, o que pode alterar o prognóstico do paciente. No caso em questão, não havia critérios clínicos específicos que nos fizessem levantar essa possibilidade diagnóstica.

Referências

Brinster, N. K., Liu, V., Diwan, H., & Mckee, P. H. (2012). Dermatopatologia. Elsevier.

Böer-Auer, A. (2014). Differential diagnostics of sebaceous tumors. Pathologe, 35(5), 443-455. https://doi.org/10.1007/s00292-014-1934-y.

Bourlond, F., Velter, C., & Cribier, B. (2016). Clinicopathological study of 47 cases of sebaceoma. Annales de Dermatologie et de Vénéréologie, 143(12), 814-824. https://doi.org/10.1016/j.annder.2016.06.013.

Coppola, R., Carbotti, M., Zanframundo, S., Rinati, M. V., Graziano, A., & Panasiti, V. (2015). Use of dermoscopy in the diagnosis of sebaceoma. Journal of the American Academy of Dermatology, 72(6), e143-e145. https://doi.org/10.1016/j.jaad.2014.12.004.

Crowe, S., Cresswell, K., Robertson, A., Huby, G., Avery, A., & Sheikh, A. (2011). The case study approach. BMC Medical Research Methodology, 11(100). https://doi.org/10.1186/1471-2288-11-100.

Ferreira, I., Wiedemeyer, K., Demetter, P., Adams, D. J., Arends, M. J., & Brenn, T. Update on the pathology, genetics and somatic landscape of sebaceous tumours. (2020). Histopathology, 76, 640-649. https://doi.org/10.1111/his.14044.

Finan, M. C., & Connolly, S. M. (1984). Sebaceous gland tumors and systemic disease: a clinicopathologic analysis. Medicine (Baltimore), 63(4), 232-242. https://doi.org/10.1097/00005792-198407000-00005.

Flux, K. (2017). Sebaceous Neoplasms. Surgical Pathology Clinics, 10(2), 367-382. https://doi.org/10.1016/j.path.2017.01.009.

Hare, H. H., Mahendraker, N., Sarwate, S., & Tangella, K. (2008). Muir-Torre syndrome: a rare but important disorder. Cutis, 82(4), 252-256.

Higgins, H. J., Voutsalath, M., & Holland, J. M. (2009). Muir-torre syndrome: a case report. The Journal of Clinical and Aesthetic Dermatology, 2(8), 30-32.

Iacobelli, J., Harvey, N. T., & Wood, B. A. (2017). Sebaceous lesions of the skin. Pathology, 49(7), 688-697. https://doi.org/10.1016/j.pathol.2017.08.012.

John, A. M., & Schwartz, R. A. (2016). Muir-Torre syndrome (MTS): An update and approach to diagnosis and management. Journal of the American Academy of Dermatology, 74(3), 558-566. https://doi.org/10.1016/j.jaad.2015.09.074.

Lazar, A. J., Lyle, S., & Calonje, E. (2007). Sebaceous neoplasia and Torre-Muir syndrome. Current Diagnostic Pathology, 13(4), 301-319. https://doi.org/10.1016/j.cdip.2007.05.001.

Misago, N., Mihara, I., Ansai, S., & Narisawa, Y. (2002). Sebaceoma and related neoplasms with sebaceous differentiation: a clinicopathologic study of 30 cases. The American Journal of Dermatopathology, 24(4), 294-304. https://doi.org/10.1097/00000372-200208000-00002.

Misago, N., & Narisawa, Y. (2000). Sebaceous neoplasms in Muir-Torre syndrome. The American Journal of Dermatopathology, 22(2), 155-161. https://doi.org/10.1097/00000372-200004000-00012.

Monti, F. C., Bonetto, V. N., Valente, E., Kurpis, M., & Ruiz Lascano, A. (2017). Sebaceomas: report of two cases. Revista Argentina de Dermatologia, 98(2).

Poggi, B. C., Melo, D. F., Costa, J. M., & Sousa, M. A. J. (2019). Sebaceoma on the scalp simulating a malignant pigmented neoplasia. Anais Brasileiros de Dermatologia, 94, 590-593. https://doi.org/10.1016/j.abd.2019.09.007.

Rivitti, E. A. (2018). Dermatologia de Sampaio e Rivitti. Artes Médicas.

Tavares, E., Alves, R., Viana, I., & Vale, E. (2012). Tumores sebáceos-revisão anátomo-clínica de três tipos histológicos. Medicina Cutánea Ibero-Latino-Americana, 40(3), 76-85.

Torre, K., Ricketts, J., & Dadras, S. S. (2019). Muir-Torre Syndrome: a case report in a woman without personal cancer history. The American Journal of Dermatopathology, 41(1), 55-59. https://doi.org/10.1097/DAD.0000000000001210.

Troy, J. L., & Ackerman, A. B. (1984). Sebaceoma. A distinctive benign neoplasm of adnexal epithelium differentiating toward sebaceous cells. The American Journal of Dermatopathology, 6(1), 7-13.

Downloads

Publicado

06/01/2022

Como Citar

BIGHETI, S.; NAI, G. A. .; CARAPEBA, M. de O. L. Sebaceoma: um desafio diagnóstico - relato de caso. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 1, p. e25511124376, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i1.24376. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/24376. Acesso em: 15 maio. 2025.

Edição

Seção

Ciências da Saúde