Avaliação da atenção primária em saúde no Brasil: principais características, limitações e potencialidades entre PMAQ e PCATool

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i1.24395

Palavras-chave:

Atenção Primária em Saúde; Avaliação de Processos; Gestão da qualidade.

Resumo

Introdução: A Atenção Primária em Saúde (APS) teve o Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) como principal instrumento para avaliar sua qualidade até o fim de 2019. Sendo substituído pelo Primary Care Assessment Tool (PCATool) a partir de 2020. Essa mudança se justificou devido diversas fragilidades nos instrumentos de avaliação e sua aplicação. Objetivo: Identificar as principais características dos instrumentos de avaliação do PMAQ e PCATool, bem como suas potencialidades e limitações no Brasil. Material e método: Trata-se de uma revisão de literatura, de abordagem qualitativa, feita a partir da análise e interpretação dos instrumentos oficiais de avaliação da APS (PMAQ e PCATool), disponibilizados pelo Ministério da Saúde – Brasil, e produções científicas sobre a temática. Resultados e discussão: Percebeu-se como principais diferenças entre os instrumentos, o quantitativo, o formato/tipo, a organização dos itens/questões, bem como o tratamento e análise dos respectivos dados. Quanto as principais similaridades, destaca-se as bases de fundamentação serem relacionadas ao processo de trabalho das equipes e a organização dos serviços. Ambos são aplicados à usuários e profissionais da APS, apesar que o PCATool não inclui o Núcleo de Apoio a Saúde da Família. Conclusão: O instrumento do PMAQ foi considerado mais extenso e complexo que o do PCATool no que tange suas variáveis e aplicação. Não foram encontrados referenciais teóricos que alicerçaram o instrumento do PMAQ. A validação externa das amostras e propriedade psicométricas, além da alta comparabilidade internacional denotam maior robustez e efetividade do PCATool.

Biografia do Autor

Rogério Carvalho de Figueredo, Universidade Federal de Goiás

Enfermeiro. Doutorando em Enfermagem e Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Especialista em Micropolítica da Gestão e do Trabalho em Saúde pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Especialista em Saúde Pública com ênfase em Saúde Coletiva e da Família pela Faculdade ITOP. Especialista em Metodologias Ativas de Aprendizagem pela Faculdade UNYLEYA.

Roxana Isabel Cardozo Gonzales, Universidade Federal de Goiás

Enfermeira pela Universidade Nacional da Amazonia Peruana (UNAP - Perú), Doutorado e Mestrado em Enfermagem em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (USP), Professora Associada da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Eduarda Signor, Universidade Federal de Pelotas

Enfermeira pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Doutoranda em Enfermagem pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Mestrado em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Leidiany Souza Silva, Universidade de Gurupi

Enfermeira pela Universidade de Gurupi (UNIRG), Mestrado em Promoção da Saúde pelo Centro Univesitário Adventista de São Paulo, Professora Assistente do curso de medicina da Universidade de Gurupi (UNIRG).

Renata Cristina Correia da Silva Amorim, Universidad Columbia del Paraguay

Enfermeira pela Faculdade Novo Milênio, Doutoranda e Mestre em Administração e Gestão da Saúde Pública pela Universidad Columbia del Paraguay. 

Daniel Ribeiro de Almeida, Universidade Federal de Goiás

Enfermeiro pela Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Mestrando em Enfermagem pela Universidade Federal de Goiás (UFG).

Adriana Keila Dias, Faculdade Guaraí

Enfermeira pelo Centro Universitário Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA), Doutoranda em Engenharia Biomédica e Mestrado em Ciências do Ambiente pela Universidade Brasil. Professora do curso de enfermagem do Instituto Educacional Santa Catarina - Faculdade Guaraí.

Kênia Alessandra de Araújo Celestino, Faculdade Estácio de Sá de Goiás

Enfermeira pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Professora na Faculdade Estácio de Sá de Goiás - FESGO.

Aniele Silveira Machado de Oliveira Bianchini, Universidade Federal de Goiás

Enfermeira e mestranda em Enfermagem pela Universidade Federal de Goiás (UFG).

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Publicado

07/01/2022

Como Citar

FIGUEREDO, R. C. de; GONZALES, R. I. C. .; SIGNOR, E.; SILVA, L. S. .; AMORIM, R. C. C. da S. .; ALMEIDA, D. R. de .; DIAS, A. K. .; CELESTINO, K. A. de A. .; BIANCHINI, A. S. M. de O. . Avaliação da atenção primária em saúde no Brasil: principais características, limitações e potencialidades entre PMAQ e PCATool . Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 1, p. e29311124395, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i1.24395. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/24395. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde