Tempo de espera ao acesso ambulatorial especializado no pré-natal de alto risco: estudo de método misto

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i1.24626

Palavras-chave:

Acesso aos serviços de saúde; Encaminhamento e consulta; Assistência pré-natal; Gestação de alto risco; Gestão de serviços de saúde; Assistência integral à saúde.

Resumo

Objetivo: analisar o tempo de espera ao acesso ambulatorial especializado no pré-natal de alto risco. Metodologia: estudo de método misto com desenho explanatório sequencial. Na etapa quantitativa realizou-se um estudo transversal analítico com 319 puérperas durante sua internação hospitalar, utilizando instrumento semiestruturado e entrevista, seguido de análise descritiva e analítica por meio do Teste Qui-quadrado (p≤0,05). Na fase qualitativa o estudo direcionou-se pela Fenomenologia Social com 13 gestores da assistência indireta no pré-natal de alto risco, por meio de entrevista audiogravada face a face e analisados à luz da Fenomenologia Social. Resultados: o período aguardado para acesso ao serviço especializado foi de 15 dias (32,3%), 16 a 30 dias (27,9%), acima de 90 dias (9,4%) e (19,1%) não tiveram acesso ao serviço ambulatorial. Os resultados demonstraram como fatores que influenciam no tempo de espera: insuficiência de vagas, incompletude ou não monitoramento das informações e não atendimento aos critérios de encaminhamento. Os gestores apontaram que a equipe de saúde precisa ter bagagem de conhecimento suficiente para desenvolver suas ações com reciprocidade de intenções no processo cuidar e do cuidado. Conclusão: a primeira consulta em serviço especializado ocorre em tempo prolongado e algumas mulheres não conseguem nem mesmo o acesso ao serviço, resultando no cuidado exclusivo da atenção primária, a qual não está organizada para assumir o cuidado exclusivo à gestante de alto risco.

Referências

Ameh, C. A., Mdegela, M., White, S., & Broek, N. V. D. (2019). The effectiveness of training in emergency obstetric care: a systematic literature review. Health Policy and Planning, 34(4), 257–270. https://www.researchgate.net/publication/333291792_The_effectiveness_of_training_in_emergency_obstetric_care_A_

systematic_literature_review. doi: https://doi.org/10.1093/heapol/czz028.

Balsells, M. M. D., Oliveira, T. M. F., Bernardo, E. B. R., Aquino, P. S., Damasceno, A. K. C., Castro, R. C. M. B., Lessa, P. R. A., & Pinheiro, A. K. B. (2018). Evaluation of prenatal care process for habitual-risk pregnant women. Acta Paul Enferm, 31(3), 247-254. https://www.scielo.br/j/ape/a/kvhNQDDLRvTMdb5Tr

cKsJr/?format=pdf&lang=en. doi: http://dx.doi.org/10.1590/1982-0194201800036.

Barbetta, P. A. (2012). Estatística aplicada às ciências sociais, UFSC.

Beltrame, C. H., Batista, F. F. A., Caldeira, S., Zani, A. V., Cardelli, A. A. M., & Ferrari, R. A. P. (2019). Mothers' experience in following up their newborns: a phenomenological study. Online braz. j. nurs., 18(2). http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/view/6270. doi: https://doi.org/10.17665/1676-4285.20196270.

Blakeney, E. L., Herting, J. R., Bekemeier, B., & Zierler, B. K. (2019). Social determinants of health and disparities in prenatal care utilization during the Great

Recession period 2005-2010. BMC Pregnancy Childbirth, 19(390). https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6819461/pdf/12884_2019_Article_2486.

pdf. doi: https://doi.org/10.1186/s12884-019-2486-1.

Brasil, Ministério da Saúde. (2019). Nota técnica para organização da rede de atenção à saúde com foco na atenção primária à saúde e na atenção ambulatorial especializada. Saúde da mulher na gestação, parto e puerpério. Guia para as secretarias estaduais e municipais de saúde. Brasília: Ministério da Saúde.

Brilhante, A. P. C. R., & Jorge, M. S. B. (2020). Institutional violence in high-risk pregnancy in the light of pregnant women and nurses. Rev. Bras. Enferm., 73(5). https://www.scielo.br/j/reben/a/p8gY73vcLRChsq84ZvVTgjL/?format=pdf&lang=en. doi: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0816.

Campos, P. A., & Reich, M. R. (2019). Political Analysis for Health Policy Implementation. Health Systems & Reform., 5(3), 224–235. https://www.tandfonline.com/doi/epub/10.1080/23288604.2019.1625251?needAccess=true. doi: https://doi.org/10.1080/23288604.2019.1625251.

Creswell, J. W. (2021). Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto, Penso.

Fernandes, J. A., Venâncio, S. I., Pasche, D. F., Silva, F. L. G., Aratani, N., Tanaka, O. Y., Sanine, P. R., & Campos, G. S. (2020). Assessment of care for high-risk pregnancy in four Brazilian metropolises. Cad. Saúde Pública, 36(5). https://www.scielo.br/j/csp/a/TpXB8XV3DMg6YcWrGwK4gQm/?format=pdf

&lang=pt. doi: https://doi: 10.1590/0102-311X00120519.

Guimarães, W. S. G., Parente, R. C. P., Guimarães, T. L. F., & Garnelo, L. (2018). Access to prenatal care and quality of care in the Family Health Strategy: infrastructure, care, and management. Cad Saúde Pública, 34(5). https://www.scielo.br/j/csp/a/9CMWjGgNGcLLYRjpCQQrymh/?lang=pt. doi: https://doi.org/

1590/0102-311X00110417.

Leal, R. C., Santos, C. N. C., Lima, M. J. V., Moura, A. O. P., Pedrosa, A. O., & Costa, A. C. M. (2017). Maternal-perinatal complications in high risk pregnancy. Journal of nursing UFPE On Line, 11(4), 1641-1649. https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/bde-31304. doi: https://doi.org/10.5205/reuol.10438-93070-1.

Mascarello, K. C., Horta, B. L., & Silveira, M. F. (2017). Maternal complications and cesarean section without indication: systematic review and meta-analysis. Rev Saude Publica, 51(105). http://www.rsp.fsp.usp.br/artigo/complicacoes-maternas-e-cesarea-sem-indicacao-revisao-sistematica-e-meta-analise. doi: https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2017051000389.

Mirzakhani, K., Ebadi, A., Faridhosseini, F., & Khadivzadeh, T. (2020). Well-being in high-risk pregnancy: an integrative review. BMC Pregnancy Childbirth, 20(1). https://bmcpregnancychildbirth.biomedcentral.com/track/pdf/10.1186/s12884-020-03190-6.pdf. doi: https://doi.org/10.1186 /s12884-020-03190-6.

Monteiro, M. F. V., Barbosa, C. P., Vertamatti, M. A. F., Tavares, M. N. A., Carvalho, A. C. O., & Alencar, A. P. A. (2019). Access to public health services and integral care for women during the puerperal gravid period period in Ceará, Brazil. BMC Health Serv Res., 19(851), 1-8. https://www.readcube.com/articles/

1186%2Fs12913-019-4566-3. doi: https://doi.org/10.1186/s12913-019-4566-3.

Phommachanh, S., Essink, D. R., Jansen, M., Broerse, J. E. W., Wright, P., & Mayxay, M. (2019). Improvement of Quality of Antenatal Care (ANC) Service Provision at the Public Health Facilities in Lao PDR: Perspective and Experiences of Supply and Demand Sides. BMC Pregnancy Childbirth, 19(255).

https://www.researchgate.net/publication/334621024_Improvement_of_Quality_of_Antenatal_Care_ANC_Service_Provision_at_the_Public_Health_Facilities_in_Lao_PDR_Perspective_and_Experiences_of_Supply_and_Demand_Sides. doi: https://doi.org/10.1186/s12884-019-2345-0.

Sanine, P. R., Venancio, S. I., Silva, F. L. G., Aratani, N. M. M. L. G., & Tanaka, O. Y. (2019). Prenatal care in high-risk pregnancies and associated factors in the city of São Paulo, Brazil. Cad. Saúde Pública, 35(10). https://www.scielo.br/j/csp/a/SVF7DzHMnbYKd36j8kBmZ7k/?lang=pt. doi: https://doi.org/10.15

/0102-311X00103118.

Soares, L. G., & Higarashi, I. H. (2019). Case management as a high-risk prenatal care strategy. Rev. Bras. Enferm., 72(3), 692-699. https://www.scielo.br/j/reben/a/JpqvH67cTJX3HyknTkkzNDy/abstract/?lang=en. doi: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0483.

Schantz, C., Sim, K. L., Petit, V., Rany, H., & Goyet, S. (2016). Factors associated with caesarean sections in Phnom Penh, Cambodia. Reprod Health Matters, 24(48), 111-121. https://www.tandfonline.com/doi/pdf/10.1016/j.rhm.2016.11.009?needAccess=true. doi: https://dx.doi.org/10.1016/j.rhm.2016.11.009.

Schütz, A. (2012). Sobre fenomenologia e relações sociais, Vozes.

Tomasi, E., Fernandes, P. A. A., Fischer, T., Siqueira, F. C. V., Silveira, D. S., Thumé, E., Duro, S. M., Saes, M. O., Nunes, B. P., Fassa, A. G., & Facchini, L. A. (2017). Quality of prenatal services in primary healthcare in Brazil: indicators and social inequalities. Cad. Saúde Pública, 33(3). https://europepmc.org/article/med/28380149. doi: http://doi.org/10.1590/0102-311X00195815.

World Health Organization. (2019). Maternal mortality. WHO. https://www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/maternal-mortality.

World Health Organization (2011). Evaluating the quality of care for severe pregnancy complications: the WHO near-miss approach for maternal health. WHO. https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/44692/9789241502221_eng.pdf?sequence=1.

Downloads

Publicado

04/01/2022

Como Citar

MEDEIROS, F. F.; SANTOS, I. D. de L. . . . .; FRANCHI, J. V. de O.; CALDEIRA , S.; FERRARI, R. A. P.; CARDELLI, A. A. M. Tempo de espera ao acesso ambulatorial especializado no pré-natal de alto risco: estudo de método misto. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 1, p. e16611124626, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i1.24626. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/24626. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde