O programa de treinamento e de gestão de qualidade do mediador judicial e o direito fundamental de acesso à justiça

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i1.24665

Palavras-chave:

Métodos adequados; Mediação Judicial; Treinamento do mediador; Gestão de qualidade; Competências do mediador.

Resumo

A nova percepção de acesso à justiça está atrelada com o direito de participação de todos em procedimentos que estejam condizentes com a ordem jurídica pátria e resguardem direitos fundamentais. A nova abordagem do acesso à justiça está associada com os métodos de resolução consensual de conflitos, dentre os quais a mediação em um método autocompositivo de solução de desavenças, já que o poder decisório em relação à questão controversa pertence aos conflitantes e não a um terceiro. Com isso, para que haja plena abertura na obtenção de justiça por meio desse método adequado, o treinamento do mediador deve ser guiado e orientado para que haja qualificação teórica e prática em sua atuação, objetivando de forma efetiva a propagação da cultura de paz na sociedade. O presente artigo científico irá estudar o treinamento dos mediadores judiciais trazido pelo manual de mediação judicial elaborado pelo CNJ em 2016, com vista em concluir com a resposta à questão “o programa de treinamento e de gestão de qualidade do mediador judicial possui o potencial de assegurar o acesso à justiça?”. A metodologia do trabalho é uma revisão narrativa da literatura com busca, análise e síntese do conhecimento científico sobre o programa de treinamento e de gestão de qualidade do mediador judicial. Dessa forma, toda a organização que cerca o mediador é essencialmente qualificativa no que tange a busca pelo desenvolvimento do pleno acesso à justiça pela sociedade de forma igualitária e satisfatória.

Biografia do Autor

Felipe José Sousa Rodrigues, Instituto Superior de Educação – Centro de Mediadores

Graduado em Direito pela Faculdade Pitágoras Instituto Camilo Filho em 2019. Finalizou o curso com menção honrosa de Láurea Acadêmica. Formado em Mediação e Arbitragem pela OABESA-PI em 2020. Pós-graduado em Conciliação e Mediação Extrajudicial pelo Centro de Mediadores-DF em 2021. Participante do Grupo de Estudos e Extensão Interdisciplinar de Resoluções de Conflitos-(UNI7). Aspirante aos concursos de magistraturas, ao cargo de mediador judicial e à carreira acadêmica como mestre.

Sarah de Araujo Mendes Cardoso, Centro Universitário Santo Agostinho

Acadêmica de Odontologia do Centro Universitário Santo Agostinho. Pesquisadora da Plataforma Brasil, bolsista em projeto de pesquisa e monitora no centro acadêmico. Interessada em saúde coletiva e saúde rural. Integrante de Projetos de Extensões Universitárias, como Discussões Étnico-Raciais e Projeto Canudos do Instituto IBES.

Leandro Cardoso Lages, Universidade Federal do Piauí

Advogado e professor em cursos de graduação e pós-graduação. Doutorado em Direito pela PUC-SP (2017). Mestrado em Direito pela Universidade Católica de Brasília (2011). Especialização em Direito do Consumidor pela Universidade Estadual do Ceará (2005). Especialização em Direito Processual pela Universidade Federal de Santa Catarina (2000). Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Piauí (1995). Palestrante e autor de livros na área jurídica. Presidente da Câmara de Mediação e Arbitragem da OAB-PI.

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Publicado

06/01/2022

Como Citar

RODRIGUES, F. J. S. .; CARDOSO, S. de A. M. .; LAGES, L. C. . O programa de treinamento e de gestão de qualidade do mediador judicial e o direito fundamental de acesso à justiça. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 1, p. e25811124665, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i1.24665. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/24665. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Ciências Humanas e Sociais