Como anda o cuidado prestado pelos médicos aos pacientes com demência na Atenção Primária?

Resumo

Introdução: a incidência de doenças neurogenerativas vêm sofrendo aumento progressivo em decorrência do envelhecimento populacional. Deste modo, é imprescindível o estabelecimento de protocolos de rastreio cognitivo para identificação de alterações cognitivas e comportamentais, diagnóstico precoce e tratamento imediato, no acompanhamento da pessoa idosa, principalmente nos serviços de Atenção Primária à Saúde. Objetivos: Descrever o atitudes e perfil profissional de médicos no cuidado aos pacientes com demência, no município de São Caetano do Sul, na atenção primária. Método: estudo quantitativo, transversal, descritivo, com amostra não probabilística, coletada por conveniência, por meio da aplicação do instrumento “Atenció Sanitària de Les Demències: la visió de L' Atenció Primarià – para médicos – versão brasileira”, aos médicos da Atenção Primária de São Caetano do Sul. Resultados: houve 100% de participação da Atenção Primária, totalizando 28 médicos, sendo 50% do genêro feminino. Os participantes possuem 82 meses, em média, de atuação na Atenção Primária. Observou-se que 82,6% referiram que fazem com maior frequência diagnóstico de ususários com demência em quadro moderado; 68,2% relataram dificuldades para acompanhar clinicamente usuários com quadro demencial grave e 87% mencionaram que referenciam usuários para médicos neurologistas para realização do diagnóstico. Parte dos médicos (39,1%) relatou indicam mais de 75% dos pacientes com demência para serviços de referência. Ainda que a totalidade da amostra compreendam a importância e a necessidade, 34,8% ainda não cursaram atualização sobre a temática da demência. As principais dificuldades relatadas pelos médicos estão relacionadas à prescrição medicamentosa, à necessidade de visitas frequentes, e à complexidade do cuidado. Conclusão: Observou-se lacunas na identificação de quadros demenciais, bem como no acompanhamento clínico adequado aos pacientes, gerando direcionamentos desqualificados para a atenção secundária, reduzindo a resolutividade da atenção primária para tal demanda. Ficou evidente a necessidade preemente de atualização dos médicos, visnado melhoria da qualidade do cuidado prestado.