A escrita indígena amazônica: comunicação nativa para pensar questões da atualidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i1.24790

Palavras-chave:

Práticas comunicacionais; Escritores indígenas; Etnomidialogia; Amazônia.

Resumo

A meta foi descrever práticas comunicacionais de escritores indígenas do Instituto Wewa'a, sediado em Manaus/AM, região norte do Brasil, para disseminarem suas obras e seus saberes e conhecimentos ancestrais. No referencial teórico abordados, ressaltamos a identificação de autores e autoras que tratam sobre etnomidialogia e literatura nativa, bem como a quem ela é destinada e como se delimitam os conteúdos produzidos. A pesquisa foi qualitativa e transversal, observando implicações que estejam servindo como conjuntos de estratégias para que o Instituto Wewa'a projete visibilidades no contexto amazônico e nacional. Foram realizadas discussões referentes a formações de parentesco e concepções ancestrais influenciam nessa literatura, que em verdade é uma literatura amazônica, nativa, cosmológica. Nos escritos, debate-se acerca da relevância atribuída a um ser mítico ou vivo, que se acredita ser um “pai/guia”, orientador de uniões clânicas, segue linha que incide na formação da narrativa. Por isso, concluímos que existem vieses informacionais e comunicacionais importantes de serem considerados no contexto da escrita amazônica.

Biografia do Autor

Fabrício Vasconcelos, Universidade Federal do Amazonas

Possui graduação em Turismo pela Universidade Nilton Lins (2012). Licenciatura Plena em Letras Língua e Literatura Francesa na Universidade Federal do Amazonas (2019). Foi estagiário da Secretaria de Cultura do Estado do Amazonas - SEC, onde atuou como guia de turismo no Museu da Polícia Militar do Amazonas. Foi instrutor no Projeto Oportunidade e Renda pelo Centro de Educação Tecnológica do Amazonas - CETAM, onde atuou como professor em cursos profissionalizantes voltados para atividades turísticas. Foi professor de francês no Centro de Estudo de Línguas da Universidade Federal do Amazonas - CEL UFAM; Centro de Idiomas do Instituto Federal do Amazonas - CIIFAM; Programa Idiomas sem Fronteiras - Ministério da Educação em parceria com a Faculdade de Letras da UFAM. Foi Professor Assistente de Português em escolas públicas na cidade de Toulouse - França, no período de outubro de 2016 a abril de 2017. 

Referências

Albuquerque, R.; Vasconcelos, F & F. Busarello, F. R. (2021). De l'oralité au récit: le cas du livre sacré des indigènes Sateré-Mawé, en Amazonie. InTexto, v. 1, p. 109699.

Albuquerque, R. (2020). Indígenas Sateré-Mawé/AM e Hixkaryana/AM em sofrimento mental e ético-político. Revista Internacional Interdisciplinar InterThesis, Florianópolis, v. 17, p. 01-17, abr. https://doi.org/10.5007/1807-1384.2020.e70094.

Albuquerque, R.; Sawaia, B. B.; Busarello, F. R. &Purin, G. (2020b). A comunicação estratégica e histórica dos Sateré-Mawé/AM no enfrentamento à covid-19 na Amazônia Central. Comunicação & Inovação (ONLINE), v. 21, p. 99-115.

Albuquerque, R. & Busarello, F. R. (2019). Sofrimento ético-político de indígenas Sateré-Maué e Hixcariana que migram de suas aldeias. Psicologia em Revista, Belo Horizonte, v. 25, n. 2, p. 838-856, ago.

Almeida, A. W. (org.). (2008). Indígenas nas cidades de Manaus, Manaquiri e Irandubá: processos de territorialidade dos Sateré-Mawé. Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia. Fascículo 23. Manaus.

Becker, H. S. (2008). Outsiders: estudos de sociologia do desvio. Tradução de Borges, M. L. Revisão técnica de Kuschnir, K. 1ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.

Carvalho Júnior, A. D. de C. (2011). Tapuia – a invenção do índio da Amazônia nos relatos da viagem filosófica (1783-1792). In: Carvalho Júnior, A. D. de C. e Noronha, N. M. (orgs.) A Amazônia dos viajantes: história e ciência. Manaus: Editora da Universidade Federal do Amazonas.

Dijk, T. (2005). Discurso, notícia e ideologia: estudos da análise do discurso. Ed. Campo das Letras, 2005.

Ferreira, R. A. (2012). A etnomidialogia e a interface com o politicamente correto. SP: Extraprensa (USP) - Ano IV- nº 10 C julho.

Ferreira, R. A. (2015) A formação do jornalista na abordagem dos fenômenos da diversidade e dos grupos minorizados: Uma perspectiva didático-pedagógica da educomunicação e etnomidialogia. SP: Extraprensa Edição Especial.

Langdon, J. E. (1996). Introdução: xamanismo, velhas e novas perspectivas. In: Langdon, J. E. (org.) Xamanismo no Brasil: novas perspectivas. Florianópolis: Ed. UFSC, p. 113-134.

Lima, T. S. (2005). Um peixe olhou para mim. São Paulo: Unesp.

Paiva, E.; Junqueira, C.; Albuquerque, R. & Ferreira, G. A. (2019). O tacape do diabo e outros instrumentais da predação. Alexa Cultural: São Paulo / EDUA: Manaus.

Pérez-Gil, L. (2001). O sistema médico Yawanáwa e seus especialistas: cura, poder e iniciação xamânica. Cad. Saúde Pública, vol.17, no. 2, p.333-344. ISSN 0102-311X.

Rodrigues, R. A.; Trindade, D. & Bittencourt, M. (2016). Trabalhadores na produção da essência de pau-rosa na Amazônia. Revista Novos Cadernos NAEA, v. 19, p. 173-191.

Sousa, R. X.; Herrera, H. G. & Albuquerque, R. (2019). Cuestiones indígenas Sateré-Mawé (AM) a partir de una mirada folkcomunicacional. Revista Internacional de Folkcomunicação, v. 17, p. 13-29.

Santos, R. S.; Albuquerque, R. & Herrera, H. G. (2019b). El libro indígena Puratig, el remo sagrado y sus narrativas folkcomunicacionales. Revista Internacional de Folkcomunicação, v. 17, p. 65-81.

Sateré, J. & Albuquerque, R. (2020). A que normalidade voltaremos se a ameaça da covid-19 ainda cerca a Terra Indígena Andirá-Marau? In Albuquerque, R. & Ferreira, G. Quarentenas Amazônicas - Volume 5 (Orgs.). Alexa Cultural: Embu das Artes/SP, EDUA: Manaus/AM.

Sateré, J.; Albuquerque, R. & Junqueira, C. (2020). Kapi: uma liderança clânica e afim. Ed: Alexa Cultural - Embu das Artes/SP e EDUA - Manaus/AM.

Sateré, J. (2020). Abril Indígena no combate ao vírus: uma leitura Sateré-Mawé (clã sateré/ut) e sua resistência Tupi. In Sawaia, B.; Albuquerque, R.; Busarello, F. R. & Berezoschi, J. (Orgs.). Expressões da Pandemia – Fase 1. Ed: Alexa Cultural: São Paulo.

Sawaia, B. B.; Albuquerque, R. & Busarello, F. R. (2020). O paradoxo do isolamento na pandemia segundo o povo indígena Sateré-Mawé/AM. Psicologia & Sociedade (online), v. 32, p. 35.

Stengers, I. (2010). Cosmopolitics I. University of Minnesota Press: Minneapolis.

Stengers, I. (2011). Cosmopolitics II. University of Minnesota Press: Minneapolis.

Strathern, M. (2013). Fora de Contexto: as ficções persuasivas da Antropologia. Terceiro Nome: São Paulo, 2013.

Oliveira, C. M. de & Batista, M. C. (2021). A relação da literatura com a astronomia a partir da análise de uma imagem do conto “O nosso sistema solar” de Monteiro Lobato. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 16, p. e60101623150, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i16.23150. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/23150. Acesso em: 22 dez. 2021.

Vilaça, A. (2000). O que significa tornar-se outro? Xamanismo e contato interétnico na Amazônia. Rev. Bras. Ci. Soc., São Paulo, v. 15, n. 44. In http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69092000000300003&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 27 março de 2014.

Viveiros de Castro, E. (1993). Alguns aspectos da afinidade no dravidianato amazônico. In: E. B. Viveiros de Castro & M. M. Carneiro da Cunha (orgs.). Amazônia: etnologia e história indígena. São Paulo: Núcleo Hist. Indígena/ USP. pp. 150-210.

Viveiros de Castro, E. (2002). Xamanismo e sacrifício. In A inconstância da alma selvagem. (pp. 457-472). São Paulo: Cosac & Naify.

Downloads

Publicado

05/01/2022

Como Citar

ALBUQUERQUE, R.; VASCONCELOS, F. A escrita indígena amazônica: comunicação nativa para pensar questões da atualidade. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 1, p. e21311124790, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i1.24790. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/24790. Acesso em: 15 jan. 2025.

Edição

Seção

Ciências Humanas e Sociais