Espiritualidade nexo qualidade de vida no trabalho: Um estudo subjetivo utilizando a metodologia Q
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i2.25648Palavras-chave:
Espiritualidade; Qualidade de vida; Organizações.Resumo
A espiritualidade nas organizações representa a realização de trabalho com significado, associada a ganho na qualidade de vida, entendida como subjetiva, centrada na experiência individual e com influência nas condições internas e externas ao sujeito. Deste modo, este artigo teve como objetivo analisar a percepção da espiritualidade no contexto organizacional, compreendendo os efeitos desta na qualidade de vida no trabalho. A pesquisa caracteriza-se por ser quali-quantitativa utilizando-se da metodologia Q, que permite a descoberta de uma variedade de discursos sobre como os indivíduos compreendem a espiritualidade e a qualidade de vida. As observações foram efetivadas com onze docentes atuantes em diversas áreas do instituto. Os resultados mostraram quatro pontos de vista no sentido da espiritualidade para a qualidade de vida no trabalho, (1) estabilidade financeira, (2) satisfação profissional, (3) autodeterminação e (4) sentir-se útil. A aplicação da metodologia Q na análise constatou que o método permite uma abordagem responsiva, mas estatisticamente rigorosa, às percepções subjetivas das relações homem-espiritualidade-qualidade de vida no trabalho, e seus resultados podem ser extremamente úteis para fomentar a formulação de políticas de gestão organizacional. Revelou ainda que a percepção dessa nova dimensão no ambiente de trabalho, contribui para subsidiar o entendimento da espiritualidade na construção e implementação de uma organização espiritualizada articulando com as necessidades práticas da gestão.
Referências
Albornoz, S. G. (2014). O que é trabalho? São Paulo: Ed. Brasiliense.
Ashmos, D. P., & Duchon, D. (2000). Spirituality at Work: A Conceptualization and Measure. Journal of Management Inquiry, 9(2), 134–145. https://doi.org/10.1177/105649260092008
Barry, J. & Proops, J. (1999) Seeking sustainability discourses with Q methodology. Ecological Economics, 28 (3), 337–345.
Bezerra, M. F. N., & Oliveira, L. M. B. (2007). Espiritualidade nas organizações e comprometimento organizacional: estudo de caso com um grupo de líderes de agências do banco do brasil na cidade de Recife. In: XXXI ENANPAD, Anais. Rio de Janeiro: Anpad,
Brown, S.R.(1980). Political Subjectivity: Applications of Q Methodology in Political Sci- ence. Yale University Press, New Haven.
Couto, M., Farate, C., Ramos, S., & Fleming, M. (1969). A Metodologia Q nas Ciências Sociais e Humanas: O resgate da subjectividade na investigação empírica. PSICOLOGIA, 25(2), 7–21. https://doi.org/10.17575/rpsicol.v25i2.285
Costa, Q. (2014). Reflexões sobre a espiritualidade nas organizações. X Congresso Nacional de Excelência em Gestão.
Claudino, D. T. F., Souza, G. M. R. de, Silva, A. C., & Silva, J. F. (2021). O impacto de Programas de Qualidade de Vida no Trabalho em tempos de crise. Research, Society and Development, 10(17), e232101724881. https://doi.org/10.33448/rsd-v10i17.24881
Cunha, M. P., Rego, A., & D´Oliveira, T. (2006). Organizational spiritualities. An ideology -based typology.Business & Society, 45(2), 211-234.
Dalgalarrondo, P. (2008). Religião, Psicopatologia e Saúde Mental. Artmed.
Da Silva, P. L. A. & Da Silva, B. F. G. (2015). Liderança na UNIMED Caruaru: Percepção dos líderes acerca do seu papel na organização. Interfaces de Saberes, 14 (1).
Egan, T. M. (2005). Factors Influencing Individual Creativity in the Workplace: An Examination of Quantitative Empirical Research. Advances in Developing Human Resources, 7(2), 160–181. https://doi.org/10.1177/1523422305274527
Filho, A. G., & Blikstein, I. (2013). Comunicação assertiva e o relacionamento nas empresas. GV-executivo, 12(2), 28.
https://doi.org/10.12660/gvexec.v12n2.2013.20706
Formiga, N. S., Araújo, I. T., Oliveira, B. F., Pastana, S. T., Guedes, M. A. L., Azevedo, I. M., & Mafra, A. L. (2019). Suporte organizacional, engajamento e espiritualidade no trabalho: verificação empírica de um modelo teórico concorrente em organizações brasileiras. Boletim - Academia Paulista de Psicologia, 39(97), 247-259. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-711X2019000200010&lng=pt&tlng=pt
Gelis Filho, A. & Blikstein, I. (2013). Comunicação assertiva e o relacionamento nas empresas. GV Executivo, 2 (2), 28-31.
Giacalone, R. A., & Jurkiewicz, C. L. (2003).Handbook of Workplace Spirituality and Organizational Performance. New York: M.E. Sharpe.
Gil, A. C. (2008). Métodos e técnicas em pesquisa social. São Paulo: Atlas.
Hair, J. F., Black, W.C., Babin, B.J., Anderson, R. E., & Tathan, R. L. (2009). Análise Multivariada de Dados (6. Ed). Bookman.
King, J. E., & Crowther, M. R. (2004). The measurement of religiosity and spirituality: Examples and issues from psychology. Journal of Organizational Change Management, 17(1), 83–101. https://doi.org/10.1108/09534810410511314
Koenig, H. G. (2015). Medicina, Religião e Saúde: o encontro da ciência e da espiritualidade. (2. Ed). L&PM.
Lacaz, F. A. C. (2014). A Saúde/Adoecimento do Trabalhador em Saúde: aspectos teórico-conceituais. BIS - Boletim do Instituto de Saúde, 15, 27-33. Disponível em: https://www.saude.sp.gov.br/resources/instituto-de-saude/homepage/bis/pdfs/bisvol15-n2.pdf
Lhuilier, D. (2013). Trabalho. Psicologia & Sociedade, 25(3), 483–492. https://doi.org/10.1590/S0102-71822013000300002
Lotufo Neto, F. (1997). A Prevalência de Transtornos Mentais entre Ministros Religiosos. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Departamento de Psiquiatria.
Lucinski, M. D. A. P. (2016). Competências de gestores de projetos voltadas para uma liderança sustentável: um estudo subjetivo utilizando a metodologia Q. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - Departamento de Engenharia de Produção.
McKeown, M., Hinks, M., Stowell‐Smith, M., Mercer, D., & Forster, J. (1999). Q methodology, risk training and quality management. International Journal of Health Care Quality Assurance, 12(6), 254–266. https://doi.org/10.1108/09526869910291823
Noor, S., & Arif, S. (2011). Achieving job satisfaction via workplace spirituality: Pakistani doctors in focus. European Journal of Social Sciences 19 (4), 507-515.
Oliveira, D. H. de, Laurini, M. M., & Santos, A. S. dos. (2020). Análise da relação entre a espiritualidade no ambiente de trabalho e o bem-estar laboral: percepção dos trabalhadores de uma cidade do interior do Rio Grande do Sul. Research, Society and Development, 9(9), e82996970. https://doi.org/10.33448/rsd-v9i9.6970
Pawar, B. S. (2009). Some of the Recent Organizational Behavior Concepts as Precursors to Workplace Spirituality. Journal of Business Ethics, 88(2), 245–261. https://doi.org/10.1007/s10551-008-9961-3
Pauchant, T. (2002). Ethics na spirituality at work. Hopes and pitfalls of the search for meaning in organizations. Quorum.
Pereira, M. A., Fairweather, J. R., Woodford, K. B., & Nuthall, P. L. (2016). Assessing the diversity of values and goals amongst Brazilian commercial-scale progressive beef farmers using Q-methodology. Agricultural Systems, 144, 1–8. https://doi.org/10.1016/j.agsy.2016.01.004.
Pinheiro, L., Froehlich, C., & Konrath, K. (2019). Espiritualidade no ambiente de trabalho: Evidências em três casos. Desenvolve Revista de Gestão do Unilasalle, 8(2), 41. https://doi.org/10.18316/desenv.v8i2.5026
Prodanov, C. C.; Freitas, E. C.. (2013) Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico ( 2. Ed). Feevale,
Rego, A.; Souto, S.; Cunha, M. P. (2007). Espiritualidade nas organizações e comprometimento organizacional. RAE eletrônica, 6 (2), 1-27.
Rosa, E. (2013). Liderança e Espiritualidade. Universidade Federal de Pernambuco. Disponível em: http://www.homensdecoragem.org.br/2013/09/lideranca-e-espiritualidade-por-eduardo-rosa/.
Robbins, S. P. (2010). Comportamento organizacional. (14 ed) Prentice Hall.
Rodrigues, M. V. C. (2016). Qualidade de Vida no Trabalho: evolução e análise no nível gerencial. (15 ed). Vozes.
Ruthes, V. R. M (2014). A relação entre espiritualidade e saúde: um novo paradigma. Saberes em Ação, 2(3), 1-6.
Rueda, F. Javier Marín, F., Ottati, P., Lariana P., Lima, T. H. & Bueno, J. M. P. (2013). Construção e Validação de uma Escala de Avaliação da Qualidade de Vida no Trabalho. Avaliação Psicológica, 12(1), 43-50. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-04712013000100007&lng=pt&tlng=p
Silva, J. B., & Silva, L. B. (2014) Relação entre religião, espiritualidade e sentido da vida. Logos & Existência. Revista da Associação Brasileira de Logoterapia e Análise Existencial, 3 (2), 203-215. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/le/article/view/22107
Sucesso, B., & de Paula, E (1998). Trabalho e qualidade de vida. Rio de Janeiro: Dunya.
Tolfo, S. da R., & Piccinini, V. (2007). Sentidos e significados do trabalho: Explorando conceitos, variáveis e estudos empíricos brasileiros. Psicologia & Sociedade, 19(spe), 38–46. https://doi.org/10.1590/S0102-71822007000400007
Triviñòs, A. (1997). Introdução à pesquisa em ciências sociais: aspectos qualitativos em educação. Atlas.
Usman, A., & Danish, R. Q. (2010). Spiritual consciousness in banking managers and its impact on job satisfaction. International Business Research, 3(2), 65-72.
Vaillant, G. (2010). Fé: evidências científicas. Manole
Vasconcelos, A. F. (2008). Espiritualidade no ambiente de trabalho: dimensões, reflexões e desafios. Atlas.
Vendramini, C. M. M., Santos, A. A. A. dos,Polydoro, S. A. J., Sbardelini, E. T. B., Serpa, M. N. F., & Natário, E. G. (2004). Construção e validação de uma escala sobre avaliação da vida acadêmica (EAVA). Estudos de Psicologia (Natal), 9(2), 259–268. https://doi.org/10.1590/S1413-294X2004000200007
Waddock, S. A. (1989). Understanding Social Partnerships: An Evolutionary Model of Partnership Organizations. Administration & Society, 21(1), 78–100. https://doi.org/10.1177/009539978902100105
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Danúbia Leite Ferreira; Andreia Cavalcanti de Oliveira; Olivia Dayse Leite Ferreira; Maria de Lourdes Barreto Gomes
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.