Prevalência de achados histopatológicos de mucosa esofágica e sua correlação com Helicobacter pylori
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i2.25769Palavras-chave:
Mucosa esofágica; Histopatologia; Helicobacter pylori.Resumo
Introdução: patologias esofágicas com alterações histopatológicas podem provocar sintomas dispépticos, dor retroesternal e epigástrica. Objetivos: identificar a prevalência de achados histopatológicos de mucosa esofágica e correlacionar com a bactéria Helicobacter pylori (HP). Metodologia: estudo transversal, retrospectivo, com 1.953 laudos histopatológicos de mucosa esofágica. Dados analisados por frequência absoluta e relativa percentual, testes Qui-Quadrado de Pearson, Mann-Whitney e Teste Qui-Quadrado com simulações de Monte-Carlo. Resultados: Analisaram-se 1953 laudos de lesões esofágicas: sexo feminino 982 (50,3%) e idade mediana 44. Identificou-se 151 (7,7%) laudos positivos para HP e destes, 41 (2,3%) tinham atrofia gástrica. A esofagite 1427 (73,1%), a metaplasia 548 (28,1%) e o esôfago de Barrett 133 (6,8%) foram mais prevalentes. Malignidade, 5 (0,3%) laudos. Dos portadores de HP: esofagite 97 (64,2%), esôfago de Barrett 17 (11,3%) e metaplasia 45 (29,8%) - metaplasia pancreática estatisticamente significativa (p<0,001). Dois (1,3%) laudos apresentaram malignidade associados à HP. Correlacionando HP com lesões esofágicas, observou-se tendência a determinar maior risco da presença da bactéria: esôfago de Barret (RR: 1,68 (IC95%: 1,05-2,69), hiperplasia epitelial (RR: 2,18 (IC95%: 1,18-4,02), acantose glicogênica (RR: 3,69 (IC95%: 2,08-6,54), pólipos (RR: 2,17 (IC95%: 1,14-4,16), malignidade (RR: 4,91 (IC95%: 1,66-14,52) e atrofia gástrica (RR: 3,44 (IC95%: 2,02-5,84). Conclusão: Esôfago de Barrett, hiperplasia epitelial, acantose glicogênica, pólipos, malignidade e atrofia gástrica estão associados a um maior risco da presença da bactéria.
Referências
Adachi, K., Notsu, T., Mishiro, T., & Kinoshita, Y. (2019). Long‐term effect of Helicobacter pylori eradication on prevalence of reflux esophagitis. Journal of gastroenterology and hepatology, 34 (11), 1963-1967.
Guccione, C., Yadlapati, R., Shah, S., Knight, R., & Curtius, K. (2021). Challenges in Determining the Role of Microbiome Evolution in Barrett's Esophagus and Progression to Esophageal Adenocarcinoma. Microorganisms, 9 (10), 2003.
Holleczek, B., Schöttker, B., & Brenner, H. (2020). Helicobacter pylori infection, chronic atrophic gastritis and risk of stomach and esophagus cancer: Results from the prospective population‐based ESTHER cohort study. International journal of cancer, 146 (10), 2773-2783.
INCA. (2021). Câncer de esôfago. Instituto Nacional de Câncer. https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-esofago.
INCA. (2021). Síntese de Resultados e Comentários. Instituto Nacional de Câncer. https://www.inca.gov.br/estimativa/sintese-de-resultados-e-comentarios.
Kaminski, E. D. M. F., & Kruel, C. D. P. (2001). Carcinogênese gástrica. Revista HCPA. 21 (1), 86-97.
Labenz, J., Blum, A. L., Bayerdorffer, E., Meining, A., Stolte, M., & Borsch, G. (1997). Curing Helicobacter pylori infection in patients with duodenal ulcer may provoke reflux esophagitis. Gastroenterology, 112 (5), 1442-1447.
Lv, J., Guo, L., Liu, J. J., Zhao, H. P., Zhang, J., & Wang, J. H. (2019). Alteration of the esophageal microbiota in Barrett's esophagus and esophageal adenocarcinoma. World journal of gastroenterology, 25 (18), 2149.
Na H. K., Lee J. H., Park S. J., Park H. J., Kim S. O., Ahn J. Y., Kim D. H., Jung K. W., Choi K. D., Song H. J., Lee G. H., Jung H. Y. (2020). Effect of Helicobacter pylori eradication on reflux esophagitis and GERD symptoms after endoscopic resection of gastric neoplasm: a single-center prospective study. BMC Gastroenterol. 123 (20).
PDQ Screening and Prevention Editorial Board. (2021). Stomach (Gastric) Cancer Prevention (PDQ®): Health Professional Version. In PDQ Cancer Information Summaries. National Cancer Institute (US).
Ribeiro, P. F. S., Kubrusly, L. F., Nassif, P. A. N., Ribeiro, I. C. S., Bertoldi, A. D. S., & Batistão, V. C. (2016). Relação entre graus de esofagite e o Helicobacter pylori. ABCD Arq Bras Cir Dig. 29 (3), 135-137.
Ronkainen, J., Talley, N. J., Aro, P., Storskrubb, T., Johansson, S. E., Lind, T., Bolling-Sternevald, E., Vieth, M., Stolte, M., Walker, M. M., & Agréus, L. (2007).
Prevalence of oesophageal eosinophils and eosinophilic oesophagitis in adults: the population-based Kalixanda study. Gut, 56 (5), 615-620.
Saad, A. M., Choudhary, A., & Bechtold, M. L. (2012). Effect of Helicobacter pylori treatment on gastroesophageal reflux disease (GERD): meta-analysis of randomized controlled trials. Scandinavian journal of gastroenterology, 47 (2), 129-135.
Schulz, M. K., Biancardi, M. R., Fernandes, D., Almeida, L. Y. de, Bufalino, A., & Leon, J. E. (2018). Glycogenic acanthosis on mouth clinically present as white plaque. RGO, Rev Gaúch Odontol. 66 (3), 274-277.
Schütze, K., Hentschel, E., Dragosics, B., & Hirschl, A. M. (1995). Helicobacter pylori reinfection with identical organisms: transmission by the patients' spouses. Gut, 36 (6), 831-833.
Souza, R. C. A. D. (2007). Estudo da associação entre a esofagite erosiva e a infecção pelo Helicobacter pylori. Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
Stern, Z., Sharon, P., Ligumsky, M., Levij, I. S., & Rachmilewitz, D. (1980). Glycogenic acanthosis of the esophagus. A benign but confusing endoscopic lesion. The American journal of gastroenterology, 74 (3), 261-263.
Veiga, F. M. da S., Castro, A. P. B. M., Santos, C. de J. N. dos, Dorna, M. de B., & Pastorino, A. C. (2017). Esofagite eosinofílica: um conceito em evolução? Arquivos de Asma, Alergia e Imunologia, 1 (4), 363–372.
Xia, H. H. X., & Talley, N. J. (1998). Helicobacter pylori infection, reflux esophagitis, and atrophic gastritis: an unexplored triangle. The American journal of gastroenterology, 93 (3), 394-400.
Yang, L., Lu, X., Nossa, C. W., Francois, F., Peek, R. M., & Pei, Z. (2009). Inflammation and intestinal metaplasia of the distal esophagus are associated with alterations in the microbiome. Gastroenterology, 137 (2), 588–597.
Yılmaz, N. (2020). The relationship between reflux symptoms and glycogenic acanthosis lesions of the oesophagus. Przegląd gastroenterologiczny, 15 (1), 39.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Gabrielle Barbosa Vasconcelos de Souza; Elomar Rezende Moura; Yasmin Tourinho Delmondes Trindade; Durval José de Santana Neto; Larissa Gonçalves Moreira; Gabriel Ponciano Santos de Carvalho; Íkaro Daniel de Carvalho Barreto; Décio Fragata da Silva; Luíse Meurer; Leda Maria Delmondes Freitas Trindade
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.