A Netflix como ferramenta digital e audiovisual na abordagem de gênero, raça e racismo nas séries Hollywood e Coisa Mais Linda
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i3.25906Palavras-chave:
Cinema e Mulher; Legislação; Violência; Representações sociais; Streaming e internet.Resumo
O artigo discute a representação da mulher na sociedade na primeira metade do século XX nas séries Hollywood e Coisa Mais Linda, transmitidas pela internet no canal de streaming Netflix, ambientadas respectivamente, em Los Angeles (USA) nos anos 1940 e Rio de Janeiro (BRA) nos anos de 1950-60. O artigo objetiva discutir violência de gênero, de raça e de racismo, utilizando como metodologia a análise de produções dos canais de streaming que abordam temas que a grande mídia considera tabu. É indiscutível o papel da internet como tecnologia que auxilia na difusão das possibilidades de discussão de uma gama de temas que de outra forma não seria possível. A mulher está representada nas séries de variados prismas, é branca, negra, pobre, rica. Contudo, têm algo em comum: são mulheres e por isso, sofrem as mesmas violências, tanto físicas quanto simbólicas. A violência de gênero e de raça é latente nas séries. Descartando o conceito de “verdade”, utilizou-se o conteúdo das obras para dissertar sobre os fundamentos do colonialismo e do patriarcalismo (a mulher como propriedade do homem). A ideologia de que a mulher pertence ao homem sustenta o suposto direito deste homem de decidir se a mulher vive ou morre quando ela não quer mais viver com ele. A atuação da Netflix tem possibilitado a discussão sobre diversidade e direitos individuais em diálogo aberto com o grande público. Espera-se que o artigo contribua para ampliar a discussão sobre a equidade de gênero e raça no campo educacional e social.
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