Análise da variação de temperatura corporal e da percepção subjetiva de esforço durante sessões de treinamento de futsal
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i2.25957Palavras-chave:
Futsal; Temperatura corporal; percepcão subjetiva de esforço; Covid-19; Pandemia.Resumo
O esporte de alto rendimento proporciona mudanças de intensidades e causa oscilações na temperatura do atleta, bem como sensações diferentes de percepção de esforço, face às cargas externas aplicadas nos treinamentos e nas competições. O objetivo foi avaliar as variações de temperatura e da percepção subjetiva de esforço durante os treinamentos preparatórios para a Liga Gaúcha de Futsal, na temporada de 2020. A amostra foi composta por 19 jogadores de futsal do sexo masculino. Neste estudo, para se verificar o impacto das cargas externas de treino, foi mensurada a temperatura corporal e coletada a percepção subjetiva de esforço dos indivíduos da amostra, durante 15 sessões de treinamento. Observou-se uma variação, tanto na temperatura corporal dos atletas (35,78°C e 36,25°C), nos diferentes momentos do treinamento, quanto na percepção subjetiva de esforço. No início, obteve-se valores médios de 3,12 ± 0,43, passando para 4,79 ± 0,28 e, no final, para 4,87 ± 0,33. Esses resultados estatísticos apresentaram uma correlação significativa moderada entre a temperatura corporal e a percepção subjetiva de esforço durante o aquecimento. Diante desses achados, verificou-se uma relação diretamente proporcional entre essas variáveis, de modo que o aumento da temperatura corporal eleva a percepção subjetiva de esforço. Face aos resultados dessa investigação, inferimos que a mensuração da percepção subjetiva de esforço se apresenta como uma ótima ferramenta para se quantificar e controlar as cargas de uma sessão de treino da modalidade futsal.
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