Perfil de dispensação de opioides no Brasil entre os anos de 2014 e 2018
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i3.26240Palavras-chave:
Psicotrópicos; Analgésicos opioides; Prescrições de medicamentos; Dor; Entorpecentes.Resumo
Foi objetivo do estudo descrever o perfil de dispensação de opioides no Brasil entre os anos de 2014 e 2018. Trata-se de um estudo longitudinal e retrospectivo que coletou dados da dispensação de opioides por farmácias, drogarias e hospitais, entre janeiro de 2014 e dezembro de 2018, a partir do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), gerenciado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). As variáveis analisadas foram: número de opioides dispensados; estado da dispensação e origem do registro profissional. Um total de 60.675.488 de medicamentos foi comercializado, sendo o fosfato de codeína o princípio ativo mais dispensado, seguido do cloridrato de tramadol, que juntos representaram 95,9% (2014), 96,6% (2015), 96,2% (2016), 95,4% (2017) e 95,7% (2018) das prescrições legais. Em praticamente todos os anos, a média de medicamentos vendidos se manteve superior a 5.000 unidades por cada 100.000 habitantes. São Paulo foi o estado que mais comercializou opioides. Quanto à origem do registro profissional do prescritor, médicos responderam por 93,2% da medicação dispensada. Dentre os opioides dispensados, o fosfato de codeína foi o mais prescrito e não foi verificada tendência de aumento na dispensação no período avaliado.
Referências
Brasil. (2012). Uso racional de medicamentos: temas selecionados. Série A. Normas e Manuais Técnicos.
Brasil (2006). Assistência farmacêutica na atenção básica: instruções técnicas para sua organização. Série A. Normas e Manuais Técnicos, 2 Ed.
Calônego, M. A. M. (2020) Dificuldades sociais, legais e burocráticas para prescrição de opioides [tese]. Botucatu (SP): Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho.
Coluzzi, F., Taylor, R., Jr, Pergolizzi, J. V., Jr, Mattia, C., & Raffa, R. B. (2016). Good clinical practice guide for opioids in pain management: the three Ts - titration (trial), tweaking (tailoring), transition (tapering). Brazilian journal of anesthesiology (Elsevier), 66(3), 310–317. https://doi.org/10.1016/j.bjane.2014.09.005
Duminelli, M. V., Redivo, T. S., & Yamaguchi. C. K. (2016). Perspectiva da crise econômica e política no Brasil: reflexos para o desenvolvimento da economia com foco no setor do comércio. Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales. 1(12): 01-04.
Evangelista, M. C., Silva, R. A., Cardozo, L. B., Kahvegian, M. A., Rossetto, T. C., Matera, J. M., & Fantoni, D. T. (2014). Comparison of preoperative tramadol and pethidine on postoperative pain in cats undergoing ovariohysterectomy. BMC veterinary research, 10, 252. https://doi.org/10.1186/s12917-014-0252-1
Gomes, T., Tadrous, M., Mamdani, M. M., Paterson, J. M., & Juurlink, D. N. (2018). The Burden of Opioid-Related Mortality in the United States. JAMA network open, 1(2), e180217. https://doi.org/10.1001/jamanetworkopen.2018.0217
Gomes, V. P., Silva, M. T., & Galvão, T. F. (2017). Prevalence of medicine use among Brazilian adults: a systematic review. Prevalência do consumo de medicamentos em adultos brasileiros: uma revisão sistemática. Ciencia & saude coletiva, 22(8), 2615–2626. https://doi.org/10.1590/1413-81232017228.29412016
Kahan, M., Mailis-Gagnon, A., & Tunks, E. (2011). Canadian guideline for safe and effective use of opioids for chronic non-cancer pain: implications for pain physicians. Pain research & management, 16(3), 157–158. https://doi.org/10.1155/2011/434298
Krawczyk, N., Greene, M. C., Zorzanelli, R., & Bastos, F. I. (2018). Rising Trends of Prescription Opioid Sales in Contemporary Brazil, 2009-2015. American journal of public health, 108(5), 666–668. https://doi.org/10.2105/AJPH.2018.304341
Marangoni. J.M., Franca, L.G., & Palazzo, E.L. (2014). Uso do Tramadol em Cães e Gatos – Revisão. Nucleus. 11(2): 1.
Meyboom, R. H., Lindquist, M., & Egberts, A. C. (2000). An ABC of drug-related problems. Drug safety, 22(6), 415–423. https://doi.org/10.2165/00002018-200022060-00001
Meyer, A., LeClair, C., & McDonald, J. V. (2020). Prescription Opioid Prescribing in Western Europe and the United States. Rhode Island medical journal (2013), 103(2), 45–48.
Nascimento, D. C. H., & Sakata, R. K. (2011). Dependência de opioide em pacientes com dor crônica. Revista dor, 12, 160-165.
Ngoundo-Mbongue, T. B., Niezborala, M., Sulem, P., Briant-Vincens, D., Bancarel, Y., Jansou, P., Chastan, E., Montastruc, J. L., & Lapeyre-Mestre, M. (2005). Psychoactive drug consumption: performance-enhancing behaviour and pharmacodependence in workers. Pharmacoepidemiology and drug safety, 14(2), 81–89. https://doi.org/10.1002/pds.1006
Paula, L.F., & Pires, M. (2017). Crise e perspectivas para a economia brasileira. Estudos avançados. 31 (89): 125-144.
Pereira, M. de M., Andrade, L. de P., & Takitane, J. (2017). Evolução do uso abusivo de derivados de ópio. Saúde Ética & Justiça , 21(1), 12-17. https://doi.org/10.11606/issn.2317-2770.v21i1p12-17
Priest, C. R., Kenney, B. C., Brummett, C. M., Waljee, J. F., Englesbe, M. J., & Nalliah, R. P. (2020). Increased opioid prescription fills after dental procedures performed before weekends and holidays. Journal of the American Dental Association (1939), 151(6), 388–398.e1. https://doi.org/10.1016/j.adaj.2020.03.014
Rudd, R. A., Seth, P., David, F., & Scholl, L. (2016). Increases in Drug and Opioid-Involved Overdose Deaths - United States, 2010-2015. MMWR. Morbidity and mortality weekly report, 65(50-51), 1445–1452. https://doi.org/10.15585/mmwr.mm655051e1
Salamonde, G. L., Verçosa, N., Barrucand, L., & Costa, A. F. (2006). Análise clínica e terapêutica dos pacientes oncológicos atendidos no programa de dor e cuidados paliativos do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho no ano de 2003 [Clinical and therapeutic analysis of oncology patients treated at the pain and palliative care program of the Hospital Universitário Clementino Fraga Filho in 2003.]. Revista brasileira de anestesiologia, 56(6), 602–618. https://doi.org/10.1590/s0034-70942006000600005
Sudheer, P. S., Logan, S. W., Terblanche, C., Ateleanu, B., & Hall, J. E. (2007). Comparison of the analgesic efficacy and respiratory effects of morphine, tramadol and codeine after craniotomy. Anaesthesia, 62(6), 555–560. https://doi.org/10.1111/j.1365-2044.2007.05038.x
Volkow, N. D., McLellan, T. A., Cotto, J. H., Karithanom, M., & Weiss, S. R. (2011). Characteristics of opioid prescriptions in 2009. JAMA, 305(13), 1299–1301. https://doi.org/10.1001/jama.2011.401
Wilken, I. S., & de Abreu, M. H. N. G. (2017). Utilização de analgésicos opioides após exodontia de terceiros molares: uma revisão da literatura científica. Arquivos Em Odontologia, 53. https://periodicos.ufmg.br/index.php/arquivosemodontologia/article/view/3728
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Rosiane Lima de Castro; Luciane Zanin; Leopoldo Augusto Moraes; Juliana Cama Ramacciato; Cristiane de Cássia Bergamaschi; Flávia Martão Flório
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
